Candidato de Joinville a vice-governador, Udo Döhler comenta propostas para cidade; confira

Ex-prefeito concorre nas Eleições de 2022 ao lado de Carlos Moisés

Candidato de Joinville a vice-governador, Udo Döhler comenta propostas para cidade; confira

Ex-prefeito concorre nas Eleições de 2022 ao lado de Carlos Moisés

Bernardo Gonçalves

O terceiro e último candidato de Joinville a vice-governador do estado de Santa Catarina a dar entrevista ao jornal O Município Joinville – devido à ordem alfabética de nomes utilizados na urna – é Udo Döhler, do MDB.

Ex-prefeito de Joinville, Udo fala sobre a região metropolitana, saúde, educação, transporte ferroviário e outras propostas que pretende implementar caso seja eleito ao lado de Carlos Moisés, que busca a reeleição pelo partido Republicanos.

Confira a entrevista na íntegra:

No fim do ano passado foi aprovado o projeto que cria a região metropolitana de Joinville. Se eleito vice-governador, o que pretende fazer para fortalecer a região?

Além da questão da região metropolitana, cujo projeto já tem alguns expostos iniciais e chegou a ser apreciado pela Assembleia Legislativa inclusive, passa necessariamente por uma reformulação e esse é um tema que nós já adotamos, porque o crescimento da região do Norte é acima da média. Levando em consideração ainda que a nossa área portuária também dobrará, esse tema passará a ser prioritário. 

Além disso, nossa região reclama sobre outros investimentos no que diz respeito a mobilidade. Alguns avanços já foram encontrados como, por exemplo, a duplicação do Distrito Industrial, onde um viaduto está sendo construído.

Da mesma forma, já estão compromissados recursos para que se duplique o trecho que vai da rota do tecelão até o encontro com a duplicação do acesso ao Distrito Industrial. No mesmo sentido, o município já elabora o projeto, que o governo do estado assumirá, de um novo acesso para a rua Ottokar Doerffel via Almirante de Jaceguay. Então essas são prioridades que já estão compromissadas, além do que é preciso avançar ainda mais no que diz respeito a área já conturbada entre Joinville e Araquari.

No que diz respeito a questão ambiental, mais particularmente no suprimento de água, Joinville avança relativamente bem, mas mesmo assim é preciso levar em consideração que a região metropolitana trará investimentos adicionais. Um deles será dobrar a captação junto ao rio Piraí. E como a região sul de Joinville, os municípios de Araquari, São Francisco do Sul e até mesmo Barra Velha vão crescer muito acima da média, é preciso encontrar aí uma equação para o suprimento de água.

A logística é uma das principais dificuldades das indústrias da região de Joinville, sendo o transporte ferroviário uma das pautas das entidades representativas. Se eleito vice-governador, você se compromete a atender a demanda de realizar obras no contorno ferroviário, para retirar as linhas férreas do perímetro urbano da cidade?

Sem dúvida nenhuma essa vai ser uma prioridade e já está sendo pautado. Esse contorno ferroviário passou por uma interrupção por conta de condições adversas do solo, depois o trecho já foi refeito e voltou a situação eh anterior, mas esse contorno ferroviário hoje ele é indispensável. Não há como conviver com o trecho que corta a cidade e nesse sentido está se desenvolvendo todas as ações. Isso é um compromisso nosso. Fazer com que esse contorno ferroviário ele aconteça não só em Joinville, mas também o de São Francisco do Sul e em Jaraguá do Sul.

O Hospital Regional em Joinville é alvo de diversas reclamações como estrutura precária (há registros de mofo em alas do hospital) e até maus-tratos. Se eleito vice-governador, o que você vai fazer pela instituição?

A saúde sempre foi prioridade nossa. Quando estive à frente do executivo municipal, nós encontramos as unidades de saúde muito comprometidas e inadequadas. Tanto assim, refizemos todo o Hospital São José, que não é mais um hospital municipal, mas sim um hospital regional, se tornou referência para o sul do país. O hospital regional propriamente dito passou por ampliações, mas ele vai ter que melhorar a sua gestão.

A saúde de Joinville passa por essa busca de nós melhorarmos esse apoio. Mas não é só ampliando o Hospital São José ou então o Hospital Regional, mas também fazer com que municípios do entorno possam receber esse equipamento. A exemplo do que já está acontecendo em Araquari, que o governo do estado já assumiu o compromisso de concluir as obras do hospital que começaram a ser construído lá. Então a saúde passa a ser uma prioridade nossa, assim como foi no governo que tive e Joinville hoje, no que diz a respeito da saúde, é referência não só no estado, mas do país. Não falta remédio, não faltam leitos, não faltam UTIs. Então a saúde está bem equipada.

As duas universidades estaduais em Joinville, Udesc e UFSC, têm disponíveis apenas cursos das áreas de ciências exatas e tecnológicas. É notável que muitos jovens de Joinville e região precisam se mudar, tanto para outras cidades de Santa Catarina, como para outros estados, como o Paraná, por conta da UFPR.  Você avalia como necessário um investimento maior em ambas as unidades das instituições para que a oferta de cursos seja mais ampla na região de Joinville? 

Sem dúvida alguma. Isso vale tanto para a área das ciências exatas, onde devem ocorrer investimentos num prazo relativamente curto, visto que é preciso qualificar adequadamente a nossa mão de obra para não comprometermos o nosso crescimento, que será acima da média nacional.  E da mesma forma na área das ciências humanas, onde existe um espaço para que se invista, tanto nas instituições públicas já existentes quanto nas privadas, com a concessão de bolsas. 

Temos que qualificar cada vez mais nossos professores e preparar então eh o aluno para esse novo momento socioeconômico. Sabemos que daqui a mais de 25 anos, 40% das profissões hoje vão desaparecer. Então o investimento na área de educação ele passa necessariamente no ensino eh técnico e nas ciências humanas.

Você foi prefeito de Joinville por dois mandatos. Na sua visão, qual o principal problema da cidade e o que você pode fazer, se eleito como vice-governador, para solucionar?

Durante esses oito anos que nós passamos à frente em Joinville nós percebemos claramente quais são as nossas maiores demandas. Nós avançamos fortemente na área da saúde e da educação e, como eu já mencionei, hoje somos referência no país nesses dois espaços. Mas na infraestrutura é preciso avançar muito mais. Deixamos quase R$ 1 bilhão para obras nessa questão. Uma delas agora já está em processo de inserção, que é a ponte que vai ligar o bairro Adhemar Garcia ao Boa Vista. 

Nós temos outras vias que precisam ser duplicadas e esse rearranjo precisa ocorrer especialmente na zona sul da cidade, onde teremos um adensamento acima da média e isso já num processo de conurbação (união) com o município de Araquari. E esse é um compromisso nosso para que recursos maiores eh aconteçam na questão da mobilidade. 

E no que diz respeito a questão ambiental, existe ainda um passível que incomoda, o qual é a falta do esgoto sanitário doméstico. Vamos ficar atentos para que a gente possa recuperar o que se perdeu ao longo de décadas. Essas seriam as prioridades iniciais que nós estamos considerando.

O relatório final da CPI do Rio Mathias apontou o seu nome como um dos que deveriam ser investigados pelas falhas na obra. Você acha que essa situação atrai uma visão negativa dos joinvilenses para sua candidatura como vice ao governo do estado? 

Não, eu acho que não. E essa é uma boa oportunidade que eu estou tendo para explicar um pouco o que aconteceu com o rio Mathias. O rio Matias é uma obra que nós herdamos do governo anterior e estava sobre recursos do município, que era um fundo perdido. Refizemos o projeto, o investimento caiu pela metade e a obra foi licitada e, naturalmente, venceu ali o melhor preço. E o que aconteceu foi que as empreiteiras afundaram os preços e depois buscaram 25% de aditivos que podem ser conseguidos pelo Poder Executivo.

Logo que as empreiteiras nos fizeram essa solicitação, pedimos que justificassem o pedido e não houve nenhuma justificativa. Elas simplesmente afundaram o preço na expectativa de que o aditivo viesse acontecer mais tarde. Tanto assim que decidiram interromper a obra, que parou e voltou por diversas vezes. Nós tomamos todo o cuidado antes de rescindir o contrato.

E isso ficou demonstrado numa CPI que foi levantada pela Câmara de Vereadores durante meio ano. São trinta mil páginas que constam nessa CPI e não existe nenhum apontamento que indique qualquer irregularidade, tanto assim que o Tribunal de Contas do Estado já arquivou o processo e o mesmo aconteceu no Ministério Público Estadual.

Essa demanda ainda transita dentro do Ministério Público Federal e aí faz todo o sentido. É bom que isso prossiga, porque são recursos a fundo perdido e alguém vai pagar por esse prejuízo. A obra não foi executada? Quem não executou vai ter que responder por isso. Exceto que consigam demonstrar que ocorreram outros incidentes e isso não aconteceu. Não há nenhuma evidência de qualquer irregularidade contratual. As empreiteiras é que forçaram essa situação. Então penso que isso não vai trazer nenhum prejuízo.

A única vez que Joinville é citada no plano de governo da sua chapa com o Moisés é sobre a implementação de uma nova rodovia ligando a Grande Florianópolis a Joinville. Você se compromete com os moradores de Joinville e região a fazer com que a obra aconteça durante o mandato? Quais são os planos para colocar a proposta em prática?

Que bom que essa pergunta apareceu. Essa é a mais importante delas. É claro que a nossa prioridade maior sempre são voltadas para a educação e a saúde. Mas a infraestrutura é indispensável. Tudo que nós mencionamos até aqui sobra obras de infraestrutura é pequeno em relação a essa obra que acabou de ser mencionada. E por quê? Mesmo com o contorno ferroviário, a exemplo do que está acontecendo em Florianópolis, que está numa fase bem adiantada, não é suficiente. É preciso de uma nova rodovia que permita esse escoamento de forma mais densa.

Isso é um projeto de grande fôlego e dois terços desses recursos a gente já percebe claramente que há interesse do setor privado em assumir. Então essa obra exequível. O projeto já vai chegar numa fase avançada e essa será uma das maiores prioridades nossas, sendo preciso buscar uma gestão forte junto ao governo federal para que essa obra aconteça.

Então simplesmente triplicar a BR-101 não é suficiente e por quê? Porque ela passa por áreas urbanas e áreas urbanas densas. Barra Velha que era um deserto hoje está totalmente habitada. Piçarras da mesma. E mais adiante passando por Itajaí, chegamos a Camboriú e Itapema. Então, não há como desafogarmos o trânsito simplesmente tentando ampliar o tráfego na 101. Essa obra sem dúvida nenhuma será nossa maior prioridade.

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