“Poderia ter sido os três”, diz mãe de jovem que perdeu a mão com explosivo em Joinville
Johnipher desviou o carro, com esposa e filho, do artefato que estava jogado na rua. Ele está internado em estado grave
Johnipher desviou o carro, com esposa e filho, do artefato que estava jogado na rua. Ele está internado em estado grave
“Poderia ter sido pior, poderia ter sido os três”. Apesar dos dias difíceis e noites sem dormir, Cintia Espindula, 47 anos, mãe de Johnipher Luís Espindula, 27, atingido pela explosão de um artefato na região do Parque Guarani, em Joinville, agradece pela vida e saúde da nora e do neto, de um ano. Isso porque minutos antes da tragédia, Johni passou com a família de carro pela rua e desviou do explosivo que estava no chão.
“Era uma noite de muita felicidade”, conta a mãe sobre aquela terça-feira, 11. Johni havia ido à casa dos pais, no bairro Profipo, para tomar banho, já que estavam sem água. Aproveitando a visita, o pai do jovem assou linguicinhas e a família passou um tempo juntos, rindo e conversando. No retorno pra casa, Cintia ainda mandou uma mensagem para ele e a esposa, perguntando se chegaram bem e a nora confirmou que sim.
Minutos depois veio a ligação. “Ali eu já perdi meu chão”, diz Cintia. A esposa ligou aos prantos para falar da explosão. Achava que Johni havia morrido. Parentes que moram próximo foram ao local para ajudá-lo, mas ele já estava sendo atendido pelos socorristas.
Jéssica contou à sogra que eles viram o objeto quando estavam voltando para casa de carro e que o marido conseguiu desviar. Depois que chegaram na residência, ele foi até a rua ver o que era o material de ferro.
Jhoni achou que era um metal comum e pegou para tirar da rua e evitar que alguma das crianças que costumam brincar na via se machucasse. Ao tocar no artefato, ele explodiu. O marido de Jéssica perdeu uma das mãos, inalou fumaça e se queimou. O jovem segue em tratamento, está internado no hospital em estado grave, mas com chances de sobreviver.
Agora, a mãe torce por justiça. Ela acredita que será difícil encontrar o responsável pelo explosivo. “É muito triste pensar que alguém deixaria aquilo ali para prejudicar outra pessoa”, conta. Ainda assim, Cintia quer entender o que aconteceu, como o objeto foi parar ali. “Poderia ter sido uma criança, elas brincam na rua”, comenta.
Em recuperação, a mãe pede orações ao filho. “Ele é muito querido, tem muitos amigos, estamos numa grande rede de orações”. Com Jhoni no hospital, a família também tem contado com doações e a solidariedade para os cuidados dele durante a internação.