Prestes a completar 80 anos, Tigre pretende investir cerca de R$ 200 milhões em 2021
Com a tendência de aceleração de mercado, empresa pretende investir em capacidade produtiva, pesquisa e inovação
Prestes a completar 80 anos de história, o grupo Tigre pretende gerar um investimento de cerca de R$ 200 milhões neste ano de 2021. A expectativa é continuar investindo principalmente, em capacidade produtiva, pesquisa e inovação.
Além de tecnologias, a marca receberá um investimento em comunicação maior que nos últimos anos, a fim de fortalecer sua presença na mídia de forma geral.
Fora do Brasil, a recente aquisição da Dura Plastic, fabricante e distribuidora líder de componentes de tubulação de PVC nos Estados Unidos, acelera a estratégia de diversificação geográfica da multinacional.
Para Luís Filipe Fonseca, diretor Executivo de Negócios no Brasil do grupo, o planejamento da empresa está alinhado à ambição de liderança absoluta e o desejo de tornar-se referência em todas as Américas em sistemas de condução de água. No país, a empresa já é líder de mercado nos segmentos de tubos, conexões e materiais hidráulicos.
“É um marco histórico de uma companhia sólida, com um crescimento constante, orgânico e também via aquisições e inovação em produtos e processos”, afirma Fonseca.
Outras aquisições
Em janeiro deste ano, o grupo também passou a controlar a Azzo, empresa joinvilense que fabrica torneiras ABS. Sua linha de produtos abrange soluções hidráulicas para o setor residencial, sendo referência em torneiras em plástico de engenharia.
“Um negócio estratégico para a complementariedade do portfólio da Tigre, que já detinha, desde 2017, uma participação de 10% da empresa, que produzia exclusivamente para a Tigre”, explica o diretor executivo.
Ainda no mercado de torneiras, a Tigre adquiriu, no final de 2016, a Fabrimar, marca de torneiras de metal já consolidada no mercado brasileiro, com unidade no Rio de Janeiro. A partir daí, o grupo passou a atuar também em todo Brasil com a Tigre Metais.
Presença em Joinville
Presente em cerca de 40 países — 11 plantas no Brasil e 14 no exterior —, foi em Joinville que esta história de 80 anos começou. Inclusive, é no município que encontra-se a matriz da empresa e um centro operacional, que agrega fábrica, centro de distribuição, laboratórios, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento e Centro de Desenvolvimento de Moldes (CDM).
“Tudo começou em 1941, com o nosso fundador, João Hansen Junior. Nossos acionistas estão aqui e têm um cuidado todo especial com a cidade e suas pessoas”, destaca Fonseca. “Nossa história está intimamente ligada à cidade”, conclui.
Por se tratar de uma multinacional, o foco de seu investimento se dá de forma global. Portanto, para este ano, a companhia prevê um contínuo investimento em capacidade produtiva e inovação também na planta de Joinville.
Redução de despesas durante a pandemia
Seguindo a tendência mundial, a Tigre também foi afetada pela pandemia da Covid-19. De acordo com o diretor executivo de Negócios no Brasil, no início da crise econômica, o grupo precisou revisar planos e investimentos, além de reduzir despesas.
Este movimento, conforme Fonseca, ajudou a manter o emprego dos mais de cinco mil funcionários que compõem a companhia. “No segundo semestre, com o aquecimento do nosso setor, aceleramos e retomamos os investimentos para atender às novas demandas de negócio”, reconhece.
Mesmo com a economia ainda instável no país, a Tigre segue investindo na expansão de seus negócios locais. A empresa encara como positivo o aquecimento do setor da construção civil desde meados de 2020, já que o segmento enfrentava um histórico de resultados pouco assertivos.
Taxas de juros baixas e acesso ao crédito são fatores estruturais positivos para essa retomada, acredita Fonseca. Como consequência, além da aceleração da economia, a geração de empregos é uma dos efeitos desta tendência do mercado.
“Ao mesmo tempo, o marco do saneamento tem potencial de movimentar o setor de forma determinante nos próximos anos. Um cenário político e econômico estável, pode potencializar esses fatores favorecendo a confiança dos investidores”, ressalta.
Para minimizar os efeitos sanitários, conforme Fonseca, a Tigre estruturou suas operações e passou a seguir os protocolos de saúde para oferecer segurança aos funcionários.
Ações de combate à pandemia
Uma das primeiras ações da empresa durante a pandemia foi adotar medidas sanitárias obrigatórias para garantir a segurança de seus funcionários. Além dos protocolos que já fazem parte da rotina, a Tigre disponibilizou uma comunicação regular da liderança com suas equipes, repassando dicas e orientações a partir dos boletins preparados pela área de saúde ocupacional da companhia.
O home office para a área administrativa foi fundamental para redução das estações de trabalho, explica o diretor executivo. “Desde o início da pandemia, praticamente todos os funcionários já tinham notebook e celular com acesso à internet para realizar o trabalho com autonomia. Além disso, os profissionais foram estimulados a buscar sua cadeira e objetos de uso pessoal do escritório, para trabalhar com mais conforto em suas casas”, afirma.
Externamente, como o carro-chefe é a condução de água, a empresa atuou junto a entidades de saúde e ONGs de algumas regiões do país com medidas de higiene ligadas ao saneamento básico.
Entre as principais ações em Joinville, Fonseca destaca o aporte ao fundo da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), centro de triagem da Tupy e auxílio na conquista de respiradores e leitos de UTI para o Hospital São José.
No Brasil e fora, a empresa fez a doação de 2.700 caixas d’água para Pernambuco, Paraná e São Paulo; doou materiais para 1.050 lavatórios no Rio, Manaus, Paraguai e Colômbia; deliberou, junto à Whirlpool e empresas locais, um investimento de R$ 50 mil para a compra de Usina de Oxigênio pela Santa Casa de RC; e fez a doação de R$ 5,2 mil para o projeto Banco de Alimentos.
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