Primeira habilitação: Joinville emite mais de 10 mil CNHs em 2021; veja perfil dos motoristas
Maioria dos novos habilitados tem idade entre 18 e 20 anos, mas autoescolas percebem movimento de pessoas mais velhas
Maioria dos novos habilitados tem idade entre 18 e 20 anos, mas autoescolas percebem movimento de pessoas mais velhas
“Sensação de liberdade” foi o que a vendedora Divina Batista Alves sentiu quando dirigiu um carro pela primeira vez, aos 51 anos. Assim como ela, nos últimos cinco anos, cerca de 1,6 mil pessoas com mais de 50 anos encararam a sala de aula para tirar a primeira habilitação.
Ainda assim, a maior parte das primeiras habilitações expedidas são para jovens de 18 a 20 anos. Foram 4.845 somente no ano passado. Porém, segundo dados do Detran-SC, o número de novos motoristas com mais de 50 anos vinha crescendo e caiu com a pandemia. Em 2019, foram registradas 346 primeiras CNH para esta faixa etária. Em 2020 esse número caiu, passando para 177. No ano passado, foram 215.
Apesar disso, a presença de pessoas mais velhas se destaca em meio a grande quantidade de jovens nas salas de aulas, conta Josué Silva, da Autoescola Barbosa. “Podemos dizer que esses números [faixa etária dos alunos] são bem variados. Inclusive, notamos que a quantidade de pessoas com uma idade mais elevada tem aumentado cada vez mais”, destaca.
Nas salas de aulas da autoescola SL não é diferente. O sócio proprietário da empresa, Adilson Pereira, também ressalta o crescimento de pessoas mais velhas interessadas em começar a dirigir, principalmente de mulheres.
Ele explica que as motivações são variadas, mas entre elas está a autonomia. “Criar uma independência do marido e filhos. Há relatos de que precisam dar suporte ao marido que não pode mais dirigir, então tiram a carteira”, explica.
No caso de Divina, por exemplo, a vontade de tirar a primeira habilitação veio para facilitar o dia a dia no trabalho e, também, para se deslocar sem precisar do auxilio do marido ou filhos.
Antes, Divina não tinha vontade de dirigir. Pegou no volante pela primeira vez na autoescola e, depois disso, passou a gostar. Ela afirma que a equipe de instrutores ajuda muito neste processo.
“Meu instrutor foi calmo e paciente, me senti a vontade. Isso faz diferença, para explicar, ensinar. Dirigir é uma responsabilidade muito grande, precisa aprender certinho para não ter problemas”, ressalta Divina.
De acordo com o Detran-SC, eram expedidas mais de 10 mil Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) para motoristas novatos. Porém, em 2020, por conta da pandemia, este número caiu para 8 mil.
As autoescolas precisaram ficar de portas fechadas. Isso influenciou na queda de registros de novos motoristas.
“Foram meses desafiadores. Mesmo após o período no qual a autoescola ficou fechada, tivemos uma quantidade bem menor de carteiras. Foi necessária várias mudanças para que conseguíssemos estabelecer novamente nossas atividades, como por exemplo, a transmissão das aulas teóricas, mudança que foi super aceita pelos alunos e que decidimos manter”, explica Josué.
Além do fechamento das autoescolas, Adilson lembra que a pandemia impactou também outros setores e, consequentemente, os alunos. Por conta de demissões e redução de cargas horárias, muitos estudantes precisaram trancar a matrícula e novos alunos deixaram de fazer a habilitação.
Já em 2021, o setor começou a se recuperar. “Não voltou 100% da normalidade, mas aumento de 20 a 30%, se comparado a 2020” destaca Adilson. Em 2021, voltaram a ser emitidas mais de 10 mil CNHs para motoristas recém-formados.