Presidente do Novo de Joinville diz que dirigir bêbado “não causa mal a ninguém”
Comentário teve repercussão negativa no Twitter
Comentário teve repercussão negativa no Twitter
Nesta sexta-feira, 12, o presidente do diretório do partido Novo em Joinville, Kahlil Elias Assib Zattar, foi criticado após falar que “dirigir bêbado também não causa mal a ninguém” e que “não é motivo para nenhum tipo de sanção” desde que não cause dano a terceiros.
Os comentários foram feitos no Twitter, pelo perfil oficial de Kahlil, em resposta ao tweet do professor e doutor em Economia, Thomas Conti, que fez uma analogia entre as vacinas contra a Covid-19 com uma tecnologia que poderia prevenir acidente e as mortes fatais no trânsito.
Vamos supor que inventam um aparelho que vc instala em qualquer carro e ele reduz acidentes em 60% e mortes no trânsito em 90%, sem transtorno ao motorista. Para instalar o preço é R$20. O que você pensaria de alguém que se recusasse a instalar? Vacina é isso, mas o preço é R$0.
— Thomas Conti #UsePFF2 #VacinaJá (@ThomasVConti) November 12, 2021
Em resposta, o presidente do partido Novo de Joinville fez outra suposição, desta vez relacionando que comer fastfood diariamente pode aumentar o risco de infarto durante a vida, gerando custos ao Sistema Único de Saúde (SUS) e consequentemente a população. “Imagino que o vá querer controlar o consumo de MCDonalds”, comentou.
A comparação foi criticada pelo professor, que relata que comer o alimento é uma escolha pessoal e que não coloca a vida de terceiros em risco como a Covid-19, que é uma doença contagiosa, ou dirigir bêbado. Em resposta, Kahlil Zattar, alega que “dirigir bêbado também não causa mal a ninguém” e reforçou que a liberdade deve vir com responsabilidade.
Dirigir bêbado também não causa mal a ninguém. A pessoa assume um risco de causar mal e, caso cause mal a alguém, deve ter sua pena agravada. O simples fato de assumir um risco, sem causar dano a terceiros, não é motivo para nenhum tipo de sanção. Liberdade com responsabilidade.
— Kahlil Zattar (@kahlil_zattar) November 12, 2021
A resposta do presidente do Novo de Joinville não foi vista de forma positiva. Alguns usuários da rede social criticaram o posicionamento de Kahlil. Alegam que ele inflige o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), que considera infração gravíssima dirigir sob a influência de álcool, independente de causar ou não danos a terceiros.
Se você soltar um pitbull no berçário, vão querer também te culpar se ele atacar os bebês?
É só o que me faltava… https://t.co/6dXyDHqJUz
— Madeleine Lacsko (@madeleinelacsko) November 12, 2021
Para o presidente do @partidonovo30 de Joinville, dirigir bêbado não causa mal a ninguém. Assumir o risco, sem causar dano não é motivo de ‘sanção’. Vou sair atirando no meio de uma multidão. Se eu não acertar ninguém, tá de boa. https://t.co/3xinvAs3ES
— Bruno Sartori (@brunnosarttori) November 12, 2021
Errado. Leis que estabelecem níveis menores de alcoolemia permitida reduzem mortes e ferimentos.
Ou seja, monitorar quem assume um risco de causar mal diminui o mal que ele poderia causar (e que nem sempre pode ser corrigido com punição/multas).https://t.co/qadlOQNfGj https://t.co/srGyPVZ7ue pic.twitter.com/xSpw6FA2Oq
— Julio C. Ponce (@jasonptodd) November 12, 2021
A reportagem do jornal O Município Joinville entrou em contato com Kahlil Zattar, presidente do diretório do partido Novo no município, que respondeu que a discussão é antiga e envolve diversos pontos que devem ser melhor aprofundados.
Confira a nota na íntegra:
“A questão que estava sendo discutida é uma questão teórica acerca dos limites de atuação que o governo deve impor aos cidadãos. Alguns acham que o governo deve tutelar o cidadão ao máximo, em nome do possível bem comum. Outros acham que o indivíduo deve ser livre pra realizar suas ações, desde que não cause mal algum a terceiros. É uma discussão muito antiga e ao mesmo tempo muito atual na filosofia, que está sendo discutida por exemplo na exigência de passaporte de vacinação para entrar em determinados ambiente. É uma discussão longa, com múltiplas visões, que podemos conversar com maior profundidade em outra oportunidade.”
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