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Polícia conclui investigação sobre uso de bandeira de guerra alemã em desfile, em São Bento do Sul

Caso gerou polêmica na última semana

A Polícia Civil concluiu que uso da bandeira de guerra alemã durante o desfile da 40ª Schlachtfest não foi apologia ao nazismo. O caso gerou polêmica em São Bento do Sul após um grupo desfilar com a bandeira no desfile da festa germânica.

Com a repercussão, a Polícia Civil iniciou uma investigação. O caso foi analisado pela Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância (DRRDI) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil (Deic).

Durante a investigação, a Polícia Civil fez pesquisas sobre a suposta ilicitude dos símbolos, análise de imagens do desfile, além de ouvir os possíveis envolvidos.

A conclusão da polícia foi de que o uso da bandeira não implicou em apologia ao nazismo, visto que não possui cruz gamada ou suástica. Ainda aponta que não houve manifestação do grupo com intuito de fazer apologia ao nazismo.

A polícia também investigou o motivo do numeral 1929 na placa do veículo. Segundo a investigação, o carro foi adquirido com a placa, que faz referência ao ano de fabricação do veículo, 1929, e não tem vinculação com o período histórico.

Com isso, entende que não houve crime e classificou a situação como “mal-entendido”.

Relembre o caso

No sábado, 7, um grupo de seis pessoas desfilou com uma bandeira de guerra alemã no desfile da 40ª Schlachtfest, festa típica alemã realizada em São Bento do Sul. Eles utilizavam roupas e outros objetos típicos da Alemanha e a bandeira ficou posicionada ao lado direito do veículo. A polêmica iniciou quando usuários associaram a bandeira ao nazismo.

Em nota, a Sociedade Ginástica e Desportiva São Bento, organizadora da 40ª Schlachtfest, negou que a bandeira seja nazista e ressaltou que a instituição condena qualquer manifestação que faça apologia a ideologias que pregam o ódio e a exclusão.

Na nota, a sociedade citou o professor Wilson de Oliveira Neto, historiador e doutor em Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ. Ele diz que a bandeira exibida no desfile é uma representação da “Reichskriegsflagge”, uma bandeira de guerra do Império Alemão, usada entre os anos 1870 e 1918.

“Durante o regime nacional-socialista, de 1933 a 1945, a bandeira foi reintroduzida quando da criação da Wehrmacht, em 1935. Como ocorreu com os demais símbolos alemães anteriores ao Nazismo, a Reichskriegsflagge foi nazificada, sendo a águia imperial alemã substituída pela suástica e as cores da Prússia trocadas pelas cores da bandeira nazista, vermelha, preta e branca”, explicou Wilson.

A reportagem de O Município Joinville falou com Karl Schurster, professor e doutor em História da Universidade de Pernambuco (UPE) e autor do livro “O fenômeno nazi e seu impacto na historiografia do tempo presente”. Ele também explicou que a bandeira em si não é nazista. Contudo, na interpretação dele, o uso do símbolo pode ser entendido como nazista.

Schurster contou ainda que o uso da bandeira foi comum no Terceiro Reich, nome dado ao regime nazista que governou a Alemanha entre 1933 e 1945. Por isso, o professor entende que a bandeira não deve ser utilizada, mesmo sendo encontrada em lojas virtuais.

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