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Conteúdo oferecido por: Mídia Mbya Arandu

Saiba como são as aldeias do Povo Guarani na região de Joinville

Com a proximidade da passagem do inverno para a primavera, neste ano, estão acontecendo muitos mutirões nas terras indígenas localizadas no litoral norte de Santa Catarina. É tempo de construção das “Opy”, as casas tradicionais de reza do Povo Guarani.

Os mutirões estão acontecendo nas aldeias Piraí, Tarumã, Tarumã-mirim, Pindoty, Jabuticabeira e Yvapuru, localizadas no município de Araquari, e na aldeia Conquista, localizada em Barra do Sul.

As paredes são feitas de tramas de madeira natural e terra argilosa. O telhado, de toras mais fortes, cobertas de folhas secas de palmeira até o chão. Tudo é amarrado bem firme com cipó – na casa tradicional, não se usa um prego. Mas, hoje em dia, vivemos mais em casas construídas com tábuas de madeira pinus, com telhado de eternit e pregos que chegam como doações. Porque estão em extinção as matérias-primas que mais usamos tradicionalmente, como a palha guaricana, folhas de coqueiros jerivá e as madeiras da estrutura.

O mutirão de construção da Opy é um acontecimento muito importante ao modo de vida guarani. É neste processo que se aprende sobre a infraestrutura comunitária, a organização social, técnicas e habilidades. Com a Opy pronta, é hora de entrar e aprender também sobre educação, saúde…

Desde antigamente até os dias de hoje, a educação guarani é iniciada através das falas dos mais velhos, em rodas de conversa na Opy, casa de reza e espaço comunitário. Os mais velhos são como bibliotecas vivas, que ensinam através da oralidade e das suas práticas os ensinamentos para todas as crianças e jovens nas aldeias.

Atualmente, a população indígena nos municípios de Garuva, Joinville, Araquari, Barra do Sul e São Francisco do Sul, com aproximadamente mil pessoas, utilizam um centro de saúde especializado, chamado Polo Base, vinculado ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), localizado em Araquari e que enfrenta precariedades no momento.

Na cultura guarani existem dois tipos de doenças: a espiritual e a doença do não-indigena, que envolve febre, por exemplo. Mas a doença espiritual somente o xamoin kuery (pajé) sabe curar.

Por isso é tão importante que possamos continuar construindo a Opy, com materiais tradicionais, para que o xamoin kuery (pajé) possam continuar a ensinar as crianças e a cuidar daqueles que precisam de cura.

Saiba mais em mbyaarandu.wordpress.com

Confira fotos da construção das Opy:

Mídia Mbya Arandu

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