Quase 60% dos eleitores consideram perigoso opinar ou declarar voto em 2022
É perigoso
Confirmando observação, aqui, ontem: pesquisa da Quaest/Genial revela: 57% dos entrevistados disseram considerar mais perigoso dar opinião ou falar de voto neste ano. Entre os que se declaram eleitores de Lula (PT) e de outros candidatos, o porcentual é maior (61%). Entre bolsonaristas, 51% disseram achar mais perigoso. Entre os que não pretendem declarar o voto publicamente (a maioria), 82% consideram mais perigoso falar no assunto. A Quaest ouviu 2.000 pessoas entre 17 e 20 de setembro. Vamos torcer para que tudo transcorra em paz e civilidade.
Atacadão
Não será por falta de pesquisas de intenção de voto que o eleitor terá dificuldades ou falta de referências para escolher – e voto útil também vale, porque não? – em que nomes ou partidos votar neste domingo. Nesta semana serão divulgadas 171 pesquisas. Só ontem foram 19 para a presidência da República e 28 para governos estaduais.
Versões de voto
Conhecemos bem o voto útil, que é a troca do voto de convicção pelo voto pragmático. Também já fomos apresentados ao voto envergonhado, que é aquele que não anuncia em quem vai votar para não se embaraçar entre amigos. Da mesma forma, o voto amedrontado já está consolidado nesta eleição. É aquele calado, silencioso, de maneira a garantir ao eleitor sua segurança e a de sua família. E há ainda o voto sem vergonha, mas este dispensa explicações.
Processo solidário
Há uma guerra não declarada para conquistar alunos entre as mais de 25 instituições de ensino superior públicas e privadas localizadas na região metropolitana de Florianópolis. E valem todos os recursos possíveis para convencimento. Entre eles a isenção da taxa de inscrição do vestibular para quem doar um quilo de alimento não perecível, iniciativa tomada pela Anhanguera.
Papai Noel
Saber que em pleno século 21 tais fatos ainda acontecem, e impunemente, é desalentador. A Promotoria de Justiça de Correia Pinto, na região serrana, recomendou a revogação de lei municipal que permite compra de cestas natalinas para funcionários públicos. O espantoso é que a lei existe desde 2011, permitindo à prefeitura usar recursos públicos para presentear servidores vinculados ao poder Executivo no final do ano.
Democracia corintiana
A UFSC promove sexta-feira, às 19h30, um encontro aberto ao público com o tema “A democracia corintiana”, com a participação virtual do polêmico jornalista Juca Kfouri. O movimento notabilizou-se no início da década de 1980, que lutou pelo fim da ditadura militar no Brasil. Sócrates, Wladimir, Casagrande e o catarinense Zenon foram alguns dos craques daquele tempo que participaram da campanha pela volta do direito ao voto para presidente, o que não acontecia desde 1960.
TV lixo
O mais abominável programa na TV aberta do país, o inqualificável Big Brother Brasil, anuncia que já renovou contratos de publicidade com as marcas Americanas, Seara, McDonald’s e QuintoAndar, e que sem contabilizar as cotas menores, como as inserções em provas e festas, que acontecem no decorrer do programa –, a Globo deve faturar este ano por volta de R$ 715 milhões. Se há quem paga e quem assiste….
Desprezo pela vida
Nos 20 primeiros dias de setembro, 1.540 brasileiros perderam a vida em decorrência da covid-19, mostram os dados do consórcio dos veículos de imprensa. Detalhe: nove em cada 10 pessoas que morreram entre março e setembro pelo vírus não tinham tomado, neste ano, a terceira dose de alguma das vacinas disponíveis. Em SC houve 30 registros neste mês. Metade deles tinha idade acima de 80 anos e 87% do total não haviam realizado o esquema vacinal completo.
Votos notáveis
Acaba de ser lançado o livro “Teori na prática. Uma biografia intelectual”, que analisa julgados nos quais foram proferidos os mais notáveis votos do ministro catarinense Teori Zavascki (falecido) ao longo de quase 28 anos de atuação no Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Cabo de guerra
Parece um cabo de guerra a disputa, sexta-feira vencida temporariamente pela Procuradoria Geral do Estado e Fundação Catarinense de Cultura, contra o Ministério Público estadual, suspendendo a interdição do Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul. Laudo do Corpo de Bombeiros – e quem haveria de melhor atestar, pergunta-se ao MP-SC – indicou que a estrutura não oferece risco, além de possuir instalações elétricas em boas condições.