Polícia prende mulher e dois homens por tráfico em Joinville; moradores teriam gerado tumulto e viatura foi apedrejada
Segundo PM, câmera do uniforme não registrou a confusão
Segundo PM, câmera do uniforme não registrou a confusão
Nesta sexta-feira, 26, a Polícia Militar de Joinville prendeu uma mulher e seus dois filhos pelo crime de tráfico de drogas. Durante a abordagem, moradores das proximidades criticaram a atuação policial. Um dos moradores tentou agredir um soldado e até mesmo uma pedra foi arremessada na viatura.
A guarnição recebeu denúncia anônima de que em uma residência no bairro Jardim Iririu, na rua Edit Conrrado Luciano, estava sendo realizada a comercialização de drogas. A denúncia relatava que um homem praticava o comércio ilegal através do WhatsApp, e usava seu carro Peugeot de cor Branca para fazer as entregas.
A guarnição realizou diversas rondas no endereço citado em datas anteriores e viu, na última terça-feira, dia 23 o referido suspeito saindo da residência com o veículo Peugeot. Entretanto, ao tentar abordar o homem, este percebeu a presença e conseguiu despistar a aproximação, não sendo possível realizar abordagem.
Já nesta sexta a guarnição, em acompanhamento dos fatos anteriores, deslocou-se em rondas, encontrando o suspeito novamente saindo com o Peugeot 308 Allure da residência. Após a aproximação foi realizada a abordagem do motorista, que desembarcou do veículo obedecendo às ordens.
Foi realizada a revista pessoal no homem, que de imediato informou que havia um torrão de substância análoga à maconha no banco de seu veículo, momento em que a guarnição iniciou o acionamento da câmera corporal.
Em seguida ele, ao perceber que seria informado o motivo da abordagem, arremessou o seu celular para cima de um telhado, não acatando mais o que era pedido pelos policiais. Segundo a PM, ele resistiu às solicitações e não cedeu às algemas que os policiais tentaram colocar.
Segundo a PM, a câmera policial caiu no chão e moradores da região começaram a se aproximar de forma hostil ao local da ocorrência com comportamento agressivo, suscitando confronto contra a guarnição. Ainda de acordo com informações dos policiais, a população gritava que a abordagem era “covardia, abuso de autoridade” sem saber a real circunstância da tentativa de contenção do suspeito, o qual resistia, não deixando ser algemado.
Durante a tentava de algemar o suspeito, ainda de acordo com a PM, um morador das proximidades chegou ao local alterado proferindo palavras de baixo calão contra guarnição como “vagabundos, vermes e filhos das putas”, e partiu para cima dos policiais, tentando agredir com socos e chutes.
Ainda de acordo com o relato da PM, diante da agressão sofrida por parte dos agentes, um dos soldados utilizou o espargidor de pimenta em outros homens que investiam contra a guarnição na direção do homem que tentava agredir a guarnição, porém o referido equipamento não surtiu efeito, e ele tentou novamente dar chutes e socos contra o soldado.
A PM segue o relato informando que, após um dos soldados equipar-se com a Calibre 12, foi arremessada uma pedra contra a guarnição, jogada da direção onde encontrava-se o vizinho que teria agredido os soldados, sendo que o objeto colidiu contra a coluna lateral do lado esquerdo da viatura PM6156.
Segundo a PM, um dos soldados efetuou apenas um disparo com a Calibre 12 com munição de borracha, com o objetivo de cessar a agressão realizada pelo morador. Após o disparo, o morador evadiu-se para próximo de populares para instigar estes a investirem contra a guarnição.
A guarnição prendeu o morador das proximidades, o qual resistiu fisicamente para não ser algemado. Foi solicitado apoio de outras guarnições da Polícia Militar, mas a comunicação foi prejudicada devido à viatura PM6156 não possuir rádio. A PM ressaltou por meio de nota que, ao iniciar abordagem, foi tentado realizar o acionamento de uma câmera, entretanto, no momento que o morador iniciou a resistência com contato físico, a câmera foi projetada do colete balístico de um dos soldados ao solo, devido ao contato na contenção do suspeito.
Após a chegada de outras viaturas policiais no local, a guarnição retornou à residência de onde o suspeito havia acabado de sair, e, conforme as denúncias anônimas, local em que era realizada a comercialização de drogas.
Em seguida, a guarnição deparou-se com uma mulher que estava em via pública, e ela apresentava comportamento alterado e esboçava nervosismo. Ao ser indagada, informou que havia retirado da residência drogas e objetos relativos à traficância pertencentes ao seu filho, pois já havia sido informada por moradores locais que o masculino estava sendo abordado pela polícia.
A senhora, de forma voluntária e com o intuito de comprovar que não aceitava o comportamento do seu filho, buscou a droga e entregou para a guarnição. Ela relatou também que seu filho já realizava a comercialização há aproximadamente quatro meses e que repreendia e não aceitava essa conduta, mas seu filho apresentava comportamento de confronto, não obedecendo suas ordens. Segindo ela, ele achava que nunca seria pego.
A senhora mostrou onde seu filho escondia os entorpecentes auxiliando a polícia de forma voluntária. Foi solicitado o apoio do canil de Joinville, que localizou duas balanças e uma porção de maconha fragmentada.
No local foram apreendidos os seguintes produtos: duas balanças de precisão, vários sacos plásticos característicos de embalagem de drogas, dois celulares, três rolos de plástico insulfilm, um torrão de maconha, uma porção fragmentada de maconha embalada em um pacote plástico, totalizado aproximadamente a quantia de 355g de substância análoga à maconha, a quantia de 328 comprimidos de ecstasy, aproximadamente cinco comprimidos de ecstasy fragmentados em um pacote plástico.
Foi apreendida em posse do suspeito, a quantia de R$ 450, um torrão de aproximadamente 10 gramas de substância análoga à maconha, que conforme informações seria a porção que havia sido comercializada pelo WhatsApp e ele entregaria. O celular Samsung que foi arremessado pelo suspeito foi entregue pela proprietária de uma residência próxima, a mesma informou que o celular danificado caiu em seu telhado, mas não causou danos em sua casa.
O morador que teria tentado agredir os soldados foi conduzido ao hospital onde recebeu atendimento médico e passou por sutura, recebendo aproximadamente seis pontos no tronco, e após o atendimento foi conduzido à central de polícia na condição de preso pelos crimes de dano contra patrimônio público, resistência, desacato, desobediência, tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas.
A PM ressalta que este morador em questão mora na mesma residência do suspeito e de sua mãe e, conforme relatos colhidos no decorrer do atendimento da ocorrência, todos os conduzidos tinham o conhecimento dos ilícitos no local, e da comercialização dos entorpecentes, sendo diretamente todos coniventes e beneficiados remuneradamente.
A mulher foi conduzida na condição de presa pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e tráfico de drogas e o suspeito foi conduzido à central de polícia na condição de preso pelos crimes de resistência, desobediência, associação para o tráfico de drogas e tráfico de drogas. Na delegacia, o suspeito apresentou comportamento de desconforto e ao ser questionado relatou que estava com dores na região do braço esquerdo, porém não queria atendimento médico.
A guarnição realizou contato com o Samu, o qual orientou a condução do suspeito ao hospital para uma melhor avaliação, que o homem recusou atendimento. Entretanto, após ser orientado e informado da necessidade de preservação da própria saúde ele foi conduzido ao hospital, e após receber alta hospitalar retornou à Central de Polícia.
Por fim, a guarnição anexou vídeos filmados por populares durante a dinâmica da ocorrência supracitada, afim de materializar todos os fatos. A PM explica que o caso teve alta exposição nas redes sociais, mas que os componentes da guarnição, durante o primeiro ato de resistência por parte do abordado, tiveram suas coberturas caídas ao solo, lanternas, câmera, entre outros objetos.