Paixão por trabalho e futebol move Moacir
Moacir Blasius saiu da lavoura e chegou a Joinville aos 18 anos
Ele caiu no mundo sozinho para vir de encontro aos irmãos que já moravam na cidade. De 11, cinco vivem em Joinville. Moacir queria fugir do serviço pesado da roça onde trabalhava na lavoura da família, na cidadezinha de Pitanga (PR).
“Hoje em dia tem bastante máquinas lá. Na minha época o trabalho era inteiro braçal”, conta.
O primeiro emprego de Moacir com carteira assinada na cidade foi em uma empresa têxtil. Lá, ficou por quatro anos, até ser tomado pela vontade de mudar os rumos. O objetivo mesmo era entrar na fundição Tupy, a empresa que melhor pagava em Joinville.
“Meu foco foi entrar lá. Até surgiram outras (propostas), mas recusei. Lá oferecia oportunidades de crescimento para os funcionários”, destaca. E ele conseguiu.
Em duas décadas de Tupy, Moacir foi da quebra de canal e operação de máquinas à inspeção de qualidade. No total, ele já atuou em sete funções diferentes dentro da empresa.
De sua admissão pra cá, o operário presenciou o finalzinho de governo do memorável Luiz Henrique à ascensão do jovem partido Novo na cidade.
Viu seu Timão erguer a primeira taça Libertadores em 2012 e acabar com estigma criado pelos adversários do time que tinha Mundial sem antes conquistar o torneio sul-americano. No mesmo ano, o clube também levou o Mundial de Clubes. Moacir jura de pé juntos que o time tem dois Mundiais.
“Tá lá no site da Fifa”, confirma o torcedor, que também acompanhou a passagem do ídolo Ronaldo Fenômeno pelo Corinthians.
Em Joinville, assistiu o JEC ir da glória da série A ao fracasso da série D, em questão de quatro anos. Pelo clube, nutre um sentimento de carinho atrelado à indignação. “A gente vê muita coisa errada”.
Ligado às datas
Moacir é muito agarrado a datas e memórias. Lembra da primeira vez em que visitou a Arena Corinthians: 13/05/2018, domingo de Dia das Mães. E quando se tornou corintiano, por influência do pai e dos irmãos. A família se reunia para acompanhar os jogos em volta de um radinho a pilha.
Já na Tupy entrou em 19 de março de 2001, mesmo ano em que casou-se com Ana Paula. Um ano depois, a esposa deu à luz o filho Victor.
Moacir não gosta de fugir muito da rotina e, no que diz respeito ao trabalho, é metódico. Em dias secos, roda mais de sete quilômetros de bicicleta para ir à empresa, assim como muitos trabalhadores da Tupy que ainda mantêm esta tradição. Em dias chuvosos, utiliza o veículo da família.
Antes de iniciar seu turno, garante-se de estar munido de todos os equipamentos de proteção necessários: capacete, luvas, protetor auricular, óculos e uniforme. “São um pouco desconfortáveis, mas previnem acidentes”, assegura.
Morador convicto da zona Sul da cidade, Moacir sente falta de viajar para assistir aos jogos do Timão. Ele já teve o privilégio de acompanhar as partidas do time de coração em vários estádios do Brasil.
Agora, com a pandemia da Covid-19, a saída é acompanhar ao clube pela TV, mesmo que não esteja em uma boa fase. “Com a pandemia não pode ir em estádios, nem pra cobrar os jogadores”, brinca.
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