Primeiro campeão de pesca infantil relembra competição realizada 34 anos atrás em Joinville

Campeonato aconteceu na Expoville e contou com cerca de 100 participantes

Primeiro campeão de pesca infantil relembra competição realizada 34 anos atrás em Joinville

Campeonato aconteceu na Expoville e contou com cerca de 100 participantes

Yasmim Eble

“Isso é uma coisa que marcou minha vida e me fez escolher a pescaria como lazer”, relata o joinvilense Andrey Ricardo Ganske, de 41 anos, o primeiro vencedor do Campeonato de Pesca Infantil da Expoville, realizado em 1988, em Joinville. 

Andrey tinha apenas oito anos quando participou do campeonato. No entanto, o primeiro contato com a pesca aconteceu três anos antes. “Eu acompanhava meu pai nas pescarias em Balneário Barra do Sul. Eu fui curtindo e gostando da atividade. Isso vem de berço”, conta. 

Andrey e a mãe, Norima, com a primeira vara de pesca com cinco anos. | Crédito: Arquivo Pessoal

Participar do campeonato, no entanto, não foi planejado. Andrey e o pai, Alceu Ganske, sempre passeavam de moto por Joinville nos fins de semana. Naquele dia em específico, pai e filho resolveram passear pela região da Expoville. 

“Quando chegamos lá, vimos muito movimento e por conta da curiosidade paramos a moto e fomos ver o que estava acontecendo”, relembra. Naquele momento, o pai de Andrey encontrou um amigo que os avisou sobre o campeonato. 

Andrey e sua bibliografia, onde registrou o campeonato. | Crédito: Yasmim Eble/O Município Joinville.

“Ele é pai de um amigo meu, que estava inscrito na competição. Eles nos incentivaram e assim eu me inscrevi no campeonato um pouco antes dele ser iniciado”, explica. Os equipamentos foram emprestados pelos amigos de Andrey e o pai Alceu. 

A competição

Andrey foi sorteado para pescar em uma baía ao lado de seu amigo, Leonardo. “Tinha cerca de 100 participantes no evento e eu fui sorteado para cair ao lado dele, foi o destino”, relata. As crianças tinham o tempo de 1 hora para pescar tilápias do lago. Andrey e o amigo pescavam lado a lado, sempre em disputa.

“Ele pescava três e eu um. Sempre tinha uma diferença, mas depois isso começou a mudar e eu comecei a pescar mais”, relembra. Andrey conta que chegou ao ponto de tirar o peixe da água e entregar para o pai, que retirava o animal e colocava a isca com mais rapidez, por conta da sequência.

Primeiro molinete de Andrey, dado pelo pai, em 1985. | Crédito: Yasmim Eble/O Município Joinville

Após passar o tempo, a gincana foi encerrada e o joinvilense levou os peixes para a pesagem. Andrey havia pescado quase 15 quilos de peixe. Mesmo com a grande quantidade de peixes, o joinvilense relata que não passava na sua cabeça que poderia ganhar.

“Eu lembro de ver a divulgação dos dez melhores e quando chegar no quinto colocado perder as esperanças, era muita gente. Imaginava que não estaria nos cinco melhores”, conta rindo. Leonardo, amigo de Andrey, foi anunciado como o segundo colocado. Em seguida, após muita comoção e suspense, o joinvilense foi anunciado como primeiro colocado.

Registro de Andrey, com oito anos, com o troféu de primeiro colocado. | Crédito: Arquivo Pessoal.

“Eu não conseguia acreditar, meu pai ficou muito feliz, tanto que até subiu comigo para receber o prêmio. Foi muito especial”, ele lembra. Além do troféu, Andrey pode levar todos os peixes para casa. “O campeonato marcou minha vida para sempre. Foi ali que eu percebi que realmente gostava da pesca”, relata. 

Depois desse, o joinvilense foi campeão de outros campeonatos de pesca e participou de vários até 2020, quando a pandemia se iniciou. “Agora penso em apenas continuar com a pesca esportiva e de lazer”, completa. 

Momento eternizado

O campeonato além de ser registrado em fotos, foi eternizado em uma bibliografia de Andrey, produzida no seu sexto ano escolar. “O trabalho escolar foi feito um pouco depois desse momento. E tive que colocar esse momento no meio do trabalho”, conta. 

Trecho da bibliografia de Andrey, em que conta sobre o campeonato. | Crédito: Yasmim Eble/O Município Joinville.

A bibliografia também ganhou o primeiro lugar na escola. Para Andrey, é bom relembrar os momentos, principalmente uma memória tão especial com seu pai, já falecido. 

A vida da pescaria 

Para Andrey, a pesca vai muito além de pegar o peixe e sim toda a experiência. “Apenas de ir até o local, ter um tempo com seus amigos e familiares ou até para si mesmo, é muito bom”, conta. 

O joinvilense relata que atualmente pratica o pesque e solte, para preservar a natureza e oportunizar a pesca de outras pessoas. “Eu também estudo muito sobre o assunto. Desde as espécies de peixe, até as questões envolvendo a maré e as melhores épocas para se pescar”, explica. 

Andrey pratica a pesca de praia, na costa, e a artificial. No entanto, existem diversos tipos de pesca.  Atualmente, Andrey entende as melhores condições e equipamentos para pescar cada tipo de peixe. 

Parte dos equipamentos usados por Andrey em sua pescaria. | Crédito: Yasmim Eble/O Município Joinville

Quando ainda era amador, anotava todas as suas pescas. Desde a maré, até a pressão atmosférica e as melhores iscas. “Cerca de 99% das minhas idas eu consigo pescar algum peixe. Isso porque sempre estudei sobre. O que é muito importante na área”, esclarece. 

Como dica, Andrey defende que a melhor direção a se tomar para quem é iniciante é o estudo, além de ouvir e aprender com quem já pesca. “Temos diversos vídeos no Youtube que ensinam o básico. São nesses locais que encontramos o que precisamos”, relata. 

Incentivo a pesca

O Campeonato de Pesca Infantil da Expoville, em 1988, foi a primeira e única edição realizada em Joinville. Para Andrey, isso exemplifica como a pesca é esquecida. “Santa Catarina é um local propício para se praticar a pesca, temos tanta diversidade. Mesmo assim, não temos incentivo”, conta. 

Tipos de iscas utilizadas pelo joinvilense em suas pescarias. | Crédito: Yasmim Eble/O Município Joinville.

Para ele, faltam campeonatos e ações para incluir a pesca e outros esportes no dia a dia dos jovens. “Aquele campeonato mudou parte da minha vida e acredito que novos campeonatos assim poderiam tocar a realidade de outros joinvilenses”, finaliza.


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