“Precisamos nos revolucionar”: painel na Expogestão discute futuro da indústria

Painel reuniu diversos empresários importantes de Joinville e Santa Catarina

“Precisamos nos revolucionar”: painel na Expogestão discute futuro da indústria

Painel reuniu diversos empresários importantes de Joinville e Santa Catarina

Yasmim Eble

Nesta terça-feira, 28, a Expogestão realizou o painel O Futuro da Indústria. Executivos da Tupy, Marisol, BMW e o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar se reuniram na Expoville para discutir os caminhos para o desenvolvimento da indústria. 

O painel foi mediado por José Eduardo Fiates, diretor de Inovação e Competitividade da Fiesc, que reforçou na apresentação dos convidados que “o líder do amanhã se forma agora”. O painel trouxe uma discussão profunda sobre quais são as dificuldades e necessidades encontradas para o crescimento dos diversos setores da indústria. 

“É necessário olhar para o futuro. Mas pensar nele utilizando práticas sustentáveis, no lado social e nas pessoas que consistem no ecossistema de uma indústria”, diz José. Cada palestrante trouxe sua experiência em um nicho industrial de Joinville e Santa Catarina, em um tempo de dez minutos.

Confira os palestrantes:

Fernando Cestari de Rizzo – CEO da Tupy

Yasmim Eble/O Município Joinville

Fernando Rizzo, CEO da Tupy, multinacional na área da metalúrgica de Joinville, trouxe detalhes de como o negócio se tornou uma referência e um líder em vendas na área. Segundo ele, os principais pilares foram o conhecimento e o incentivo à pesquisa.

“O que tornou a empresa competitiva foi o talento humano. Nossa vantagem está nas pessoas que acreditaram e quiseram saber mais”, relata. Segundo Fernando, 19 mil empregos são gerados na Tupy, com cerca de 50% do corpo de empregados de Joinville. Outro ponto citado foi a questão da desigualdade social e como ela impacta na produtividade e na qualidade de vida dos empregados. 

Rizzo relata que todos têm necessidades em comum e que é “importante que as pessoas tenham acesso às questões básicas como alimentação, moradia, água potável, saneamento e energia”. Os desafios da sociedade também devem ser pensados pela indústria, segundo Rizzo. 

“Precisamos pensar em soluções viáveis e escaláveis para a população. É necessário evoluir em diversos processos e encarar a inovação como um método”, explica. Sendo preciso acreditar na engenharia, ciência e investir nesses pontos. 

Como finalização, o CEO da Tupy destacou que é preciso treinar os técnicos em novas tecnologias e ganhar competitividade quando o assunto é conhecimento. “O produto muda, mas o conhecimento fica. Se reinventar e conhecer traz o sucesso”, completa.

Giuliano Donini – Presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Moda Fiesc e CEO da Marisol

Yasmim Eble/O Município Joinville

Giuliano Donini é presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Moda da Fiesc e também é CEO da Marisol. No painel, ele trouxe uma perspectiva setorial do futuro da indústria. “O setor da moda é muito antigo e longevo. Sendo um setor muito importante para Santa Catarina e para o Brasil”, relata. 

Em Santa Catarina, são mais de 9,1 mil empresas formalmente registradas, tornando o estado o 2º maior gerador de empregos do setor no Brasil, porém fica em 16º lugar em produtividade. Para ele, é preciso discutir como e o que no setor precisa ser mudado para uma melhora. 

“É preciso reconhecer como funcionam as relações para buscar uma recuperação”, conta. Para isso, ele trouxe dados envolvendo o tamanho das indústrias do setor, o valor de remuneração e quanto é produzido. “A falta de uma clara liderança no setor também dificulta a transformação digital desse setor”, exemplifica. 

Os temas prioritários são a mão de obra, a imagem do setor e os incentivos às micro e pequenas empresas, que são a maioria quando se trata da indústria do varejo. Como solução, Donini vê a criação de ecossistemas colaborativos como uma boa saída. 

“Isso pode reduzir custos, aumentar a produtividade, economia de escala, compartilhamento de conhecimento e boas práticas. Isso também acaba sendo um estímulo à inovação e à colaboração”, completa.

Ricardo Santin – Diretor de Montagem na BMW Group Brasil

Yasmim Eble/O Município Joinville

O diretor de montagem na BMW Group Brasil, Ricardo Santin, também foi um dos palestrantes. Em sua fala, ele relatou os cases de sucesso da BMW e quais são os principais focos da empresa que é uma das líderes da indústria automotiva. 

Para ele, mesmo sendo uma marca centenária, o foco da BMW é em transformação. “Essa transformação acontece em quatro pilares: eletrificação, sustentabilidade, digitalização e rentabilidade”, explica. O investimento em práticas sustentáveis na indústria, para ele, é uma ótima saída, mas sempre pensando na rentabilidade. 

Esses pilares estão ligados à flexibilidade e inovação da marca, que utiliza os termos Green, Lean e Digital para basear suas estratégias. “Porém, no centro disso tudo estão as pessoas. O recurso humano. Tendo como base a liderança”, conta. 

Para Ricardo, gerar bons líderes que pensem junto a marca e suas ideias torna o produto rentável e a marca sólida. “É necessário trabalhar em pautas da sociedade, mas sempre com muita resiliência e adaptação”, completa.

Mario Cezar de Aguiar – Presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina

Yasmim Eble/O Município Joinville

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Mario Cezar de Aguiar, trouxe um olhar mais otimista sobre a indústria catarinense. “Santa Catarina tem na indústria o seu vetor de desenvolvimento. Temos a indústria mais diversificada do Brasil, com potencial de produção enorme e uma manufatura que chega a 25%”, explica. 

Segundo Mário, há uma corrente forte de comércio internacional, com Santa Catarina sendo um grande exportador e importador. Por haver um passado de cultura industrial, o presidente da Fiesc relata que não se pode viver apenas do que já aconteceu. “O passado não garante o futuro, por isso precisamos nos revolucionar. Isso está claro quando somos a área que mais gera emprego”, conta. 

Como estado industrializado, para Mário, é impossível pensar que a indústria não terá um futuro. Porém, é necessário vencer desafios e gerar mais oportunidades. 

“Práticas como a diminuição do carbono, transformar energia fóssil em energia retornável e a transformação digital são tendências e onde as lideranças precisam atuar diretamente”, relata Mário. Outro ponto, é a saúde e bem-estar no ambiente de trabalho pensando nas pessoas.


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