Revisão do Plano Diretor: moradores do Aventureiro cobram mais segurança no bairro
Moradores fazem rondas na região por conta própria pela falta de policiais
Moradores fazem rondas na região por conta própria pela falta de policiais
Os vereadores da Comissão de Proteção Civil e Segurança Pública da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ) ouviram moradores do bairro Aventureiro em audiência pública na noite desta segunda-feira, 20. Preocupados com roubos e furtos, principalmente a comércios, comerciantes estão fazendo rondas até de madrugada por conta própria.
As polícias militar e civil, no entanto, disseram que os índices de violência estão em queda no Aventureiro, mas mantiveram os números sob sigilo.
Presidente da comissão, Ascendino Batista (PSD) foi quem sugeriu a reunião. “O comércio vem sofrendo com roubos e furtos, em decorrência da falta de investimentos do estado”, afirmou. Assim como as autoridades e cidadãos que falaram na sequência, Batista pediu mais policiais no bairro.
“O problema de segurança no bairro não é de hoje”, afirmou o comerciante Marcos Junior Pederssetti. Ele faz parte de um grupo de comerciantes que se juntaram para monitorar a violência. Em um mesmo dia, oito locais foram roubados, conta Pederssetti, levando os comerciantes a iniciar rondas durante o dia e a madrugada. “Os comerciantes têm dúvida de como vão encontrar seus estabelecimentos no dia seguinte”, disse, pedindo mais policiamento e câmeras de vigilância.
Recentemente, bandidos armados assaltaram uma imobiliária e fizeram as funcionárias reféns, contou o presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do Aventureiro, Osvaldo Visentainer. Furtos de portões de alumínio não são mais novidade, assim como de bicicletas.
As polícias civil e militar reconhecem que o número de policiais para atender à população é insuficiente. “O efetivo não sobe, mas sobe a população e os problemas sobem”, disse o tenente-coronel Celso Mlanarczyki Júnior, comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar. Ele ressaltou que a tecnologia contra o crime, entretanto, teve avanços nos últimos anos.
O tenente-coronel apresentou percentuais de queda na criminalidade no bairro Aventureiro, mas preferiu manter os números sob “sigilo da informação”. No gráfico apresentado por ele, os furtos e roubos vêm se mantendo em queda desde 2016. Em 2020, o Aventureiro era o 8º bairro no ranking de furtos da cidade. Já em 2021, ele está em 9º.
Quanto a roubos, o bairro caiu de 2º, na lista do ano passado, para 6º, na desse ano, deixando de ser “a bola da vez”, segundo o tenente-coronel. Diminuiu também o número de homicídios: -63%. “Tem furto a rodo, é uma cidade grande, muitas vezes sem estrutura, e também é uma questão social”, disse Mlanarczyki Júnior.
“Os índices criminais vêm numa redução”, disse a delegada regional da Polícia Civil, Tânia Harada. A exceção é o número de estelionatos, os golpes que aumentaram muito depois da pandemia, principalmente pelo celular. A delegada pediu aos cidadãos que se previnam, acessando informações nas redes sociais da polícia e veiculadas na mídia.
Os dois policiais admitem ser difícil manter as prisões, no caso de roubos e furtos. “A gente sabe que tem muito furto, de tudo, mas, por vezes, aquele cidadão não fica na prisão, por uma série de questões”, disse o tenente-coronel.
Para o secretário de Proteção Civil e Segurança Pública (Seprot), Paulo Rigo, os índices de criminalidade de Joinville são “relativamente baixos”, se comparados aos de outras cidades brasileiras. Ele reconheceu, contudo, que é preciso não se deixar acomodar.
Rigo disse que a Seprot está “alinhada” com as forças de segurança e que a Prefeitura tem feito investimentos importantes, como na iluminação pública e revitalização de praças. Está nos planos o monitoramento das saídas de Joinville, ao custo de R$ 6 milhões.
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