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Saiba como a guerra na Ucrânia pode afetar economia de Joinville

Presidente do Núcleo de Negócios Internacionais da Acij avalia possíveis resultados do conflito

A tensão entre o ocidente e a Rússia, que gerou a guerra na Ucrânia, pode afetar diretamente Joinville. Com os países em conflito, a previsão é que o setor do material plástico na cidade tenha aumento de preço, bem como o crescimento no valor de produtos alimentícios e combustíveis, o que afetaria indiretamente o município.

O presidente do Núcleo de Negócios Internacionais da Associação Empresarial de Joinville (Acij), Andrei Vinícius da Rosa, avalia o possível impacto da guerra na economia local.

Segundo ele, há diversas maneiras para que os conflitos na Ucrânia impactem o município, sobretudo os setores da economia que fazem negócios internacionais diretos com Ucrânia e Rússia.

“As sanções impostas pelo ocidente dificultam o envio e recebimento de divisas da Rússia e para a Rússia. Mesmo que as empresas busquem vias alternativas, como as criptomoedas, devemos enfrentar um congelamento nas transações com os russos”, projeta.

Em relação à Ucrânia, país que é palco do conflito, também não será possível realizar negócios por causa da paralisação das empresas em função da guerra. De acordo com Andrei, Joinville deve ser afetada indiretamente com o aumento do preço do barril de petróleo.

Com as companhias desviando do espaço aéreo russo, o presidente do Núcleo de Negócios Internacionais da Acij comenta ainda a expectativa do aumento no valor do frete internacional.

Andrei afirma que é difícil prever os impactos diretos da guerra em um setor específico da economia local. Entretanto, cita a possibilidade de o fornecimento de PVC ser prejudicado, material em que a Ucrânia é fornecedor.

Joinville deve sentir ainda os efeitos do conflito com a baixa no fornecimento de fertilizantes provenientes da Rússia. Apesar de o município não possuir grandes empresas do setor agrícola, qualquer inflação nos alimentos impacta a economia local, conforme avalia Andrei.

“O índice da inflação brasileira já estava acelerado nos últimos meses. A tendência era que o índice se acomodasse ao longo de 2022. No entanto, dependendo dos desdobramentos e da duração do conflito, teremos uma pressão inflacionária maior, e isso impacta nossa economia como um todo”, esclarece.

Postura do Brasil

Andrei ressalta que não será somente a Rússia que irá pagar pelas sanções impostas por outros países. “Com toda certeza, empresas e organizações do mundo todo irão arcar com prejuízos em função deste conflito, independentemente do posicionamento”, diz.

O presidente do Núcleo de Negócios Internacionais comentou também a postura adotada pelo Brasil, de “neutralidade” e diz que em uma guerra não há vencedores, apenas perdedores. Ele ressalta ainda os princípios que devem ser respeitados entre os países.

“Existem algumas situações que estão acima do interesse econômico e norteiam princípios e valores compartilhados em comum pelo ocidente, como a democracia, respeito à soberania das fronteiras e dos países, bem como preservar a vida e a paz”, afirma.

Indústria do plástico

O presidente do Sindicato da Indústria Material Plástico (Simpaesc) de Joinville, Albano Schmidt, projeta que o conflito afetará principalmente no aumento de preço no setor, e cita a ligação do petróleo com a cadeia plástica.

“A guerra vai impactar toda a cadeia de distribuição de insumos no mundo, principalmente os impactos que vêm com a incerteza que está causando com valores de matérias-primas, que já estão subindo. O petróleo já subiu e toda cadeia plástica é ligada ao preço do petróleo. Então, com certeza, [o preço] vai aumentar”, diz.

Entretanto, Albano comenta que não acredita que possa faltar insumos relacionados ao PVC fornecido pela Ucrânia. O presidente do sindicato diz que há expectativa no aumento no preço das resinas, substância utilizada para fabricar plástico.

“Acreditamos que não irá faltar [insumos], pois o volume que vem da Ucrânia não é tão significativo, o que não deve impactar muito no fornecimento. O que deve impactar é no preço, pois todas as resinas devem aumentar de preço”, finaliza.


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