Projeto de tratamento de esgoto em Joinville recebe fomento do Programa Centelha em Santa Catarina
Inscrições para segunda edição do programa estão abertas
Inscrições para segunda edição do programa estão abertas
O desenvolvimento de tecnologias para a obtenção de biopolímeros a partir de cereais proposto pela empresa GreenB Soluções para Descartáveis Biodegradáveis, de Criciúma; e o sistema de tratamento de esgoto pensado pela Gayatri Soluções Ambientais, de Joinville, são exemplos de projetos que estão saindo do papel e ganhando corpo com o apoio da primeira edição do Programa Centelha em Santa Catarina.
Pensado para estimular a criação e a disseminação da cultura de empreendimentos inovadores, o Centelha 2 está com inscrições abertas. Os interessados têm até 25 de março para submeter as propostas no site do programa.
A segunda edição do programa terá um investimento de R$ 3 milhões e vai contemplar 50 empresas com até R$ 60 mil cada e mais uma bolsa de R$ 32,4 mil, além de mentorias.
O Programa Centelha é realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Fundação Certi. Em Santa Catarina, é executado pela Fapesc.
De Joinville vem uma tecnologia que propõe levar um outro conceito para o tratamento de esgoto. A Gayatri Soluções Ambientais, por meio da Tecnologia Rasc, pensou em um sistema de tratamento anaeróbio que incorpora as melhores características dos processos anaeróbios ao conjunto de características de processos aeróbios híbridos.
“A Tecnologia Rasc possui elevada compacidade (baixo requisito de área) e eficiência (remoção de matéria orgânica estimada de 80%), que pretende substituir as rudimentares fossas sépticas e filtro anaeróbios”, explica o diretor técnico e sócio da empresa, Daniel Vieira Minegatti De Oliveira.
A tecnologia está em processo de obtenção de patente e a Gayatri pretende, com ela, alcançar mercados das engenharias civil, sanitária e ambiental, por meio de negócios B2B. Neste momento, a empresa de Joinville está iniciando a parte comercial do negócio e buscando parcerias para a produção da Tecnologia Rasc.
“O Programa Centelha forneceu capital necessário para formalizarmos a empresa e desenvolvermos o protótipo visando sua validação, além de abrir portas em diversas áreas para crescimento e sustentação da Gayatri”, afirma Oliveira.
Com modelo de negócio B2B, a GreenB Soluções para Descartáveis Biodegradáveis, de Criciúma, teve o projeto de desenvolvimento de tecnologias e processos de extração de prolaminas (um grupo de proteínas de armazenamento vegetal) de cereais para obtenção de biopolímeros (compostos químicos produzidos a partir da ação de seres vivos ou de matérias primas de fontes de energia renováveis) e proteínas, contemplado na primeira edição do Centelha.
Conforme uma das sócias da empresa, Roseli Jenoveva Neto, além das capacitações e mentorias, os recursos financeiros fornecidos contribuíram no desenvolvimento da ideia e para a sua transformação em negócio.
Agora, a GreenB pretende levar a sua tecnologia para o mercado de produtos elaborados a partir de bioplásticos, como com película para embalagens de papel (copos e embalagens para delivery, por exemplo), encapsulamento de sementes, rações e tubetes biodegradáveis para plantio.
“No futuro, temos planos de elaborar análises laboratoriais dos materiais extraídos no processo, prospectar mercados, elaborar o valuation da empresa (tecnologia e processos) e patentear a solução na América Latina e nos Estados Unidos”, comenta Roseli.
O presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen enfatiza que o principal objetivo do Programa Centelha é oportunizar a criação de novos negócios com foco em áreas estratégicas e na solução de demandas da sociedade catarinense. “A Fapesc estimula os empreendedores de todas as regiões de Santa Catarina a submeterem suas propostas para que tenhamos a inovação capilarizada por todo o estado”, ressalta.
Para a gerente de Tecnologia e Inovação da Fapesc, Gabriela Botelho Mager, o Centelha é um dos programas mais esperados pelo ecossistema e visa promover empreendimentos recém-criados ou que ainda serão abertos durante o processo de avaliação e seleção do edital.
“A primeira edição do programa foi um sucesso e, pela grande procura, ampliamos o número de propostas a serem selecionadas, para 50, além de incluir uma bolsa cada. Nosso objetivo é selecionar as propostas de produtos ou processos com maior potencial inovador, que incorporem novas tecnologias, mesmo que os projetos ainda estejam em fase inicial de uma ideia. Sendo selecionado, o beneficiário passará por capacitações para o desenvolvimento de seu empreendimento”, explica Gabriela.
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