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Riscos do tadalafila: especialistas explicam função do remédio e alertam sobre o uso recreativo
Medicamento para disfunção erétil é escolha de jovens para melhorar desempenho sexual e também por questões estéticas
A tadalafila, remédio usado para disfunção erétil e problemas cardiovasculares, tem seu uso popularizado entre os jovens, que utilizam o medicamento como potencializadora para relações sexuais, pré-treino e até, erroneamente, como suposto tratamento para aumento peniano.
De acordo com o urologista Diogo Edele dos Santos, a tadalafila é uma droga que pertence a um grupo que ajuda os vasos sanguíneos a se relaxarem e se abrirem mais, facilitando o fluxo de sangue. Ela é indicada para o tratamento da disfunção erétil, normalmente associada a pacientes com obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes, aumento de triglicerídeos e colesterol.
Além disso, também pode ser indicada para quando a próstata aumenta de tamanho e para hipertensão pulmonar. Diogo frisa que o medicamento não é indicado para mulheres, já que não há estudos que comprovem benefícios para elas.
“A tadalafila é um remédio, e não um suplemento ou vitamina. Portanto, necessita de orientação. Existem duas formas de prescrição: sob demanda (para disfunção erétil em tratamento episódico) ou uso contínuo (para disfunção erétil com tratamento prolongado e demais doenças)”, explica.
Afirmação masculina
O médico frisa que o remédio não tem um controle de receita e se torna muito acessível ao público. Por causa disso, muitos jovens conseguem adquiri-lo sem dificuldades. Nesse cenário, o uso está altamente relacionado a uma questão de afirmação masculina, uma vez que os homens o ingerem para melhorar suas relações sexuais.
Ele também é usado por motivos estéticos, já que algumas pessoas acreditam que o remédio torna as veias mais visíveis, o que não é comprovado cientificamente.
“O uso do remédio pelos jovens é uma tentativa de se garantir sexualmente, uma forma de se exibir. Quando estão sem a medicação, ficam inseguros, o que acaba afetando ainda mais o desempenho sexual. Não há nenhuma contraindicação relacionada à idade, mas as doenças da próstata e a disfunção erétil ocorrem, em geral, em homens com mais de 50 anos”, afirma.
Falsos profissionais
Sobre a questão estética, Diogo acredita que muitos jovens são levados ao uso do medicamento por meio de influenciadores e falsos profissionais da área. “Eles [os influenciadores] indicam o uso sem nenhuma responsabilidade. E é claro que existe uma demanda por trás desse assunto, o que acaba levando ao uso com diversas consequências”.
A dosagem máxima da tadalafila é de 20 mg por dia sob demanda ou 5 mg por dia para uso contínuo. Diogo explica que a única restrição absoluta é o uso do remédio em conjunto com medicamentos para o coração que dilatam os vasos.
Em relação ao consumo de alimentos ou álcool, o médico explica que não há restrições. Por fim, ele diz que normalmente é feito um exame com cardiologista antes da prescrição.
Diferença em relação ao Viagra
O efeito da tadalafila começa entre 30 a 60 minutos após a ingestão e pode durar de 36 a 48 horas, variando de pessoa para pessoa. O principal efeito é a dilatação dos vasos sanguíneos.
O médico explica que essa dilatação não ocorre apenas no pênis, mas em todo o organismo. Ou seja, os efeitos colaterais podem incluir coriza, olhos vermelhos e aumento da pressão arterial.
Já pessoas com comorbidades podem apresentar efeitos mais graves, por pertencerem a um grupo de risco. Além disso, Diogo destaca que indivíduos com esse perfil tendem a não se consultar com frequência, o que pode levar a problemas vasculares.
Preço acessível facilita aquisição
A farmacêutica Heloisa Fachini afirma que a fórmula original do medicamento é composta apenas pelo princípio ativo da tadalafila. Ela diz que o preço do remédio nas farmácias varia de acordo com a dosagem e a quantidade de comprimidos, mas que a versão de 20 mg, a mais utilizada, custa a partir de R$ 15.
“Dependendo da farmácia, o valor pode ter desconto progressivo. Já em farmácias de manipulação, é comum encontrar fórmulas personalizadas com prescrição médica”, explica.
Outro ponto que a profissional destaca é a diferença entre a tadalafila e o Viagra, outro medicamento usado para disfunção erétil. O principal diferencial é o tempo de duração, já que a tadalafila pode durar até seis vezes mais do que o Viagra.
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