Polícia Civil investiga influencer de Joinville por apologia ao crime em vídeo
O influencer pediu desculpas e disse que a piada foi de mau gosto
Um vídeo do digital influencer de Joinville Fabrício dos Santos Simão, proprietário do “Canal do Miami”, será investigado pela Polícia Civil do município.
Nele, o influencer faz propaganda para um sex shop, no qual divulga um produto chamado “tesão de vaca”, que pode ser colocado por homens no copo das mulheres, o que gerou revolta nas redes sociais.
Fabrício explica que o produto é à base de guaraná e taurina, para estimular o desejo sexual em homens e mulheres.
O vídeo foi excluído do Canal do Miami, que tem mais de 48 mil seguidores, depois da repercussão negativa. A publicação, porém, foi gravada e publicada em outras redes sociais.
No Twitter, usuárias criticaram o joinvilense por fazer apologia ao machismo, estupro e ao “boa noite, Cinderela”, substância colocada em bebidas para dopar as vítimas. Até a tarde desta sexta-feira, 9, o vídeo tinha mais de 69 mil visualização.
Delegada diz que polícia analisa o caso
Com a repercussão nas redes, o caso chegou à Polícia Civil do município. Segundo a delegada Cláudia Lopes Gonzaga, responsável pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) de Joinville, o vídeo está sendo investigado por apologia ao crime.
Para ela, é necessário ouvir Fabrício para analisar a situação. “Não podemos dar linha de investigação clara sem antes ouvi-lo. Só depois disso é que vamos dar um caminho para o caso”, explica.
Cláudia afirma que o fato dele ter apagado a publicação e pedido desculpas pelo vídeo pode influenciar a análise. “Ele mostrou arrependimento, isso é levado consideração em um julgamento”.
A Polícia Civil deve ouvir Fabrício em até 10 dias.
Caso seja condenado, o influencer pode cumprir de 3 a 6 seis meses de detenção.
Piada infeliz
Na última quarta-feira, 7, Fabrício publicou um vídeo no Twitter pedindo desculpas pela piada piada. Nele, o proprietário do Canal do Miami diz estar arrependido pelo ocorrido.
Em entrevista ao jornal O Município Joinville, o influencer ressalta que errou, mas lamenta que o vídeo tenha sido tirado de contexto. “Eu errei, não analisei tudo o que poderia gerar. Eu me arrependo de ter feito o vídeo, a piada foi muito infeliz. Mas é uma pena que as pessoas mudaram totalmente o sentido”, critica.
Para ele, o caso deve servir de aprendizado. “Toda vez que eu fazer uma piada vou pensar sobre todas as formas que ela pode atingir as pessoas”, afirma.
Apesar do arrependimento, Fabrício pensa que a interpretação da piada não é responsabilidade dele. “Piada é piada, a forma que ela é interpretada nem sempre é responsabilidade minha”, explica.
E que não acredita em condenação. “Não vai acontecer nada, a própria delegada já falou que a minha piada não caracteriza crime de apologia ao estupro, O processo deve acabar em cestas básicas ou serviço comunitário”, complementa.