Porto de São Francisco do Sul/Divulgação
Porto de São Francisco do Sul aumenta movimentação e registra recordes em 2023; confira dados
Ao todo foram 3,7 milhões de toneladas de cargas movimentadas no primeiro trimestre de 2023
São Francisco do Sul completa neste sábado, 15, 176 anos de fundação. Para dar destaque à cidade, o jornal O Município Joinville produziu uma reportagem sobre o Porto de São Francisco do Sul, que apresenta grande relevância para a economia e desenvolvimento do município. No primeiro trimestre de 2023, o porto registrou um aumento de 23% na movimentação, quando comparado ao mesmo período no ano passado. Ao todo, foram 3,7 milhões de toneladas, frente a três milhões de toneladas em 2022.
Em relação à importação, principalmente de aço e fertilizantes, foram 1,8 milhão de toneladas (48%). Já a exportação, principalmente de soja e milho, foram 1,9 milhão de toneladas (52%).
Nomeado presidente do porto pelo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), o advogador Cleverton Elias Vieira, de 44 anos, destaca que desde que a empresa estatal SCpar assumiu a administração da infraestrutura e fiscalização das operações, em 2019, houve a possibilidade de mais investimentos, o que faz com que o porto alcance bons números.
“Desde lá, o porto sofreu algumas mudanças significativas. Foi feito, por exemplo, um investimento novo para chegar a cinco acessos (balanças) ao porto. Foi investido mais de R$ 4 milhões. Com isso, ao invés de receber 500 caminhões por dia, o limite passa para 1,5 mil e dinamiza muito a movimentação de cargas”, destaca.
Além das novas balanças, Vieira conta que foram investidos cerca de R$ 40 milhões em 2021 para a realização de uma dragagem, que segundo ele não acontecia há pelo menos seis anos.
“Para garantir a competitividade do porto, também estamos contratando um plano de monitoramento de profundidade. A partir disso, teremos um plano de execução e um programa de dragagem do porto, para que não se faça isso sem planejamento”, revela.
Expectativas
Para o presidente, as expectativas em relação à movimentação do porto já estão sendo superadas. Para o ano todo, diz que a expectativa é que haja um aumento de 7% em comparação a 2022.
Cleverton diz que a expectativa é chegar próximo de 13,5 milhões de toneladas. No entanto, as condições climáticas influenciam bastante no desempenho. Neste primeiro trimestre, tem sido favorável, o que contribuiu para o aumento de 23% na movimentação.
Conforme o porto, outro ponto que influencia para o aumento na movimentação portuária é a guerra na Ucrânia. Devido à situação, a exportação de óleo de soja para os países asiáticos deve crescer 80%, passando de 220 mil toneladas para 400 mil toneladas.
Recordes de carregamento
Além do aumento de movimentação, o porto de São Francisco do Sul teve um aumento na eficácia durante o carregamento de navios. Em março, atingiu dois recordes de tempo de carregamento de um navio de grãos na mesma semana.
O navio Canopus, da Libéria, foi carregado em 26 horas, com uma média de 1.274 toneladas por hora. Depois, ainda na mesma semana, um navio foi carregado com 67 mil toneladas de soja em 26 horas, uma média de 1.278 toneladas por hora.
Cleverton explica que isto foi possível por conta de investimentos nos shiploaders do terminal graneleiro. Shiploader é um carregador de navio, ou seja, a carga chega nele por uma esteira e o equipamento consegue colocar 1,2 toneladas por hora de soja ou milho dentro do porão do navio.
“Além da agilidade que isso traz para o trabalho, um ponto importante é permitir com que a movimentação dos navios seja mais rápida. Um navio carregado sai e outro já entra em seguida”, frisa o presidente do porto.
Desafios e investimentos
Mesmo com apenas pouco mais de dois meses como presidente do porto de São Francisco do Sul, Cleverton já atua há dez anos no setor portuário. Para ele, o principal desafio é garantir uma infraestrutura adequada.
“Não queremos atrapalhar. E não atrapalhar, na questão de administração portuária, é fazer o seu ‘dever de casa’, que é manter a pavimentação, a estrutura do porto em condições e com segurança”, diz.
Também frisa que é necessário fazer com que todos os acessos ao porto estejam em condições. “Conseguindo fazer isso, o privado é muito eficiente e performa muito bem”, pontua Cleverton.
Com a nova diretoria, também busca, até o mês de junho, o funcionamento regular do porto, que é deixar todas as exigências para funcionar em dia. Com isso, a meta de curto prazo é realizar compras de equipamentos de controle de acesso e abrir as novas balanças.
Já a médio e longo prazo, visa investir em mais estrutura e capacitação dos colaboradores. “Os estudos são para o arrendamento do terminal graneleiro, cujo edital queremos lançar ainda esse ano, se der tudo certo. E estamos concluindo o estudo para um novo berço de atracação, o berço 401, que queremos ofertar para a comunidade portuária”, revela.
Além disso, o porto de São Francisco do Sul também aguarda para este ano uma certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para poder exportar milho para a China. Conforme Vieira, o pedido foi protocolado em março e a resposta deve ser recebida em breve.
Importância para cidade
Maior porto em movimentação de carga de Santa Catarina, o porto tem grande influência econômica no estado e, principalmente, na cidade de São Francisco Sul. Segundo Vieira, os bons números são de extrema importância para o aumento da cadeia logística e na geração de empregos, principalmente de forma indireta.
Conforme o porto, o complexo portuário da Babitonga é responsável por 50% do volume das cargas movimentadas pelos portos de Santa Catarina e movimenta R$ 100 bilhões por ano, equivalente a 43% do comércio exterior catarinense.
“O sucesso do porto é o sucesso da cidade. 42% do aço importado pelo Brasil entra por São Francisco do Sul. É uma engrenagem para o restante da cadeia econômica do estado e país. Com o porto bem, funcionários portuários recebem mais, além da movimentação da cadeia econômica, tanto pública quanto particular da cidade”, finaliza.
O porto em números
O Porto de São Francisco do Sul é o maior em movimentação de carga de Santa Catarina, sendo responsável por metade de todo o aço importado pelo Brasil e por 80% da soja exportada pelo estado.
É referência nacional na movimentação de granéis agrícolas e produtos siderúrgicos. O Porto de São Francisco do Sul tem uma movimentação média de 13 milhões de toneladas. No ano passado, foram 480 embarcações atracadas.
Principais cargas:
– Soja e milho (40%)
– Produtos siderúrgicos (28%)
– Fertilizantes (19%)
– Madeira (3%)
– Papel e celulose (2,5%)
Destaques
– 5º lugar no ranking ambiental, entre os 34 portos públicos brasileiros.
– 9º maior porto público do Brasil em movimentação de carga geral.
– 3º melhor porto em desempenho do Brasil
– Tem a maior extensão de cais entre os portos catarinenses (1,5 km), dividido em sete berços de atracação.