Sem poder trabalhar, catarinense vende geladinhos para ajudar no sustento da família
Mulher de 39 anos cuida de duas filhas, uma com Síndrome de Down
Mulher de 39 anos cuida de duas filhas, uma com Síndrome de Down
Lucimar de Godoy, de 39 anos, é moradora de Blumenau há cerca de dois meses. Natural de Taió, ela morava até pouco tempo em Indaial, mas mudou para a cidade vizinha por conta das maiores oportunidades de emprego para o marido, que é servente de pedreiro.
Além do casal, a família é constituída com mais duas filhas, uma criança de três anos e uma adolescente de 16, que tem Síndrome de Down. Sem conseguir vagas em creche, Lucimar não pode trabalhar fora para cuidar das meninas.
A mais velha é Helisa Maria de Godoi, que chegou a estudar até o nono ano e participava da Apae em Indaial. Porém, desde que veio para Blumenau ela está em casa, até devido à pandemia.
“Ela não gosta de ir em lugares muito cheios, se não ela tem crises. Então por enquanto estou cuidando dela em casa e ano que vem vou colocar na Apae aqui de Blumenau também, por algum período”, contou Lucimar.
A família mora de aluguel no Garcia. Apesar de ter bastante trabalho, o que o marido recebe não é suficiente para pagar todas as contas, que estão cada dia mais altas. Diante das dificuldades, Lucimar buscou alguma alternativa para, mesmo em casa, ajudar no sustento da família: os geladinhos gourmet.
“Meu marido trabalha durante a semana e eu fico com as meninas. Mesmo a mais velha tendo 16 anos, não posso deixá-la sozinha, porque é especial. Então eu faço os geladinhos e vendo nos fins de semana, de porta em porta, no Parque Ramiro, nos terminais”, explica ela.
Os geladinhos são de sabores diversos como maracujá, morango, abacaxi, limão, entre outras frutas. Como são “gourmet, todos vão com leite condensado, creme de leite e leite em pó. Na rua ela vende por R$ 3 cada ou dois por R$ 5. Mas ela conta que em encomendas com mais quantidade, ela faz descontos e chega a vender por R$ 2 cada.
“É a forma que encontrei de ajudar em casa. Mas infelizmente nos últimos dias tá difícil vender, porque dias chuvosos, pouca gente compra”, lamentou.
Com dificuldade em vender em dias chuvosos ou mais frios, Lucimar pediu ajuda nas redes sociais. Ela conversou com a artista e mobilizadora social Márgara Hadlich, que é administradora das páginas “Ajudando o Próximo em Blumenau”, no Facebook, “Ajudando Blumenau” no Instagram.
A divulgação ajudou no aumento significativo de encomendas, mas que ainda não cessaram todos os empecilhos. Como em casa Lucimar possui apenas o freezer da geladeira, ela não tem muito espaço para armazenar os geladinhos e não consegue fazer em grandes quantidades.
“Se alguém tivesse um freezer pra me doar me ajudaria muito também. Além disso, algum carrinho pra levar os geladinhos, porque no isopor acaba machucando bastante o braço. Mas é a única forma que tenho hoje”, contou.
Para fazer encomendas ou ajudar a Lucimar e a família, o contato pode ser feito através do WhatsApp 47 8498-5094. Como mora em uma localidade com difícil acesso de sinal, é apenas pelo aplicativo que ela responde mensagens ou faz ligações.
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