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Relembre a tradicional Fenachopp, realizada por 16 anos em Joinville

Em conversa com idealizar do evento, Laércio afirma que gostaria de ver a festa ser feita novamente no município

A cidade de Joinville já fez parte da rota das festas de outubro no estado com a famosa e tradicional Fenachopp. A festividade teve sua última edição em 2003, após uma realização ininterrupta durante 16 anos e com mais de três milhões de participantes.

O empresário Laércio Beckhauser é o criador e a principal mente por trás do sucesso da festividade e, segundo ele, a ideia era seguir a ideia da Oktoberfest de Blumenau. “Queríamos algo que valorizasse as tradições dos imigrantes europeus que colonizaram a região. E ser um ponto de encontro para a população poder dançar e se divertir”.

A festa era a maior de Santa Catarina, começando um dia antes e terminando um dia depois da Oktoberfest. “Sempre planejamos a festa meses antes, com muita calma e pensando em cada detalhe. A primeira edição foi um sucesso e nos deu um gás para continuar”, relata Laércio, que nasceu em Blumenau.

Primeiro “Ein Prosit” da Fenachopp, em 1988. | Crédito: Arquivo Pessoal

Para o organizador da festa, a primeira edição é emblemática por todas as expectativas criadas e supridas durante os dias de evento. “Eu estive presente em todos os passos. Desde a criação da logo da festa, até a criação dos personagens Fritz e Frida e da música tema da Fenachopp”, relata.

Criações essas que são emblemáticas e fizeram a festa ficar marcada na mente do joinvilense. Principalmente com as figuras do Fritz, interpretada por Alberto Holderegger, e da Frida, que era escolhida com base na realeza de cada ano. “Tivemos muitas rainhas escolhidas até mesmo para representar Santa Catarina nas festas típicas”, conta.

Fritz e Frida da Fenachopp de Joinville. | Crédito: Arquivo Pessoal.

Já o hino da festa foi escrito por Laércio e produzido por ele junto a músicos. Ele era tocado pelo menos uma vez por banda e sua letra marcou os 16 anos da festa.

Primeira partitura da música oficial da Fenachopp. | Crédito: Arquivo Pessoal

Diversão garantida

Laércio também estava à frente da produção de diversas brincadeiras durante a festividade. Enquanto na Oktoberfest existia o chope em metro, em Joinville, existia o chope em shots. Com cerca de 12 copos, em que cada participante precisava virar o máximo de copos.

“As pessoas faziam filas e filas para participar, de forma esportiva e leve. Era motivo de risadas e muita diversão”, relembra. Outra brincadeira era a queda de braço, onde uma pessoa especialista no esporte ia até a festa e desafiava as pessoas. Quem conseguisse derrotar o atleta, ganharia dinheiro.

O famoso chope em shot, da Fenachopp. | Crédito: Arquivo Pessoal

Laércio afirma que nunca viu alguém ganhar, mas ouvia como os joinvilenses e visitantes gostavam de realizar apostas e brincar entre os amigos. “Também lembro quando a festa fez 12 anos, que deixei o chope de graça por 12 minutos. As pessoas iam a loucura”, lembra.

Além dessas atividades, existia o Degusta Beer, com uma degustação de cerveja. Na prática as pessoas tinham cinco copos de cerveja e precisavam acertar de qual marca cada copo era. “Isso gerava filas de pessoas e faziam elas conhecerem as marcas que estavam na festa”, relata Laércio.

Fim da festividade

A Fenachopp era organizada por entidades privadas em parceria com o município. Sua última edição aconteceu em 2003 e Laércio alega que não imaginava que a festa acabaria ali. “Fizemos um planejamento como em qualquer outro ano, já imaginando que a festa continuaria”, relata.

No entanto, a disputa judicial pelo uso dos pavilhões da Expoville deu fim a festa. Também havia a necessidade de uma melhor infraestrutura, como a construção de uma área para alimentação e ampliação do espaço físico.

Rainha da Festa das Flores e a Miss Joinville na Fenachopp. | Crédito: Arquivo Pessoal

“Acredito que a falta de investimento por parte do município nessa estrutura foi um fator crucial para a festa não continuar. Ficou inviável, pois para mim, se não tem infraestrutura, não tem festa”, explica Laércio.

Para a realização da festa, foi investido de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão na preparação. Esse tipo de preparo seria ainda maior caso as alterações não fossem feitas. “Infelizmente tivemos que dar um fim a festa quando vimos que, mesmo com o acordo, esses detalhes não seriam resolvidos”, conta.

Fenachopp tem como voltar?

Laércio relata que sempre é questionado pela volta da festa. Ele não descarta a ideia. No entanto, o morador de Joinville argumenta que não se comprometeria em planejar e arcar com toda a festa novamente. “Demanda muito, eu ficava desde que abria o portão até quando fechava. Foram meses intensos e não posso mais me dar ao luxo”, relata.

Edição da Fenachopp em 2000. | Crédito: Delcampe/Divulgação

Sua sugestão seria ajudar as pessoas que quisesse realizar a festa com dicas de como organizar um evento de grande porte como foi a Fenachopp. Para isso, seria necessária uma boa infraestrutura e talvez uma mudança no estilo de festa. “Gostaria de ver a Fenachopp viva novamente, talvez em um novo molde, mas presente no calendário joinvilense”, finaliza.


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