X
X

Buscar

Prefeitura ouve cinco empresas, JEC e Nação sobre concessão da Arena Joinville; veja apontamentos

Prefeitura divulgou o relatório das reuniões nesta semana

A Prefeitura de Joinville divulgou nesta terça-feira, 18, o relatório das reuniões com as empresas que participaram do edital de chamamento público para discutir sobre o projeto de concessão de alguns serviços, como reforma e gestão, da Arena Joinville.

As reuniões ocorreram entre os dias 14 e 24 de março, de forma virtual. Confira quais empresas participaram:

  • Hunter Soluções de Comunicação e Serviços Ltda
  • Allegra Pacaembu
  • X-9 Promoções Artísticas Ltda
  • Arena das Dunas
  • Nação Esportes Futebol Clube
  • Joinville Esporte Clube
  • Porão da Liga

Segundo o relatório, nenhuma das empresas consultadas manifestou pela inviabilidade da concessão. Inclusive, uma das empresas, de estádios esportivos, teria dito que vê crescimento do interesse neste ramo e que o mercado e o setor público estão mais amadurecidos para isto.

Outra empresa teria afirmado que há viabilidade para a concessão e que o mercado está preparado para isso, com as expertises adquiridas após a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Conforme o relatório, boa parte das empresas manifestou interesse na participação em um eventual Procedimento de Manifestação de Interesse e/ou na Concorrência Pública para a concessão da Arena.

O que é inviável

Para as empresas participantes do mercado de eventos, é inviável considerar grandes concertos como fonte de receita relevante na concessão. Isso porque os custos da estrutura de palco, iluminação, sonorização, proteção do gramado, recursos humanos, entre outros, costumam ser muito altos.

Foi levantado que as três formas de mitigar estes custos altos seriam o próprio local já ter parte destes materiais, a possibilidade da receita de bar ficar com o produtor
de eventos, e o estádio já ter todas as licenças e alvarás necessários para a realização de shows.

Uma das empresas consultadas lembrou que o clima da cidade pode não ser favorável para eventos ao ar livre. Por outro lado, para os concessionários de estádios esportivos consultados, os eventos geram a maior fatia de sua receita, incluindo eventos corporativos.

Outra empresa ainda manifestou que é muito importante a substituição do
gramado natural por gramado sintético, pois isso permitirá trazer uma receita maior além do futebol profissional, facilitando jogos amadores, usos mais intensos, eventos corporativos, feiras, formaturas, entre outros eventos.

Uma das empresas consultadas informou que apenas o futebol não gera receita necessária para manter o complexo. No entanto, complementarmente, algumas empresas consultadas acenaram positivamente em se ter um (ou mais) clube de futebol “âncora”, em razão da garantia de fluxo de pessoas no local.

Para a maioria das empresas, apenas a Arena como equipamento esportivo não tem viabilidade. A efetivação de um projeto precisaria da exploração imobiliária e comercial da Arena e do terreno, pois geram fluxo de pessoas e receita ao empreendimento.

Esta exploração pode ser na transformação do espaço já existente com a instalação de estabelecimentos comerciais e de serviços, como lojas, escritórios, academias, restaurantes, coworkings; bem como na construção de novas torres para a exploração imobiliária.

Continua após o anúncio

O que pensam os clubes de futebol

Os clubes de futebol consultados manifestaram que acham justa a cobrança de algum valor como contrapartida para a utilização do estádio, mas que a negociação deve ser feita com cuidado para que seja interessante a todos os envolvidos.

Inclusive, os clubes acreditam que deve haver a possibilidade de uso da Arena pelos times sem que afete a rentabilidade do concessionário.

Outros investimentos

Foi discutido também sobre a viabilidade econômica da eventual construção e operação de um ginásio esportivo anexo ao complexo. Algumas empresas se manifestaram no sentido da inviabilidade, em razão do custo de construção e operação e da limitação de uso. Além disso, essas empresas reforçaram que os principais estádios de futebol com um ginásio esportivo ao lado não foram concedidos de forma conjunta.

Algumas empresas também acreditam que o retorno do investimento pode ser maior se for investido em melhorias no próprio estádio. Por outro lado, duas empresas manifestaram interesse caso o complexo possa ser utilizado como centro de exposições e eventos.

A maioria das empresas consultadas reforçou a importância de se pensar na Arena Joinville de forma integrada com o seu entorno, uma delas propondo inclusive a elaboração de um concurso público de arquitetura para criação de um plano para a área.

O ideal seria integrar o projeto da Arena com uma política de revitalização do entorno, levando outros equipamentos de lazer, parques, gastronomia, e aproximando a Arena do rio. Desta forma, as empresas acreditam que pode se desenvolver um ciclo virtuoso de atração de investimentos, sobretudo de turismo e infraestrutura, o que permitiria a criação de um importante ponto turístico.

Na estruturação do edital, duas empresas se manifestaram no sentido de não obrigar investimentos novos, mas permitir com que eles aconteçam, deixando livre para o concessionário investir caso este entenda que tem viabilidade.

Por fim, uma das empresas defendeu que o Poder Concedente não pode deixar de ser atuante depois do projeto licitatório ser concluído, e que o esforço para contribuir com o projeto deve ser contínuo durante todo o prazo de concessão. Para a empresa, o suporte institucional é fundamental para o sucesso do empreendimento, e o sucesso do parceiro privado é o sucesso da cidade.

Leia também:
1. Rede supermercadista de SC, com duas lojas em Joinville, está entre maiores do Brasil, diz ranking
2. Censo 2022: IBGE divulga dado preliminar da população de Joinville
3. Criação da CPI da Saúde em Joinville não avança e vereadores criam comissão especial; saiba o que deve ser feito
4. Joinville mantém aulas na rede municipal nesta quinta-feira, mas presença é facultativa
5. Basquete Joinville volta à Liga de Desenvolvimento brasileira


Imponente Palacete Schlemm, de Joinville, tem detalhes criados pelo artista alemão Fritz Alt: