Saúde de Joinville vai permitir que médicos receitem cloroquina para tratamento precoce da Covid-19
Novo protocolo passa a valer assim que chegar a medicação
A Secretaria de Saúde de Joinville vai permitir que médicos da rede pública receitem cloroquina para o tratamento precoce da Covid-19 em pacientes do município. A informação foi confirmada pelo secretário da Saúde Jean Rodrigues da Silva.
O secretário afirma que, como não houve consenso entre a classe médica sobre a utilização dos medicamentos, a Secretaria da Saúde enviou uma nota orientativa ao grupo de médicos que atendem na rede pública permitindo a prescrição de cloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina, associados à azitromicina.
“Pessoas diagnosticadas com a doença são elegíveis para o tratamento, mas é importante frisar que tem que haver consentimento entre médico e paciente. O profissional da saúde não é obrigado a receitar a medicação, como também o paciente não é obrigado a tomar”, afirma.
De acordo com Silva, a Secretaria de Saúde pediu 12 mil medicamentos para o estado e 20 mil para a união. O novo protocolo passa a valer assim que chegar a medicação, que tem data prevista para o dia 15. A aplicação do tratamento será feita na rede ambulatorial do município e vai variar de acordo com o estado do paciente.
“A escolha do melhor tratamento para a doença pode variar de acordo com os sinais e sintomas e a fase em que o paciente se encontra”, explica.
Prestação de contas ao TCE
Na manhã desta quinta-feira, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) pediu informações ao Governo de Santa Catarina sobre a distribuição de medicamentos que não possuem comprovação científica para o tratamento da Covid-19. TCE investiga se não há desperdício de dinheiro público.
O secretário de Saúde de Joinville alega que a permissão de utilização do medicamento é com base nas diretrizes do Ministério da Saúde, que orienta a prescrição de cloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina no tratamento precoce a pacientes adultos do Sistema Único da Saúde (SUS).
Isolamento de contactantes
A Secretaria de Saúde do município, por meio de uma orientação técnica, pediu que os médicos que atendem na rede pública incluam familiares de pessoas que apresentam sintomas ou testem positivo para Covid-19 nos atestados médicos.
Conforme explica Silva, isolar também os familiares de quem testa positivo para a doença é recomendação dada desde o início da pandemia, mas que não era respeitada pela população.
“O sucesso da estratégia consiste em isolar os contactantes. Se conseguirmos isolar com eficácia os familiares, o risco de proliferação do vírus será menor”, diz.