Antigamente, o povo indígena Guarani tinha facilidade para sobreviver porque não existia o desmatamento da natureza em nosso território milenar na Mata Atlântica, que a região nordeste de Santa Catarina faz parte.
Hoje em dia é difícil buscar sustentabilidade através da natureza porque não existe mais a floresta boa que chamamos de ka’aguy porã. Mesmo assim, o povo guarani resiste mantendo a sobrevivência por meio da cultura, da língua e da sabedoria dos mais velhos passada aos mais jovens pela religiosidade nas nossas casas de reza que chamamos Opy.
Desde a chegada dos não-indígenas na América, os povos indígenas vêm lutando pelo reconhecimento dos nossos direitos e das terras reconhecidas e demarcadas. São mais de 500 anos de sobrevivência. Foram muitas as violências cometidas contra nós ao longo da história. E até hoje resistimos às pressões da cultura não-indígena que quer que a gente viva nas cidades.
Historicamente, a resistência indígena se deu de muitas formas. Entre elas, pelas fugas de cativeiros dos bandeirantes e a resistência à expulsão de nosso território na Guerra Guaranítica em 1750.
Percebemos a preocupação dos mais velhos com a transmissão dos conhecimentos tradicionais de cura e dos conhecimentos das plantas, dentre os muitos aspectos que envolvem a dimensão da saúde. Portanto, as nossas formas de resistência são atualizadas ao longo do tempo, ela ainda se faz necessária enquanto os direitos indígenas não forem totalmente respeitados no Brasil.
A resistência guarani é muito antiga, porque os mais velhos estavam preocupados em pensar que tínhamos perdido grande parte da nossa cultura e costumes dos nossos antepassados. Antigamente, havia dias em que podíamos descansar, caçar, pescar livremente em cada parte da mata sem nenhum problema.
Para o futuro, é importante manter a resistência de nosso povo e de nosso território milenar, conforme previsto na Constituição Federal no artigo 231.
Valorize as culturas e as resistências dos povos originários.
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