Professores da rede municipal de Joinville decidem se entram em greve nesta sexta-feira

O motivo da paralisação será motivada pelo retorno das aulas presenciais, previsto para o dia 20 de outubro

Professores da rede municipal de Joinville decidem se entram em greve nesta sexta-feira

O motivo da paralisação será motivada pelo retorno das aulas presenciais, previsto para o dia 20 de outubro

Lucas Koehler

Nesta sexta-feira, 9, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville (Sinsej) vai realizar uma assembleia para discutir se os professores da rede municipal entram em greve.

O motivo da paralisação será o retorno das aulas presenciais nas escolas e CEIs, previsto para o dia 20 de outubro.

Para a presidente do Sinsej, Jane Becker, não é o momento para retornar às salas de aula. “Não tem como fazer uma avaliação se o nível de gravidade da pandemia vai cair até lá. Nem todas as escolas de Joinville atendem os protocolos necessários de segurança”, afirma.

Jane pensa que a situação piora nos CEIs. “Os professores não têm como controlar o toque, a troca de objetos. A entrega da criança é feito pelo colo, muitas ainda não caminham. Sempre há contato físico do educador com o responsável pela criança”, ressalta.

Jane Becker, presidente do Sinsej | Foto: Sinsej/Reprodução

A presidente do sindicato destaca que as aulas presenciais devem colocar os profissionais numa longa jornada de trabalho, já que os alunos podem optar em permanecer com as aulas digitais.

“Com o retorno presencial, os professores terão que dar conta do ensino remoto e presencial. É fora de cogitação ensinar virtual e presencialmente”, critica.

Para ela, a prefeitura se mostrou contraditória no tema. “O prefeito Udo Döhler nos disse em uma negociação que as chances do retorno às aulas presenciais eram zero em 2020. Agora mudaram a postura”, diz.

Termo de compromisso

Outro ponto criticado pelo Sinsej é um “termo de compromisso” do retorno presencial enviado pela prefeitura para as famílias dos estudantes assinarem.

O documento pede que os responsáveis pelos alunos preencham o material com dados pessoais e que estão de acordo com os riscos que o retorno às aulas presenciais durante a pandemia da Covid-19 podem causar.

Em um parágrafo, o termo reforça a responsabilidade aos familiares do estudante. “Declaro, eu, responsável legal pelo(a) aluno(a) supracitado, ter ciência de todos os problemas causados pela pandemia da Covid-19, dos riscos em relação ao contágio do coronavírus e do que está acontecendo a nível mundial, nacional, e especialmente no município de Joinville e Estado de Santa Catarina”.

Para Jane, o termo não pode ser colocado dessa forma. “O governo municipal é que tem o conhecimento sobre o que acontece quando uma criança é infectada pela Covid-19. É criminoso colocar a responsabilidade nas famílias sobre riscos de contágio e tudo que envolve o retorno às aulas presenciais”, finaliza.

Como vai funcionar o retorno às aulas presenciais

Os critérios de escolha dos alunos vai priorizar aqueles que estão com maior dificuldades no aprendizado à distância, por aulas online.

A prefeitura afirma que será feito um rodízio semanal com os alunos para as aulas presenciais. Quem não estiver na sala de aula, deve seguir com as tarefas sendo realizadas à distância, ou através dos materiais entregues pelas escolas.

A Secretaria de Educação deve alinhar as definições do retorno com o comitê formada por representantes de classe. O protocolo sanitário que define as regras de prevenção permanece o mesmo.

  • O retorno presencial vai priorizar 30% dos estudantes de cada turma;
  • A partir do dia 20 de outubro retornam os estudantes do 9º ano e da Educação Jovens e Adultos (EJA), os alunos do Ensino Fundamental II (8º, 7º e 6º anos), os estudantes do Ensino Fundamenta I (1º ao 5º anos), as crianças da Educação Infantil (1º e 2º períodos) e da Educação Infantil (creches);
  • As aulas serão de duas horas para cada turno;
  • Os alunos e professores devem seguir as orientações sanitárias existente no protocolo de retomada das atividades presenciais, que será divulgado pela Secretaria de Educação aos pais e professores.

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