Quantidade de alunos que abandonaram escola aumenta em Joinville
Aumento de abandono foi registrado nas redes estadual e municipal
Aumento de abandono foi registrado nas redes estadual e municipal
A Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina registrou que 8,7% dos alunos do Ensino Médio da rede estadual, em Joinville, abandonaram a escola em 2021. Entre alunos do Ensino Fundamental da rede estadual a taxa de abandono foi de 0,2%.
Nas escolas municipais, 190 (0,9%) alunos dos anos finais e 88 (0,3%) dos anos iniciais abandonaram a escola, conforme a Secretaria de Educação de Joinville. Os anos considerados iniciais são entre o 1º e o 5º do Ensino Fundamental, os anos finais são entre o 6º e o 9º.
Dados repassados pela pasta estadual não apresentam o número absoluto de alunos que abandonaram a escola. Os dados oficiais são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que disponibiliza apenas os percentuais.
Dos quatro dados, apenas o abandono de alunos do Ensino Fundamental da rede estadual não representou o maior percentual dos últimos cinco anos.
O abandono escolar é caracterizado quando o aluno regularmente matriculado deixa de frequentar as aulas durante o ano letivo.
A evasão escolar é entendida quando o aluno, seja reprovado ou aprovado, não efetua a matrícula para dar continuidade aos estudos no ano seguinte.
Em uma avaliação da secretaria estadual, as maiores taxas de abandono de Joinville estão nas séries do Ensino Médio. O número de estudantes que abandonaram a escola estava diminuindo e aumentou durante a pandemia.
O secretário de Educação de Joinville, Diego Calegari, avalia que o número de abandono escolar estava se estabilizando e o aumento da taxa se dá em função dos resquícios da pandemia.
A secretaria municipal está fazendo um acompanhamento constante em relação às infrequências. “A pandemia deixou um legado ruim que teremos que trabalhar. A gente espera normalizar este ano”, comenta o secretário da Educação.
Diego Calegari que a pasta estuda a implementação de um novo sistema para que cada escola tenha um retorno melhor de como está a frequência de cada aluno. Os pais dos alunos também serão notificados pelo celular.
Para o secretário, as taxas de abandono escolar não estão ligadas a questões logísticas, como transporte. “É um fenômeno complexo. Depende da estrutura familiar, da importância e incentivo que a família dá para a criança continuar seus estudos”, comenta.
Ele ainda avalia que quanto mais faltas o aluno tem durante o ano letivo, maior é a chance dele abandonar a escola. Ele também ressalta a importância dos pais proverem um ambiente de suporte emocional para a criança ter um bom desempenho escolar.
Diego relembra que Joinville foi a primeira cidade do Brasil a retornar ao modelo presencial. Cerca de 15 mil alunos, do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental, retornaram às aulas presenciais no dia 23 de agosto de 2021.
O retorno totalmente presencial de todas as turmas do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino foi anunciado no dia 9 de setembro de 2021.
As aulas do ano letivo de 2022 na rede estadual de ensino iniciaram no dia 7 de fevereiro, com o retorno das aulas 100% presencial.
Para conter a evasão, o governo de Santa Catarina criou o Bolsa Estudante, um auxílio financeiro para estudantes do Ensino Médio. Garantida até 2024, a política pública inclui, neste ano, 57 mil estudantes que receberão R$ 6.250, em 11 parcelas de R$ 568, caso tenham ao menos 75% de frequência.
Entre as ações realizadas pela Secretaria de Educação de Joinville está o programa Tempo de Avançar, para a correção de fluxo nos anos finais do Ensino Fundamental. O projeto atende cerca de 600 alunos que reprovaram em dois ou mais anos.
As crianças atendidas são colocadas em turmas especiais com metodologias diferentes, que vão de encontro com as necessidades de cada aluno. “A taxa de abandono desses alunos é bem menor, se ele está atrasado, a ideia é que o período seja encurtado”, comenta Diego.
Outro programa implantado pela secretaria municipal é o Aprender Mais, que disponibiliza aulas de reforço em todas as escolas de Joinville.
No dia 2 de agosto deste ano, a Prefeitura de Joinville promoveu o lançamento do programa Trilhas da Educação. O projeto possibilita a ampliação da jornada de estudos para os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental das escolas da rede municipal de ensino por meio de um novo modelo de contraturno educacional.
“O ensino integral tem um impacto não só na qualidade acadêmica, um grande impacto nos aspectos como abandono e envolvimento com drogas e criminalidade”, comenta o secretário.
O programa é viabilizado por meio de parcerias com instituições de ensino de Joinville. Nesta primeira etapa, 576 alunos são atendidos por três instituições: Senac, Centro Educacional Dom Bosco e Instituto Priscila Zanette.
“A gente tem uma meta ousada de ampliação do tempo integral”, conta Diego. O secretário planeja que 2 mil alunos sejam atendidos nos próximos anos. Mas para isso, ele ressalta a importância da construção de novas escolas, principalmente nas regiões consideradas periféricas e mais vulneráveis de Joinville. “Nos últimos dez anos, Joinville construiu uma escola, precisamos avançar”, informa Diego.
São oferecidas quatro aulas diárias preparadas conforme a faixa etária dos estudantes, com foco em tecnologia, culinária e artes, além de oficinas de empreendedorismo e bem-estar. Os alunos também têm, todos os dias, um período para realizarem as atividades escolares, como lições de casa e estudos para as avaliações, momento em que serão acompanhados por um pedagogo.
As aulas do programa Trilhas ocorrerem de segunda a sexta-feira, com 3h20 de duração. Todos os alunos receberão transporte no trajeto entre a escola e a instituição, além de almoço na unidade escolar e lanche no intervalo do contraturno.
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