Plano viário de conclusão da duplicação da Santos Dumont pode ser finalizado neste ano
Secretário da Sepud fala sobre próximos passos do projeto
O plano viário de conclusão da duplicação da avenida Santos Dumont pode ser finalizado no último trimestre deste ano. A previsão é da Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável (Sepud) de Joinville.
Marcel Virmond, secretário da Sepud, afirma que a previsão inicial era de que o projeto fosse colocado em discussão neste mês de agosto, no entanto, precisou ser retardado após uma análise mais criteriosa da situação que apontou inconsistências no planejamento.
“Então, solicitamos à consultoria que fizesse uma readequação [no projeto]. Imaginamos que este plano ficará concluído no final do ano, sendo colocado em audiência pública no primeiro trimestre de 2022”, afirma Virmond.
Com as tratativas retomadas pela prefeitura do município, uma consultoria internacional foi contratada para realização de um diagnóstico de cada etapa do projeto, chamada de pesquisa origem destino.
Neste momento, a pesquisa está na etapa de número seis, que é de modelagem e construção de possíveis cenários. O secretário explica que foram utilizados GPS de aparelhos celulares para a construção desses dados. Em ocasiões anteriores, as pesquisas eram realizadas através de entrevistas.
“Agora temos deslocamento de 200 mil ou 300 mil usuários, com isso temos dados bem mais precisos dos deslocamentos, até porque os deslocamentos hoje são muito mais pulverizados. Até um certo tempo, tínhamos um deslocamento pendular, ou seja, a pessoa ia pro seu emprego e voltava para casa. Hoje as pessoas vão à academia, escola, trabalho, visitam amigos para depois voltar para casa”, exemplifica.
Investimento
O espaço previsto para a duplicação é de 1,4 mil metros e compreende trechos da rua Arno Dohler até a rotatória na Avenida Rolf Wiest, segundo o secretário da Sepud.
Com custo de R$ 9 milhões por quilômetro, a previsão é de seja necessário investimento de R$ 14 milhões para conclusão da duplicação do trecho.
Virmond explica que este valor é apenas para as obras em si, mas há outros gastos que ainda não foram computados, como os de desapropriação de imóveis, por exemplo.
Neste caso, ele afirma que foi montado um comitê composto por empresários, moradores e outros membros da população a fim de que as negociações sejam avançadas.
“E existe um outro custo que não está nesta conta que é o de acomodação. Exatamente neste trecho tem terrenos em declive e em aclive. Então se o terreno é em aclive ou declive você precisa fazer um muro de contenção, fazer uma rampa nova de acesso, etc. E este custo não está detalhado ainda”, aponta.
O secretário afirma que a conclusão das obras de duplicação trará mais fluidez ao trânsito, já que um dos objetivos da mudança na Arno Dohler foi dar mais clareza ao itinerário.
Projeto antigo
O projeto foi criado há 21 anos, em 2000. Desde então, Virmond explica, foram construídas diferentes versões do documento.
O secretário afirma que, há oito anos, o projeto entrou no financiamento do BNDES. Ele conta que havia um pacote de obras que o governo federal estava dando recurso e que o estado de Santa Catarina tinha se comprometido a pagar a conta do financiamento. Portanto, o município estava ganhando este pacote do banco.
O financiamento previa, à época, R$ 66 milhões em obras viárias em Joinville. As obras consideradas prioritárias eram a duplicação da Almirante Jaceguay e do binário da Max Colin com a XV de Novembro.
“Foi uma decisão do governo anterior transferir esses recursos para duplicação da Santos Dumont. Entretanto, houve dificuldade de se obter as desapropriações de imóveis e a obra foi modificada durante sua execução. Então foi executada uma parte mais estreita do que estava projetado”, lembra.
Com isso, o contorno da Edgar Nelson Meister e Tenente Antônio João, que era uma medida temporária durante a execução das obras, acabou se tornando permanente dada a impossibilidade de voltar a Santos Dumont a ser mão dupla com pista simples. “Que daria uma relação de tráfego muito pior”, destaca.
“Tem rua que tem que alargar, mas o terreno tem dono, aí você precisa pagar. Mas custa caro. Nós temos vários eixos projetados para a ampliação, que estão no plano diretor desde 1973, e boa parte deste traçado, cerca de 150 quilômetros de duplicação de vias, não foi feito porque não foi feita a desapropriação. Então desses 150 quilômetros que estavam projetados, estamos chegando perto de 20 [quilômetros]”, diz.
Possibilidade de elevado
Outra modificação que existe no projeto é a construção de um elevado para a esquina da Santos Dumont com a rua Arno Waldemar Döhler.
Virmond afirma não ser possível assegurar que a modificação ocorrerá como também não descarta a possibilidade da obra. Ele cita como exemplo o viaduto da rua Tuiutí que, por ser localizado na área industrial, possui menor impacto urbanístico.
“Eu prefiro resolver o trânsito sem elevados. Os elevados custam muito caro, então uma avaliação de custo-benefício tem que ser muito criteriosa em relação a outras ações que podem ser feitas. Por exemplo, as pontes da zona Sul poderiam ter sido feitas com o mesmo recurso do elevado da Tuiutí”, opina.
As três pontes citadas por Virmond são as pontes Nacar, Plácido Olímpio, Anêmonas e Joinville. Mais detalhes sobre as construções podem ser conferidas aqui.