Rodrigo Bornholdt decide não se filiar ao PSL, em Joinville

Principais motivos seriam em relação a questões ideológicas e a reaproximação da sigla com o presidente Bolsonaro.

Rodrigo Bornholdt decide não se filiar ao PSL, em Joinville

Principais motivos seriam em relação a questões ideológicas e a reaproximação da sigla com o presidente Bolsonaro.

Fernanda Silva

Na noite desta quarta-feira, 15, o advogado e político Rodrigo Bornholdt anunciou em seu Facebook que decidiu não dar continuidade a sua filiação ao Partido Social Liberal (PSL). O processo para integrar o antigo partido do presidente Jair Bolsonaro, começou no dia 3 de abril. A sigla tinha proposto a Bornholdt a filiação para ser lançado pré-candidato à prefeitura de Joinville nas eleições deste ano.

O que levou o político a recuar na decisão de se filiar ao PSL foram as questões ideológicas. “Minha vida pública sempre se pautou pelo compromisso com a democracia e com os direitos humanos, como as liberdades e os direitos sociais”, conta Bornholdt em nota.

Quando pensou em filiar-se, o PSL estava distanciado de Bolsonaro. “Desde o início fiz oposição ao atual governo federal, cujo ideário e práticas políticas não estão de acordo com aquilo que defendo”, disse o político. Acontece que, segundo ele, houve uma reaproximação entre o partido e o presidente, o que pesou na decisão de não dar continuidade ao processo de filiação.

“Quando aceitei o convite, acreditei numa cisão definitiva e programática entre o PSL e o Presidente da República, que já deixou o partido. Acreditei também na adoção, pelo partido, de uma pauta mais afinada com o ideário social-liberal, própria a seus primeiros tempos e representativa de uma variante da social-democracia”, disse Bornholdt.

Ainda assim, Bornholdt acredita que o governador do Estado, Carlos Moisés, tem feito uma gestão acima das expectativas. Inclusive, isso teria pesado ao político no momento em que aceitou o convite para integrar o PSL.

Porém, de acordo com Bornholdt, ao mesmo tempo que no âmbito municipal e estadual poderia aproximar o partido das pautas que defende, não acredita que teria projeção para isso nacionalmente.

O político chegou a pedir a saída do Partido Democrático Trabalhista (PDT), mas, a princípio, acredita que ainda segue filiado. Bornholdt aguarda confirmação.

Confira a nota na íntegra

Após amplo estudo e reflexão, verifiquei que as atuais diretrizes e a postura do PSL, no âmbito nacional, não convergem com as minhas. Em vista disso, achei por bem não concretizar o processo de filiação ao partido, iniciado no último dia 3 de abril.

Minha vida pública sempre se pautou pelo compromisso com a democracia e com os direitos humanos, como as liberdades e os direitos sociais. Em vista disso, refletindo a respeito da importância de me manter fiel às minhas convicções, entendo como incompatível minha entrada no partido que elegeu o atual Presidente da República, participa ainda ativamente de sua base de apoio e cogitou, no último dia 08/04, inclusive, uma reaproximação formal com ele (conforme declarações da líder do PSL na Câmara dos Deputados).

Desde o início fiz oposição ao atual governo federal, cujo ideário e práticas políticas não estão de acordo com aquilo que defendo. Poderão se perguntar: “Mas ele já não sabia disso antes? Por que então iniciou seu ingresso no partido?” Quando aceitei o convite, acreditei numa cisão definitiva e programática entre o PSL e o Presidente da República, que já deixou o partido; acreditei também na adoção, pelo partido, de uma pauta mais afinada com o ideário social-liberal, própria a seus primeiros tempos e representativa de uma variante da social-democracia. Refletindo melhor, porém, verifiquei que isso ainda não ocorreu e talvez não venha a efetivamente se concretizar.

Recebi e aceitei o convite para ingresso no partido, para ser seu pré-candidato a prefeito. Dadas sua imagem e dimensão na cidade, aliada à força do governador, entendo que teria todas as condições para me eleger e fazer uma gestão diferenciada, num diálogo amplo com a comunidade e com as forças produtivas, dando ênfase ao aprimoramento da rede de proteção social, à consolidação do ensino em tempo integral, ao aprofundamento das práticas democráticas e ao estímulo à geração de renda.

Entendi também, no momento em que iniciei o processo de filiação, como aliás ainda entendo, que no âmbito local e estadual poderia fazer a diferença, aproximando o partido às pautas que defendo. Mas cheguei à conclusão que não teria essa força no âmbito nacional. Que ali os caminhos ainda se desenham e se consolidam de outra forma.

Diante disso, reitero, senti que estaria a trair minhas próprias convicções, afinal a atuação, a pauta e as diretrizes partidárias do PSL conflitam com a maior parte daquilo em que acredito.

Em Santa Catarina, entendo e reconheço que a situação do PSL é diferente. O governador Carlos Moisés tem feito até aqui um governo acima das minhas expectativas e tal fato, como já expressara anteriormente, pesou muito na minha decisão de aceitar o convite. Moisés se mostra aberto às questões sociais e comprometido com o jogo democrático, que exige diálogo e respeito às diferenças. Mas não posso me ater unicamente à questão regional, adotando uma linha de pensamento que, ao fim e ao cabo, se revelaria provinciana.

Agradeço imensamente ao presidente estadual Fabio Schiochet, ao governador Carlos Moisés, e ao presidente municipal Derian Campos, pelo convite e pela confiança demonstrada.

Minha luta, juntamente com a de companheiras, companheiros e simpatizantes que me deram votações significativas para continuar na vida pública; ou que, mesmo não votando em mim, levam em conta aquilo que temos a dizer, continua. Peço-lhes que estejamos firmes em nosso compromisso com o bem comum, com a democracia, com uma economia inclusiva e com os direitos humanos! Vamos em frente!!

 

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