Repórter de O Município Joinville leva o segundo lugar no Prêmio ACI Ocesc de Jornalismo
Trabalho premiado busca dar voz às mulheres catarinenses que enfrentaram ciclos de violência de gênero
Trabalho premiado busca dar voz às mulheres catarinenses que enfrentaram ciclos de violência de gênero
A jornalista Lara Donnola, do jornal O Município Joinville, ficou em segundo lugar na categoria Jornalismo Universitário no 4º Prêmio ACI Ocesc de Jornalismo, em cerimônia realizada nesta segunda-feira, 24, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis.
Promovida pela Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), a premiação já se consolidou como uma das principais do jornalismo catarinense e reconhece a excelência da imprensa em diversas categorias.
O evento contou com a presença de uma das principais jornalistas do país, Sônia Bridi. Ao todo, 21 finalistas concorreram em sete categorias. A premiação distribuiu um total de R$ 92 mil em prêmios.
Lara concorreu na categoria de Jornalismo Universitário, com o podcast “Fala Delas”, que produziu durante a faculdade de Jornalismo no Ielusc. O podcast é uma iniciativa que busca dar voz às mulheres catarinenses que enfrentaram ciclos de violência de gênero. Dividido em dois episódios, o podcast combina relatos impactantes de vítimas com análises de especialistas, retratando a realidade da violência contra a mulher em Santa Catarina. O objetivo é conscientizar o público sobre as barreiras que as mulheres enfrentam em relação a essa violência no Brasil e os caminhos para a denúncia e superação.
No primeiro episódio, intitulado “Quando chega a ser violência?”, o foco está em entender como se forma o ciclo da violência em um relacionamento abusivo. Este episódio contém relatos de três vítimas de violência doméstica. Os depoimentos contêm descrições de violência física, sexual e psicológica. Os relatos das vítimas são costurados numa narrativa conjunta com as psicólogas Alessandra de Sá e Amanda Dal, que explicam como funciona o ciclo do abuso e quais são os impactos psicológicos causados nas vítimas. Além disso, a advogada Ana Paula Chaves Nunes, especializada na defesa dos direitos das mulheres, informa como as vítimas podem recorrer juridicamente.
Já no segundo episódio, “As barreiras para a denúncia — e como superá-las”, o podcast explora as dificuldades que as vítimas enfrentam ao tentar denunciar seus agressores. A advogada Ana Paula aponta os obstáculos judiciais e as psicólogas Amanda Dal e Alessandra de Sá falam sobre as condições psicológicas que as vítimas podem enfrentar para realizar uma denúncia, fornecendo um panorama completo sobre o que impede muitas mulheres de buscar ajuda. As profissionais também explicam como é possível romper um ciclo de violência.
Além disso, o segundo episódio também contém informações sobre leis de proteção aos direitos das mulheres, contando a história da criação da Lei Maria da Penha, falando sobre a Lei do Feminicídio e informando sobre serviços disponíveis para as vítimas de violência na cidade.
O primeiro lugar na categoria Jornalismo Universitário ficou com Gabriele de Oliveira da Silva, da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), pelo trabalho “Pelo fim do direito de matar: Violência e letalidade policial em Florianópolis”.
Região de Joinville já era habitada há 10 mil anos: conheça os quatro povos anteriores à colonização: