Em Joinville, a Secretaria de Proteção Civil e Segurança Pública (Seprot) tem sob seu domínio três forças de segurança: Guarda Municipal, Defesa Civil, e Departamento de Trânsito de Joinville (Detrans), que se trata de uma autarquia, mas que está no guarda-chuva da Seprot.
Ainda dentro do Detrans, existe o departamento de fiscalização de trânsito, e agentes que cuidam fiscalização humana.
“Além disso, eu tenho a junta do serviço militar que não é do Detrans, mas da Seprot. Todo esse conglomerado de equipes trabalham dentro da Seprot”, explica o secretário capitão Paulo Rogério Rigo.
Dentro dessas subdivisões, o capitão Rigo tem seu trabalho assessorado por dois diretores executivos, que por conseguinte têm suas gerências e coordenadorias. Para ficar por dentro de tudo que ocorre, Rigo organiza reuniões semanais. Assim como é assessorado por responsáveis de cada ramificação, o secretário também precisa repassar tudo que acontece para o prefeito e sua vice.
Para ele, o “comandante”, precisa ficar por dentro de tudo que ocorre na instituição. Este foi um dos aprendizados que, segundo ele, trouxe da caserna. “Debatemos as demandas e decidimos se levamos à frente ou não. Mas eu preciso saber de tudo, não posso ser pego de surpresa. Preciso conhecer o que acontece, como anda, como funciona, quem faz, quem executa e como é executado”, afirma.
Cada responsável por essas ramificações têm autonomia na tomada de decisões, no entanto, conforme o secretário, também precisam arcar com as consequências.
“Isso é até dentro da filosofia do partido Novo”, exclama.
Projetos para 2021
Capitão Rigo afirma que, no momento, há 52 projetos em andamento na Seprot. Um deles é de ampliação do efetivo da Guarda Municipal. A ideia da secretaria é, além de agrupar mais pessoas à equipe, reequipar os agentes e disponibilizar melhores condições de trabalho. Atualmente, o efetivo é composto por 43 homens.
Rigo cita que há 48 aprovados via concurso público que aguardam ser chamados para integrar a equipe. Os profissionais já passaram por treinamento mas, de acordo com o secretário, ainda não puderam integrar a equipe por conta de entraves na lei federal 173/2020, que proíbe que os municípios que recebem benefícios federais e isenções fiscais durante a pandemia aumentem as despesas com servidores, exceto na Saúde.
“A gente ainda está na expectativa, tentando as vias legais pra isso. Mas a gente esbarra justamente na parte jurídica”, enfatiza.
Outro projeto da Seprot é requalificar agentes de trânsito com nova formação para que também possam atuar em novas áreas, como na guarda municipal, por exemplo.
Outra ideia que está sendo analisada é a implementação de um cinturão de monitoramento, no qual a secretaria pretende fechar, “entre aspas”, diz, todas as vias de acesso da cidade com câmeras inteligentes, de modo que o município tenha acesso a imagens de quem entra ou sai da cidade.
“Se tiver um registro de furto a veículo, por exemplo, se passar naquele ponto monitorado, será detectado”, explica. “Melhorar a segurança e proporcionar o máximo de sensação de segurança pro cidadão é a nossa meta. Nós temos muito a fazer, isso requer investimento na parte pessoal, inovação tecnológica, mas também na inteligência” conclui, citando a importância de buscar recursos por vias privadas ou estaduais e federais.
Desafios e qualificação da equipe
Por se tratar de uma secretaria bastante abrangente, Rigo afirma que são muitos os desafios. Desde de tornar o trânsito menos caótico a lidar com desastres naturais, causados pelas recorrentes enchentes na cidade, principalmente na região central.
Mas, apesar dos desafios, o secretário afirma ser cercado de profissionais habilitados e dedicados, o que tem ajudado a facilitar o trabalho. Para ele, isso é resultado da “nova cara” dada pela atual gestão à cidade, que conseguiu alinhar todas as forças de segurança da cidade.
O capitão menciona que em todos os debates existentes sobre o tema, os comandantes da Polícia Militar e a delegada regional fazem questão de estar presentes, assim como vereadores que levantam pautas relevantes, ao seu ver. “Todos empenhados em prol da sociedade”, segundo ele.
“A demonstração disso foi nas operações de combate à Covid-19. Colocar mais de 100 agentes de segurança numa operação… Isso nunca foi visto aqui em Joinville”, pensa.
Da equipe da Seprot diz que todos foram selecionados por ele mesmo via entrevistas e considera que os profissionais são “extremamente qualificados”. “Tive total autonomia na escolha dos meus quadros. Lealdade, fidelidade, respeito e disciplina são preceitos que eu trago desde a caserna e não abro mão”, conclui.
Trajetória
Natural de Rio Grande Sul, Rigo nasceu em uma família humilde e foi criado na lavoura. Com 14 anos o secretário foi para cidade grande e, com 18, entrou como soldado recruta para o Exército.
Desde então, Rigo passou por seis estados e sete cidades diferentes. Foi de recruta até a patente mais alta, de capitão. Até entrar para reserva no ano passado. Joinville foi onde o capitão mais atuou. Suas duas passagens pela cidade somam 11 anos. E de Joinville não pretende mais sair.
“Há quatro meses eu estava na reserva, na minha boa zona de conforto. Um dia, ouvi na televisão que o partido Novo abriu as inscrições pra um processo seletivo. Encaminhei meu currículo e fui passando de fase em fase, até chegar ao cargo”, conta.
Também formado em educação física, aproveita suas horas vagas gosta de jogar futebol e correr, já que seu “histórico de atleta” lhe exige manter o corpo sempre em movimento.
De 35 anos dedicados à instituição do Exército, Rigo diz não se arrepender nem por um segundo. Com os olhos marejados, afirma que sempre foi muito feliz na corporação, que, assim como sua família, lhe ajudaram “a ter caráter”.
“Eu devo muito ao Exército. Os pilares que tem o Exército são: hierarquia, disciplina, respeito, a lealdade. Esses preceitos aí são fundamentais. É uma instituição extremamente meritocrática, só sobe aqueles que merecem. Só galga alguma coisa aqueles que realmente trabalham, que são que são corretos”, finaliza.
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