Rodrigo Fachini fala sobre candidatura a vice, revitalização do Centro e melhorias nas UBSFs

Candidato concorre a vice-prefeito de Joinville no segundo turno, que será decidido neste domingo, 29

Rodrigo Fachini fala sobre candidatura a vice, revitalização do Centro e melhorias nas UBSFs

Candidato concorre a vice-prefeito de Joinville no segundo turno, que será decidido neste domingo, 29

Fernanda Silva

Idade: 42 anos
Naturalidade: Florianópolis (SC)
Profissão: Gestor
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna:
55

Vice do candidato Darci de Matos (PSD), nasceu no dia 20 de janeiro de 1978 em Florianópolis. Aos 40 dias de vida, sua família mudou-se para Joinville, onde vive até hoje. Fachini cresceu na região Sul da cidade, é casado com Karla Duarte Fachini e tem quatro filhos: Fábio, João Pedro, Lucas e Luiza.

Formado em Gestão Pública, cursa MBA (Master in Business Administration) em Cidades Inteligentes. Desde cedo, esteve envolvido em movimentos sociais e políticos, muito por influência de seu pai, João Fachini, padre que deixou o sacerdócio para casar-se com Justina Rosa Fachini. Foi secretário de Obras, se elegeu vereador em 2012 e foi reeleito em 2016, cargo que ocupa atualmente.

Na entrevista desta quinta-feira, 26, Fachini falou sobre a mudança de sua candidatura como prefeito pelo PSDB para vice de Darci de Matos (PSD). De acordo com o psdbista, ele e o partido avaliaram que a chapa teria mais chance de vencer as eleições e garantir uma gestão diferente da última que passou pela cidade.

Também comentou sobre a atual situação das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) e falta de insumos para atendimento da população. Fachini acredita que, melhorando as unidades e os serviços prestados, isso ajudaria também a desafogar a demanda do Hospital São José

Outro ponto levantado por Fachini foi a revitalização do Centro. Para ele, a região central precisa ser atrativa para que as pessoas queiram passar por ela e fazer seu lazer no local. “A exemplo do nosso projeto da concepção de um mercado municipal grandioso e moderno, que vai ser feita através de uma PPP (parceria público-privada), garantindo a revitalização de todo o anel central. Tira o Terminal do Centro, coloca ali o mercado municipal, por força de PPP, ou seja, com dinheiro privado, sem tirar um centavo do bolso da prefeitura, mas com isso também vamos garantir a revitalização da área central”, explica.

Assista à entrevista na íntegra:

Você vem de uma família muito atuante em iniciativas sociais em Joinville. Quando foi esse seu início para entrar na política e seguir essa carreira?

Desde muito criança acompanhei meu pai João Fachini e também meu tio, o padre Luiz Fachini. Meu pai vereador em 1988. Até contava dias atrás que, quando eu saia da escola, em vez de pegar o ônibus para ir para casa, pegava para ir à Câmara, assistir as discussões em plenário. Foi justamente naquela legislatura que foi construída a lei orgânica do nosso município. Meu pai foi um vereador muito atuante e preparado. Então, eu te diria que desde sempre eu me interessei na política, mas com a certeza de que a política pode e deve ser um instrumento que pode mudar a vida das pessoas, que possa fazer o bem. Depois, tive a oportunidade de fazer a juventude partidária e fui eleito vereador em 2012 e reeleito em 2016, com quase 6.500 votos. Mas com essa certeza: a política precisa estar a serviço das pessoas.

Chegou a anunciar a sua pré-candidatura junto ao PSDB até a reta final. O que fez a decisão sua e do partido que, em vez de uma candidatura própria, optar por essa coligação com Darci de Matos?

O amor pela cidade. Eu vinha, como todos sabem, do MDB e sai desse partido quando comecei a fazer um enfrentamento às políticas do atual governo e rompi com o prefeito lá trás, na época de presidente da Câmara. Acabei, então, me desfiliando do MDB, por força de Justiça, por uma decisão judicial, busquei na Justiça essa possibilidade. Foi aí que me filiei ao PSDB e fui homologado, inclusive, pela convenção municipal a minha candidatura. Mas, em um determinado momento, sentamos eu, o deputado Rodrigo Coelho (PSB) e o próprio Darci. Tivemos o entendimento do momento em que Joinville vive e risco de perdermos essa eleição ou para a continuidade ou, neste caso agora, para o despreparo. Por isso, eu topei ser vice do Darci já naquela época, em terceiro nas pesquisas, para que a gente possa de forma conjunta, ou seja, unindo forças para colocar em prática aquilo que queremos para a nossa cidade, que é a verdadeira mudança. Por isso, então, aceitei ser vice do Darci. Quero dizer que me sinto, hoje, com o sentimento de que tomei a decisão mais correta e assertiva porque desta forma nós vamos reconstruir a nossa cidade.

E do seu rompimento com o MDB, o que mais pesou para a tomada desta decisão?

Olha, a obra do Rio Mathias foi de suma importância, a tentativa do prefeito em aumentar a taxação do esgoto sanitário, a taxa, também tivemos um debate muito intenso da questão da Cosip, em que ele mudou, a gente acabou votando a questão e depois eu fui muito ferrenho, muito duro em relação a necessidade de voltar atrás. A questão da dengue, não sei se todos sabem, mas o proponente da lei da dengue fui eu e, desde 2013, venho batendo e cobrando o prefeito de uma política pública que pudesse diminuir essa mazela que se tornou a nossa cidade neste ano de 2020. Infectamos aí 8.700 pessoas aqui em Joinville. E o pior, a prefeitura mais uma vez não fez nada. A Secretaria da Saúde mais uma vez negligenciou os cuidados em relação a dengue. Sabe o que pode acontecer agora, neste ano? Nós podemos ter uma nova epidemia e pode vir a dengue hemorrágica. Se isso acontecer, a Covid foi fichinha. Então, são situações como essa, que você vai percebendo e vai se colocando contrário. Chegou um momento em que o desgaste foi inevitável e aí, então, a ruptura de vez. Algumas pessoas até me cobram: “Fachini, e a tua coerência?”. É justamente a minha coerência que me fez tomar essa postura. Eu já falei algumas vezes na Câmara de Vereadores e repito que o meu compromisso não é com partido algum, com prefeito ou cargo. O meu compromisso é com a cidade e as pessoas que aqui vivem. Por isso, rompi com o prefeito e segui um outro caminho. Caminho esse que é da mudança.

No seu entendimento, qual é hoje a principal carência de Joinville?

Olha, eu penso que temos em alguns setores. Na verdade, assim, a cidade está muito fragilizada em diversos fatores. Por exemplo, na questão de licenciamento ambiental, dos alvarás, nós precisamos resolver isso de forma imediata, já no primeiros meses de 2022, porque o desenvolvimento econômico e, por consequência, o desenvolvimento social de Joinville, depende muito desse destravamento. Nós precisamos diminuir a burocracia. Aí, essa é uma política que não depende de recurso e não custa dinheiro porque é puramente decisão, conhecimento, vontade de ser arrojado e fazer essa desburocratização. A exemplo do que acontece em várias cidades catarinenses. A lei ambiental é a mesma para o Brasil inteiro. Então, se dá certo em Araquari, Garuva, Jaraguá, por que não há de dar certo em Joinville. Então eu acho que esse é um ponto fundamental para que possamos dar essa virada que Joinville tanto precisa. Outra questão, a zeladoria da cidade. Todos nós sabemos que Joinville foi abandonada no ponto da zeladoria, especialmente nos últimos quatro anos. Nós precisamos pintar faixas, meios-fios, iluminar a cidade, tapar os buracos, finalizar as obras que não foram finalizadas e plantar flores nos canteiros. Nós precisamos devolver aos joinvilenses a Joinville que foi atrativa, nos deu orgulho, que convidada as pessoas ao vir ao Centro da cidade para passar um sábado de sol, que acolhia aqueles que vem de fora, turistas e parentes, nos dando assim uma melhor qualidade de vida, aquela Joinville que realmente acolhia as pessoas. Esse é outro setor que nós precisamos avançar fortemente. Como se faz isso? A nossa proposta em quanto plano de governo do prefeito Darci está muito voltada para as PPP, as parcerias público-privadas. A exemplo do nosso projeto da concepção de um mercado municipal grandioso e moderno, que vai ser feita através de uma PPP, garantindo a revitalização de todo o anel central. Tira o Terminal do Centro, coloca ali o mercado municipal, por força de parceria pública-privada, ou seja, com dinheiro privado, sem tirar um centavo do bolso da prefeitura, mas com isso também vamos garantir a revitalização da área central. Dando mais vida para o Centro da nossa cidade. Inclusive, a concepção dessa ideia é do arquiteto e ex-prefeito de Curitiba Cassio Taniguchi, que foi um cara que fez escola para o Brasil, que deu continuidade a um trabalho que começou lá com Jaime Lerner, Rafael Grega e veio Cassio Taniguchi, ou seja, nós estamos muito bem orientados e assessorados por alguém que já fez a diferença em uma cidade maior do que a nossa.

Caso seja eleito, como pretende atuar como vice-prefeito?

O papel do vice é estar muito próximo ao prefeito, estar a serviço da cidade e da gestão. Eu te confesso que, em momento nenhum, sentamos eu e Darci para pensarmos ou tomarmos alguma decisão, ou seja, não foi pauta das nossas conversas até aqui, a questão de secretarias, cargos, nada disso nós conversamos. O que conversamos sempre foi a reconstrução da nossa cidade, foi a elaboração do nosso plano de governo. Então logo após domingo, se Deus nos abençoar, segunda-feira a gente começa a trabalhar e a gente vai pensando melhor essa disposição. Precisamos apresentar à Câmara de Vereadores a nossa reforma administrativa, que é uma lei oriunda do executivo municipal, e aí é claro que é necessário muito diálogo e interlocução com o poder legislativo, nisto eu tenho experiência, estou lá há oito anos e sei que poderei contribuir e muito. Agora, a certeza é uma só: estarei a disposição da nossa cidade e do nosso prefeito. Jamais no sentido de atrapalhá-lo, mas sim estar ao lado dele construindo as políticas que são necessárias para que a gente possa fazer efetivamente a mudança, porque nós somos a mudança em Joinville.

Temos uma Câmara de 14 partidos. Quais os desafios de trabalhar com um legislativo assim?

Acho que muito diálogo. O que faltou nesta gestão foi um diálogo e, modéstia parte, nós temos essa prática. O Darci vem do poder legislativo, conhece bem e carrega na sua trajetória política a prática do diálogo e eu de forma igual, quem acompanha a minha trajetória até aqui, nestes oito anos de vereador, sempre foi pautada pelo diálogo, pela verdade, por estabelecer parceria e relação de confiança com o legislativo. Aliás, quem lembra, em 2014, quando eu ganhei a presidência da Câmara, eu venci do prefeito Udo, que tinha um outro candidato. Então, por que eu acabei vencendo? Porque foi muito diálogo, conversa e mostrando para os pares, vereadores da época, que nós poderíamos fazer diferente. É verdade que no final da minha gestão na condição de presidente da Câmara, eu devolvi ao executivo municipal cerca de R$ 16 milhões. Eu pude inaugurar um modelo de gestão que buscou a economicidade. Nós cortamos, na época, 30% dos cargos comissionados da Câmara de Vereadores, diminuímos em 30% o valor destinado as diárias de cada vereador. Foi naquele momento que houve aquele episódio dos diplomas falsos, nós exigíamos escolaridade dos assessores, quatro com nível médio e três, superior. Ali pintou aquele rolo dos diplomas falsos e eu pude tratar isso com muita seriedade. Abrimos, na época, um inquérito e resolvemos. Então, faz parte da minha prática, trajetória e formação o diálogo com as pessoas. Não teremos grandes desafios, tenho certeza que essa rapaziada que chega logo à Câmara de Vereadores, e digo isso de forma muito respeitosa, também quer reconstruir Joinville e quer uma cidade melhor. Se nós temos afinidade naquilo que queremos, basta começarmos esse grande trabalho que vai reconstruir Joinville.

Você apoia o aumento do efetivo da Guarda Municipal?

Eu penso que sim. Tivemos uma reunião dias atrás com o pessoal da guarda, sabes que participei efetivamente da criação da guarda, lá em 2013 ou 2014, não tenho exatamente a memória agora da data, mas eu era líder de governo e fui quem defendeu na Câmara a criação da guarda. E deu certo. Ela cumpre um papel importante, inclusive, salvaguardando a segurança do patrimônio da nossa cidade e das pessoas, que é o maior patrimônio de uma sociedade. Esse aumento vejo com muito bons olhos. Claro que precisamos chegar a prefeitura e entendermos um pouco como está a questão financeira, como se comporta hoje e as possibilidades para esse aumento, mas eu, pessoalmente, sei que esta também é o desejo do prefeito Darci e nós enxergamos com muito bons olhos essa ampliação do efetivo.

Quais os critérios que pretendem adotar para definir a ocupação dos cargos comissionados?

Nós vamos antes de mais nada, apresentar uma reforma administrativa na Câmara de Vereadores, que vai compactar as secretarias. De 23, teremos sete apenas. Esse é um modelo que buscamos inclusive em Criciúma, que é uma das cidades mais bem avaliadas no Brasil, onde lá o prefeito Clésio Salvaro governa com apenas cinco secretarias. O critério é técnico, acima de tudo. Pessoas que estejam verdadeiramente preparadas para essa missão e o preparo se dá com vivência, histórico e práticas. Por exemplo, a Secretaria de Educação, a educação da nossa cidade é muito boa, falo isso com muita firmeza porque meus filhos estudam em escola pública. Agora, o que nós precisamos é valorizar o profissional. De que forma? Não politizando ou partilharizando a secretaria. Lamentavelmente, foi isso que aconteceu nos últimos anos. Inclusive, o secretário de Educação acabou se elegendo vereador e depois continuou sendo secretário, mas não era, tinha alguém ligado a ele. A gente percebeu que isso não faz bem para o resultado final, neste caso, a educação. Nós precisamos ter um secretário que não venha a ser candidato a vereador, por exemplo. Precisamos tirar essa contaminação política partidária, por exemplo, da secretaria de Educação. Acho que é isso, a pauta para a escolha será técnica, pessoas de envergadura política e que possam estar a frente destas pastas e desenvolver um bom trabalho, acho que esse será o principal critério para que possamos reformar e reconstruir Joinville.

Uma das grandes dificuldades que Joinville enfrenta é a desigualdade social. Como você acredita que a prefeitura pode ajudar a reduzir esse problema?

Primeiro, tendo a certeza que o prefeito será um prefeito para toda a cidade. Um prefeito precisa enxergar e conhecer a cidade. Você mesmo citou no início da nossa entrevista, que eu vim de uma família que sempre atuou muito forte nas questões sociais da cidade. O padre Fachini com as cozinhas comunitárias, 25 anos atendendo cerca de 4.500 crianças com as cozinhas comunitárias em todos os cantos da cidade. Então, eu conheço Joinville como poucas pessoas conhecem, a realidade da nossa cidade, assim como Darci conhece, porque tem 25 anos de vida pública, como vereador, deputado e presidente da Fundamas. Então, como primeiro passo é isso. Um prefeito e vice-prefeito que verdadeiramente conheçam a realidade do cidadão joinvilense. Só para te falar, eu tenho dito que eu vivo de forma muito parecida com a forma que vive a grande maioria da população joinvilense. Porque eu não tenho plano de saúde, uso a saúde pública, meus filhos estudam na escola pública, uso a educação pública. Hoje uso muito menos, mas meus filhos usam o transporte público quase que diariamente. Esse é o primeiro passo, que é muito importante. E aí, só para citar um exemplo aqui. Por que será que a nossa rodoviária de Joinville está abandonada a tanto tempo? Com todo respeito, mas porque o prefeito Udo nunca precisou pegar um ônibus na rodoviária, a verdade é essa. Então nós não podemos correr esse risco novamente. De ter um prefeito que não viva a realidade das pessoas. Esse é o primeiro passo. Depois, as políticas públicas. Houve um desmonte da Secretaria de Assistência Social. Vou citar um exemplo. Nós tínhamos em Joinville cerca de 300 e 350 pessoas em situação de moradia de rua. Hoje, toda Joinville já percebeu isso, são mais de mil pessoas jogadas nas ruas de Joinville. Mais de mil pessoas em situação de moradia de rua. É só a gente circular aqui na área central que vamos perceber o acréscimo dessas pessoas que estão completamente abandonadas, desassistidas. A prefeitura, hoje, tem se quer um cadastro apontando quem são essas pessoas. Nós não sabemos se quem está ali é uma pessoa pregressa de crime, violência, violência contra a mulher, nós não sabemos porque não existe se quer um cadastro. Essas políticas públicas precisam chegar lá na ponta. Secretaria de Esporte tem um papel fundamental de políticas públicas que possam atender as nossas crianças, a Secretaria de Cultura, o Simdec tem que estar a disposição dos nossos atores, da cultura da nossa cidade, mas também voltado ao atendimento e ao trabalho conjunto que possa assistir as pessoas com maior vulnerabilidade social da nossa cidade. São políticas como essa que a gente vai implementar e fortalecer para que nós possamos, efetivamente, diminuir a desigualdade social na nossa cidade. Eu não tenho o número exato aqui, mas cerca de 100 mil pessoas de Joinville vivem com apenas um salário mínimo. Isso não é justo. De que forma equilibrar isso e aumentar essa renda per capita? Com políticas públicas. Algo que eu quero citar aqui de forma prévia, sei que já estou me alongando, mas nós colocamos em nosso plano de governo a escola bilíngue para crianças já do CEI. A partir dos três anos de idade, as nossas crianças terão aula de inglês. Poxa, isso pode parecer uma loucura. Não é uma loucura. Isso tem um custo bastante baixo e quem sabe se, tudo dando certo e nós ganhando essa eleição, daqui há dez anos nós teremos a primeira cidade catarinense considerada bilíngue, com crianças lá da periferia da cidade, das regiões mais extremas, crianças que hoje vivem em vulnerabilidade social, mas que terão acesso, por exemplo, a um mercado de trabalho diferenciado e que exige a segunda língua, no caso, a língua inglesa. Isso se faz com determinação e coragem, mas acima de tudo, com preparo e conhecimento.

Qual você acredita ser hoje a maior carência na área da saúde?

Quando nós falávamos aqui de uma cidade que contaminou 8.700 pessoas com dengue só neste ano, para você ter uma ideia, em 2019 nós tínhamos quase três mil focos do mosquito, mas tivemos quatro pessoas contaminadas. Neste ano de 2020, nós tivemos quase que os mesmos focos, mas tivemos gigantescamente um aumento das pessoas contaminadas. Por aí, a gente já percebe uma carência muito grande. Depois vem as filas das cirurgias que estão represadas, falta de remédios lá na ponta, nas unidades de saúde. Durante o exercício do legislativo, a gente recebe inúmeras reclamações da falta de remédios das chamadas cestas básicas. Recebemos inúmeras denúncias da falta de insulina para as pessoas que têm a diabete. É a falta de um remédio que a prefeitura já sabe que vai precisar todos os meses, porque são os mesmos pacientes que vivem e precisam desse medicamento. Falta de medicamento para tratamento oncológico. Pessoas com câncer que acabam ficando sem tratamento quimioterápico por falta de remédio. São essas as ações que precisamos avançar fortemente. Estratégia de saúde da família, hoje temos aí cerca 80% de cobertura em toda a cidade, mas o grande problema da saúde da família é que esses agentes estão sendo utilizados para serviços administrativos dentro das unidades de saúde. Nós precisamos atacar isso fortemente. Não adianta construir prédio e reformar unidade, mas a política de atendimento ser falha. Só para você ter uma ideia, a rede pública municipal de Joinville não tem sequer um único médico pneumologista. Em época de coronavírus, não temos um médico pneumologista na rede pública municipal de Joinville. Uma cidade de quase 600 mil habitantes, industrial e úmida. Isso é um absurdo, algo desumano. Dias atrás precisei levar meu filho no Pronto Atendimento (PA) para atendimento médico, apesar de ser um moço maior do que eu, mas com apenas 15 anos, cheguei lá e não tinha pediatra no PA Sul. Lá fui atravessar a cidade, ir no PA Leste, para levar o meu filho. Tranquilo, eu tenho carro, estou na condição de vereador, tenho um salário bacana, para mim não foi problema atravessar a cidade e levar meu filho até o PA Leste para receber, inclusive, um bom atendimento. Agora, quantas mães, pais e famílias que não têm as mesmas condições que eu tenho. Muitas vezes chegam ali no PA Sul, não tem atendimento e necessita-se pegar um ônibus, atravessar a cidade na madrugada com os filhos doentes nos braços para receber um atendimento tão simples, que é o atendimento pediátrico. Então são essas as questões que nós precisamos avançar, ter o diálogo com a sociedade, mas acima de tudo muita coragem, determinação e compromisso para fazer essas mudanças tão necessárias para a melhoria da qualidade de vida da nossa gente.

Um assunto que dominou muito as sabatinas que fizemos no primeiro turno, com todos os 15 candidatos, foi a questão do Hospital São José. Cada candidato tinha uma proposta diferente para o hospital. Queria saber a sua opinião.

Sabes que o Hospital São José é o único deste porte no Brasil? Que é municipal, gerido pelo município. Qual a nossa proposta já de cara? Não é estadualizar, mas sim fazer com que o Estado assuma a folha de pagamento, de acordo como ela está hoje. Na verdade, é uma compensação que o Estado precisa ter, para que a gente possa cobrir a folha de pagamento do São José, que gira em torno de R$ 250 milhões por ano, ou seja, em quatro anos, um mandato, nós teríamos aí uma economia de quase R$ 1 bilhão. O Hospital São José atende muito bem, a gente sabe disso, a gente precisa melhorar o acesso das pessoas ao atendimento e garantir que o hospital possa estar sempre sem faltar remédio, não pode faltar equipamentos, médicos. No mais, a gente sabe que quem está lá dentro, o profissional da área da saúde, em nossa cidade e especialmente no Hospital São José, tem uma política de atendimento de excelência. O Hospital São José tem no seu quadro de servidores pessoas de excelência no atendimento. Eu acho que é isso, fortalecer o hospital e garantindo assim um melhor atendimento. Claro que nós precisamos melhorar, por exemplo, o atendimento na unidade básica, a partir do momento em que nós melhorarmos o atendimento na unidade básica, nós vamos descomprimir o Hospital São José. A falta de uma unidade chama UPA, um PA 24 horas aqui na zona Oeste da cidade, faz com que, também, o hospital sobrecarregue. Só para fazer esse raciocínio, nós temos ali o Morro do Meio, Nova Brasília, São Marcos e Vila Nova que não contam com uma unidade dessa, um PA 24 horas. Nós vamos fazer naquela região. Isso também vai ajudar a descomprimir a atendimento e demanda do São José. Agora, por fim, nós precisamos tirar a politicagem do Hospital São José, é fazer com que técnicos de verdade possam estar fazendo a gestão daquela unidade que é tão importante e que merece todo o nosso respeito e carinho.

Candidato, qual mensagem final você gostaria de deixar para o eleitor joinvilense?

Desde já quero agradecer pela oportunidade de colocar em alto-relevo do debate e diálogo neste momento com a sociedade. Pedir a todos os joinvilense que façam uma profunda reflexão: primeiro, da importância do voto. Domingo, dia 15, mais de 100 mil pessoas não foram votar em nossa cidade. O voto é esse instrumento onde todos somos iguais. O meu voto tem a mesma importância do voto do presidente da república, do empresário mais rico, milionário desta cidade, o nosso voto tem importância igual. Por fim, pedir uma profunda reflexão para que compare verdadeiramente as duas candidaturas colocadas. De um lado, um jovem do bem, uma pessoa bacana, que merece nosso respeito e carinho, mas que não tem experiência na gestão pública e a gestão privada é muito diferente da pública. Nós conseguimos perceber isso através do último prefeito, Udo Döhler. Nós passamos por um momento muito difícil em Santa Catarina hoje, porque há dois anos atrás elegemos um governador que estava altamente despreparado. Então, nós temos uma candidatura de um candidato que não está preparado, nunca passou pela experiência da vida pública. De outro lado, nós temos Darci de Matos, 55, que tem 25 anos de história pública, gestão pública e nunca foi condenado por um processo de improbidade administrativa, por exemplo. Eu, na condição de vice, também trago comigo uma experiência de um trabalho social de mais de 40 anos, mas também de alguém que é formado em Gestão Pública, que cursa MBA em Cidades Inteligentes e que tem muita vontade de ajudar a nossa cidade. Portanto, eu quero deixar aqui o meu fraterno abraço a todos os joinvilenses e fazer um apelo, de forma muito humilde. Vamos fazer uma grande reflexão para que possamos, no próximo domingo, votar por Joinville agora, votar 55, votar no Darci de Matos e Fachini. Um grande abraço a todos e muito obrigada.


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