“Puxei o pequeno pelo braço”, diz avó que teve casa invadida por caminhão em Joinville
Menino de dois anos havia saído da sala segundos antes do veículo derrubar a parede do cômodo
No momento em que o caminhão carregado de areia atingiu a casa de Talita Borges, 63 anos, no fim da tarde desta quarta-feira, 16, a primeira preocupação da aposentada foi com a vida dos netos. “Puxei o pequeno pelo braço”, diz. O bebê de dois anos estava na sala segundos antes da parede do cômodo ser derrubada pelo veículo em Joinville.
O neto mais velho, 10, é quem aparece no vídeo que registrou o acidente, ocorrido entre as ruas Barra Velha e Nicolau Rosa, bairro Itaum. Ele estava andando de patinete e não viu o caminhão. “Passou o vento nas pernas dele”, conta Talita.
O marido, Paulo Borges, 63, aposentado, afirma que é um homem calmo, mas ficou desesperado no momento, pois achava que a criança havia ficado machucada. “Depois que eu vi ele, já me acalmei”, lembra.
Dois dias após o acidente, a aposentada conta que o bebê ainda está assuntado e ela tem dificuldades para dormir. Isso porque a família costuma passar as tardes na sala de estar, mas, justamente naquela quarta-feira, haviam saído de casa e chegado momentos antes. Por outro lado, o marido afirma que no dia seguinte acordou tranquilo, “poderia ter sido pior”, comenta.
O acidente resultou em danos materiais e apenas um ferido. O motorista do caminhão teve ferimentos nas pernas e suspeita de fraturas. Ele se jogou da cabine do veículo no momento em que o mesmo começou a descer o morro. Ele alega que houve falha nos freios.
Além da família, uma motorista também escapou do acidente. No vídeo que flagrou a batida, é possível ver que, por pouco, a caçamba não atingiu um carro. A motorista tentava subir a rua Nicolau Rosa quando viu o caminhão descer o morro. Ela deu a ré e conseguiu evitar que o veículo atingisse o automóvel.
Após o acidente
O muro da casa foi ao chão com a colisão, o canteiro com plantas ficou destruído, assim como a parede da sala de estar. Os móveis chegaram a ser prensados pelo caminhão por conta da força da batida.
Dois dias depois, já foram colocadas em frente da casa da família uma caçamba de lixo e a faixa de isolamento. Também foram retirados alguns entulhos e o material de construção já foi enviado pela empresa que administra o serviço do caminhão, que ficará responsável pela reforma da casa.
Os bombeiros também estiveram no local. Além de atenderem o motorista e outras possíveis vítimas, foram acionados para vistoriar a casa junto com a Defesa Civil, já que a estrutura ou a parte elétrica poderiam ter sido comprometidos, o que não foi o caso.
Apenas o encanamento da água foi atingido e o imóvel ficou sem abastecimento por cerca de um dia, mas o serviço já foi reestabelecido.
Solidariedade
O barulho da colisão chegou a ser ouvido nas ruas próximas, conta Talita. Vários vizinhos vieram até o local. A família também recebeu muitas mensagens de familiares e amigos, que ofereceram apoio. Uma vizinha, inclusive, veio ajudar Talita a cuidar dos pequenos, pois a avó estava muito nervosa com a situação.
A solidariedade, porém, não ficou apenas entre a família. Quando os funcionários da empresa do motorista do acidente foram até o local, Paulo aproveitou para conversar.
“Falei pro colega dizer para ele (o motorista) que estava tudo bem”, conta. Ele ficou preocupado que o homem pudesse se sentir mal, desenvolvesse algum trauma. “Se você não tiver calma, pode acontecer o pior”, explica.
Agora, a família apenas aguarda as reformas, já que a única preocupação é o bebê pequeno querer sair para a rua, já que estão com parte do terreno sem muro, derrubado pelo acidente. Para o resto, não tem pressa, o pior já passou e o importante é que ninguém ficou ferido, contam.
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