A demarcação é o reconhecimento formal de uma comunidade indígena no Brasil. Para os povos originários, a terra é fundamental à vida, pois é a partir dela que são cultivadas as sementes para o futuro e os alimentos tradicionais como milho (avaxi), aipim (mandió), caldo de cana (takuare’ē), batata (jety), a caça (jeporeka) e pesca (pira jopoi).

O reconhecimento das terras indígenas é um direito constitucional que garante a proteção dos territórios, a participação na gestão e preservação das áreas verdes no Brasil. A demarcação começa com um estudo antropológico e socioambiental feito por grupo de trabalho da Fundação dos Povos Indígenas (Funai), para investigar a relação da área com a comunidade indígena que ali ocupam. Os mais velhos que habitam as terras são muito importantes neste processo para o reconhecimento e identificação dos limites.

Mas há uma demora muito grande, pois há o envolvimento do Ministério da Justiça, do governo estadual e o pagamento das benfeitorias de ocupantes não-indígenas até chegar na homologação das terras. Nossos avós já não conseguirão mais estar conosco para viver nas terras demarcadas. Muitas aldeias indígenas estão aguardando para que essas terras sejam regularizadas há mais de duas décadas.

As terras indígenas e os modos de vida tradicionais são muito importantes, pois os conhecimentos ancestrais contribuem para a conservação dos biomas, sendo fundamentais para conter o avanço das mudanças climáticas. Por isso, também, queremos o nosso espaço para tentar impedir os desastres naturais que vêm acontecendo e piorando a cada dia, conforme a previsão dos nossos mais velhos.

Reconhecer as terras indígenas no Brasil é garantir a preservação da natureza, a proteção dos animais, dos humanos e da terra fértil, de onde vêm nossos alimentos.

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Demarcação de terras indígenas na região nordeste de Santa Catarina

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