Procura por táxi aumenta em Joinville após alta no preço dos aplicativos de corrida
Atualmente, o município têm 227 permissões de táxi ativas
Atualmente, o município têm 227 permissões de táxi ativas
Joinville vem registrando um aumento na demanda de corridas pelo Táxi, seguindo o exemplo de outros lugares do Brasil. Segundo dados de uma pesquisa da empresa ‘Vá de Táxi’, o meio de transporte cresceu 37% no país, entre janeiro e setembro de 2021.
Em Joinville, o cenário também é promissor. Segundo o presidente do Sincavir – sindicato dos condutores autônomos de Joinville, Fernando Luiz da Silva, não há dúvidas que o táxi vai crescer na cidade.
“Temos a expectativa de que o transporte irá crescer mais de 25%, conforme a demanda que estamos registrando atualmente”, explica. Em Joinville, atualmente, há 227 permissões ativas. O número é 26% menor que o registrado em 2016, com 309 permissões. “Sabemos que nunca vai voltar ao que era antes, por conta da concorrência, no entanto, estamos confiantes”, acrescenta.
Conforme dados do Sincavir, cerca de 3,7 mil corridas são atendidas pelo telefone da central diariamente. Em média 400 ligações acabam não sendo atendidas pela falta de carros. “Anteriormente nós tínhamos pontos 24h na cidade, então emergências noturnas, que é nosso maior déficit, podiam ser atendidas. Mas não temos demanda e pessoas para isso”, conta o presidente.
Esse crescimento é sentido pelos taxistas de Joinville. Nilton Cesar Garcia, que trabalha com táxi há mais de 15 anos, sente esse aumento na demanda diariamente. “É triste porque eu queria atender todos os clientes, mas às vezes é difícil porque são muitos pedidos”, relata.
Ele iniciou no transporte por meio de um amigo e acabou gostando, sendo sua forma de trabalho até hoje. “Eu conheço muitas pessoas graças ao Táxi e nunca pensei em sair, principalmente por ser algo regulamentado e que eu consigo criar uma clientela de confiança”, explica.
Segundo Nilton, o aumento da procura, normalmente, está ligada com a segurança do transporte e a certeza do serviço, por conta do medo dos cancelamentos. Mariano, que trabalha há mais de 10 anos no Ponto Táxi da rua Mário Lobo, no bairro Centro, relata as mesmas questões.
“Clientes novos sempre relatam que o cancelamento e o aumento dos preços fizeram eles deixarem os aplicativos e voltarem para o táxi”, reforça. Atualmente, o público se tornou mais jovem, com adolescentes e adultos optando pelo meio de transporte. Para Nilton, esse não é o cenário perfeito, mas ainda é muito positivo. “Eu acho que seria existisse um aplicativo para o táxi seria ótimo”, relata.
Os planos para a criação de um aplicativo para o táxi em Santa Catarina ainda estão no início. Segundo Fernando Luiz, já existe uma plataforma, no entanto, o modelo não foi bem aceito e utilizado no estado. “Estamos observando outros lugares que já tem aplicativo como São Paulo e o Rio de Janeiro para implantarmos algo aqui”, conta.
Para ele, o aplicativo deve atender uma demanda estadual, em que o sistema seja integrado. “Queremos algo para que todo mundo seja atendido em qualquer lugar do estado que for visitar, no entanto, para isso é necessário planejamento e muita conversa”, explica.
O Sincavir vai até São Paulo para conversar e entender como o aplicativo Táxi SP funciona. Essa é uma das estratégias para a implantação de um aplicativo em Santa Catarina.
“Joinville já teve a maior e melhor frota de táxi do país”, relata o presidente da Sincavir, Fernando Luiz da Silva, no entanto, essa realidade foi se perdendo com o tempo. Nos últimos cinco anos, as frotas estão sendo renovadas em Joinville, com carros híbridos e lançados há poucos anos.
Para Fernando, esse é um dos pontos altos para uma maior qualidade de serviço. Outro ponto é que o Táxi é vistoriado e precisa de uma permissão do município para circular. “Precisamos entregar documentos duas vezes no ano, em abril e em novembro. Ali precisamos entregar nossos antecedentes criminais em nível municipal, estadual e federal, além de pagar uma apólice de seguro”, explica.
Caso os documentos e o pagamento não sejam entregues, a licença é cassada por fiscais do município e a pessoa é proibida de trabalhar. “Há também uma vistoria no carro, então é visto pneu, lataria e todas as questões que envolvem o veículo. Ele deve estar em bom estado”, relata.
No entanto, desligamentos também são comuns e são divididos em revogações e desistências. A revogação ocorre quando a pessoa não solicita a renovação da licença, mesmo após notificação.
Já a desistência ocorre quando o próprio taxista pede uma declaração em punho justificando o motivo da desistência. “A maioria requer devido a dificuldade financeira, aposentadoria ou problemas pessoais”, relata o sindicalista.
“São essas regulamentações que fazem o táxi ser seguro para as pessoas”, ressalta. Atualmente, a maior demanda do serviço é para empresários, empresas bancárias, idosos e crianças, com corridas particulares e com os mesmos taxistas. “A confiança que se forma e a segurança são qualidades do táxi que gera um diferencial”, finaliza.