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“Papel de intermediador”: Polícia Civil fala sobre atuação de vereador de Joinville no esquema de fraude no Detran

Mauricinho segue preso desde sexta-feira

A Polícia Civil divulgou mais detalhes sobre a segunda fase da operação Profusão em coletiva realizada na manhã desta segunda-feira, 11. Durante a operação o vereador Mauricinho Soares (MDB) foi preso preventivamente.

Segundo o delegado regional de Joinville, Rafaello Ross, a segunda fase foi realizada em um curto período após a primeira fase devido à celeridade do trabalho de análise da Polícia Científica. A primeira fase aconteceu no dia 30 de novembro e a segunda nesta sexta-feira, 8.

Com os materiais analisados, a polícia conseguiu comprovar de forma mais contundente a participação do vereador no esquema de fraudes no sistema do Detran. Conforme a Polícia Civil, devido à sua atuação política, o vereador usava a sua influência para cooptar pessoas para se beneficiarem do esquema fraudulento.

A operação apura a prática de falsidade ideológica, inserção de dados falsos no sistema do Detran e organização criminosa. Conforme apurado pela polícia, os envolvidos orquestraram um esquema ilícito que possibilitou a inserção de inúmeras informações falsas nos sistemas do Detran-SC, possibilitando que mais de 100 condutores fossem indevidamente beneficiados com a liberação de penalidades a eles aplicadas.

O delegado Pedro Alves, responsável pela operação, esclarece que não havia lideranças na organização criminosa. Porém, o vereador era um dos principais articuladores. Ele era remunerado pelo crime, caracterizando corrupção ativa. A maior parte do valor era paga aos agentes do Detran.

“Ele tinha esse papel de intermediador, ele trazia o condutor do veículo, o nome e a documentação até o agente do Detran. Com esses dados, o agente público fazia a inserção da informação falsa”, explica o delegado.

O vereador foi preso em flagrante na primeira fase da operação por posse ilegal de arma de fogo. Devido à característica da prisão, ele pôde pagar fiança e ser liberado. Apesar disso, Mauricinho responde em liberdade pelo crime e a conduta será analisada pelo Conselho de Ética da Câmara de Vereadores de Joinville.

Nesta segunda prisão, por se tratar uma prisão preventiva, o vereador segue detido desde sexta-feira. “A prisão preventiva é para garantir que a investigação ocorra de forma mais isenta, sem a possibilidade de influência externa, principalmente das pessoas que estão sendo presas”, explica o delegado Pedro.

O delegado também informa que o vereador permanecerá preso até que ele seja condenado ou que a Justiça o conceda liberdade provisória. “Não há nada no momento que se entenda que ele vai ser solto”, diz Pedro.

Mauricinho foi preso no momento em que chegava à Câmara. O delegado explica que o vereador foi monitorado e a Câmara seria o local com o maior índice de precisão para encontrar o vereador. Pedro também ressalta que a prisão foi realizada na parte externa da Câmara para nenhum servidor ser colocado em perigo. Além disso, durante interrogatório, o vereador, acompanhado de sua advogada, decidiu não se pronunciar sobre o caso.

O delegado Ross também informou que o vereador foi procurado em outros locais, porém sem sucesso até encontrá-lo chegando à Câmara. Ele ressalta que nos crimes da operação profusão não há envolvimento de outros vereadores ou servidores da Câmara.

Segundo preso

O segundo preso é um ex-servidor terceirizado do Detran. Ele trabalhou no órgão até o fim de 2022, quando foi desligado. O delegado Ross explica que o desligamento está diretamente ligado ao esquema de fraudes.

Quando descobertas as irregularidades, o servidor foi afastado e procedimentos internos foram realizados pelo Detran antes do início das investigações. O homem foi preso perto de casa.

A operação

Até o momento, quatro pessoas foram presas na operação profusão. Além dos dois presos nesta sexta-feira, um despachante e um servidor do Detran foram presos na primeira fase.

A polícia segue coletando mais dados com os materiais coletados. O delegado Pedro afirma que novas fases da operação, com novas prisões de pessoas envolvidas, podem acontecer.

O delegado Ross explica que os mais de 100 condutores que utilizaram do esquema fraudulento não serão investigados neste momento da operação. Devido à individualidade de cada caso, este processo existe investigações específicas.


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