Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - [email protected]

País continuará dividido após eleições, já que eleito foi rechaçado por quase metade do eleitorado

Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - [email protected]

País continuará dividido após eleições, já que eleito foi rechaçado por quase metade do eleitorado

Raul Sartori

Escolha
Bem ou mal, o tempo dirá, e que seja no curto prazo: dezenas de milhões fizeram sua escolha para o comando do país, ontem. Ao mesmo tempo que cumpriram seu dever, fizeram uma opção de seu destino a partir de hoje. Que o eleito e os poderes constituídos fiquem com a missão de fazer o que há por fazer, e que o façam da melhor maneira possível. O que o presidente sufragado nas urnas tem que saber é que não será nada fácil governar um Brasil em que quase a metade votou contra ele. Que tenha humildade e faça um apelo à união. Caso contrário…..

Desperdício 1
O Tribunal de Contas do Estado acaba de criar sua Brigada de Incêndio. Pela portaria publicada, não se menciona eventual contribuição do heliponto, no alto do prédio-sede, que custou dezenas de milhões e tem um detalhe curioso: nunca lá pousou sequer um avião de papel. Em tom de pilhéria, diz-se que foi idealizado “pensando-se no futuro”, ou seja, para que dia desses lá aterrissem e decolem os helicópteros de alguns servidores da instituição. E com direito, quem sabe, a um “auxílio-avião” bancado por aquele otário de sempre. Tudo é possível.

Desperdício 2
A percepção de que o benefício seja possível tem lá suas razões: em abril de 2020, num rompante de moralidade, o TCE extinguiu um famigerado “auxílio-garagem” para alguns de seus privilegiados servidores, ao custo mensal de R$ 109.880,36. Estavam dispensados de eventual gasto com estacionamento pago nas ruas ou espaços especiais próximos. Tinham que mandar a conta para aquele otário.

Show 1
O cantor Almir Sater, que se apresenta dia 27 de novembro no Teatro Ademir Rosa, em Florianópolis, acompanhado por sua viola de dez cordas, está sendo elogiadíssimo pelo lançamento do novo álbum, o 10º da carreira, “Do amanhã nada sei”. Nas entrevistas anda dizendo uma verdade: que artistas e músicas do passado eram melhores do que os de hoje.

Show 2
Absolutamente verdadeiro. Hoje o cenário musical nacional é amplamente desfavorável ao bom gosto: o sertanejo, ou “sertanojo universitário – que é quase tudo que se ouve do gênero no momento, com viés narcisista, quando não depreciativo às mulheres e preconceituoso – é o estilo mais ouvido entre os jovens brasileiros, segundo o Datafolha.

Inacreditável
O Tribunal Superior Eleitoral ultrapassou todos os limites do bom senso. Ainda na sexta-feira a corte eleitoral teve o desplante de deferir direito de resposta para que os programas Morning Show e Pingos nos Is, da TV Jovem Pan, tivessem que dizer que Lula foi inocentado!

Preconceito
Ainda no sábado a “Folha de S. Paulo” deu espaço para leitores desferirem ofensas a SC e aos catarinenses quanto a suas opiniões e escolhas. Um mineiro escreveu que a “história de SC sempre resistiu ao arbítrio e que para isso basta ver os símbolos da bandeira catarinense e como um presidente (Floriano Peixoto) impôs um culto à sua figura, mudando o nome da capital para Florianópolis se auto homenageando em vida. Contra suas próprias tradições, escolhem o auto denominado mito”.

Baleias
Sobre a magnifica noticia, aqui, sábado, de que a região de Garopaba, Imbituba e Laguna será a primeira na América Latina a ganhar o reconhecimento internacional de sítio patrimônio das baleias, certificação concedida pela World Cetacean Alliance, que tal uma medida sensata: permitir, com todos os regramentos possíveis, como há em todo planeta, menos aqui, a observação embarcada daqueles maravilhosos cetáceos?

Misoginia
No julgamento, semana passada, em Florianópolis, de um homem que assassinou uma jogadora de futebol amador em junho do ano passado, por isso condenado a 21 anos de prisão em regime fechado, o juiz anotou na sentença: “ Misoginia. Aversão, ódio às mulheres. Condutas que infelizmente têm se revelado recorrentes na nossa sociedade e que por certo justificam a evolução permanente do sistema jurídico e a construção de uma rede de proteção às mulheres e à sociedade em geral”.

Limite a reajuste
O senador Esperidião Amin (PP-SC) teve preponderante papel na decisão do plenário do Senado que, semana passada, aprovou um projeto de lei que limita em 10,06% o reajuste das taxas de foro e de ocupação dos terrenos da União. O que mais Amin quer, na verdade, é a extinção dos terrenos de marinha em áreas urbanas.

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