Boa gestão de ministros de Bolsonaro fica escondida atrás de temas como voto impresso
Nuvens
Numa roda, à espera de Bolsonaro, envolvendo alguns donos do PIB industrial de SC, sexta-feira, em Joinville, ouviu-se um lamento. Um deles observou que dois ministros em especial – Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, e Tereza Cristina, da Agricultura – estão realizando uma gestão notável, mas que pouco ou nada aparece diante das atenções dadas à possibilidade do voto impresso e as diatribes entre o Palácio do Planalto e os “supremos” do STF. E a concordância foi unânime. É a mesma opinião das chamadas “pessoas de bem”.
Ver para crer
Assessor de um congressista catarinense contou numa mesa de café para amigos em Florianópolis que seu chefe custa a acreditar no que vê e acontece (só de ruim, bem entendido) em Brasília, nesses tempos tão antagonistas. Toda vez que é perguntado sobre “o que se passa por lá”, o congressista, com certo desconforto, evasivo e até acovardado, certamente porque espera tirar algum proveito da situação, acha melhor dar uma resposta direta: “Nem te conto; nem eu acredito!”. Deve ser mesmo um monstruoso circo. E o resto do país, fora de lá, assistindo, como se fosse uma plateia de palhaços.
Explicando 1
Criticou-se aqui a proposta, em discussão no Legislativo estadual, de impor o ensino obrigatório de história e cultura afro-brasileira e indígenas nas nossas escolas em detrimento, por exemplo, da história dos próprios municípios e do Estado, obscenamente relaxada. Faça-se uma pesquisa e se constatará que nem 20% dos estudantes de qualquer escola de ensino fundamental saberá nomear cinco bairros de sua cidade e, muito menos, de seus primeiros moradores e fundadores. Não custa relembra o célebre escritor russo Leon Tolstoi, para quem, se alguém quer ser universal deve começar por pintar sua aldeia. É preciso esclarecer que a iniciativa está contida na demagógica lei federal 11.645/2008. No entanto, 13 anos após sua publicação, a legislação não está consolidada nas escolas de SC.
Explicando 2
A Secretaria de Estado da Educação diz que tem desenvolvido ações, como a produção de material pedagógico e a aquisição de material didático. Também atua na celebração de convênios com universidades e instituições educacionais para a formação continuada de professores. Mas impor tal ensino é um absurdo, uma violência. Quem se atreveria, por exemplo, a obrigar as escolas da Bahia, Estado com população majoritariamente negra e indígena (e de gente com uma índole humanística e solidária invejável), a ensinar a história e cultura europeia tão marcante entre as populações do centro-sul do Brasil? Talvez como um apêndice, e nada mais que isso. E tudo se resolveria.
Piso mínimo
Congressistas catarinenses estão recebendo ofícios de entidades de classe do Estado pedindo a derrubada de emenda na medida provisória 1.040, que acaba com o piso mínimo remuneratório dos profissionais diplomados em Medicina Veterinária, Engenharia, Química, Arquitetura e Agronomia. Para muitas organizações públicas pagar o mínimo provocaria um levante dos demais servidores públicos, que não tem tal garantia.
Imprensa zonza
Bolsonaro fala tanto – e muita bobagem, convenhamos – em todo lugar e a toda hora, que deixa a imprensa tonta, como se viu na visita a SC no último final de semana. Jornalistas se atropelavam entre si, para serem os primeiros a captar as “falas” e imagens de sua excelência. Lamentável que o que ele mais tem feito é dar-se tiro nos próprios pés.
Tricô
A imprensa mundial repercutiu o passatempo do medalhista de ouro de saltos ornamentais nos Jogos Olímpicos, o inglês Tom Daley, flagrado tricotando um cardigã, para depois doá-lo a uma instituição de caridade que ajuda pessoas afetadas por tumores cerebrais. Quem também gosta disso é o boa gente e desencanado Rodrigo Hilbert, catarinense de Orleans, ator e apresentador de programa de culinária no canal pago GNT.
Contas reprovadas
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) desaprovou as prestações de contas dos partidos Avante e Democratas (DEM). As do Avante são de 2017 e as do DEM de 2020. A pena é a suspensão do repasse de novas cotas do Fundo Partidário à sigla pelo prazo de um mês.
Decepção
Milhões de fãs do surfista Gabriel Medina devem estar decepcionados. Souberam, sábado, que ele está impedido de participar da etapa do campeonato mundial da modalidade em Tahupoo, no Taiti, por não ter tomado a vacina contra a covid-19.