Servidores de Joinville pedem a volta do ônibus da saúde
Manifestação aconteceu na manhã desta terça-feira, em frente ao Hospital São José
Manifestação aconteceu na manhã desta terça-feira, em frente ao Hospital São José
Na manhã desta terça-feira, 18, servidores públicos municipais se reuniram em frente ao Hospital Municipal São José para reivindicar o retorno dos ônibus da saúde, que estão sem circular em Joinville desde o dia 9 de agosto.
Por conta da paralisação, muitos funcionários ficaram sem opções para chegar até o local de trabalho e fazem o uso de transporte por aplicativo, táxis ou aguardam por caronas.
Com salário base de R$ 1500, Maria Steffens, 55, moradora do Jardim Iririú, tem gasto uma média de R$ 40 por dia para ir e voltar do trabalho no Hospital São José, onde atua na área de nutrição.
Ela conta que, na maioria das vezes, precisa matar tempo até que o preço do Uber baixe. Quando o valor não cai, acaba tendo que se submeter a pagar cerca de R$ 30 para voltar para casa.
“No domingo, fiquei andando uma hora e meia aqui na rua, quase fui embora a pé. Estou gastando mais ou menos R$ 200 por semana, está muito complicado”, afirma Maria.
Beatriz da Silva Bruch, 55, trabalha no laboratório do São José e, na ida ao hospital, consegue carona com uma amiga. Como a amiga começa meia hora mais tarde, Beatriz tem chegado com atraso e, segundo ela, essas horas estão sendo descontadas.
“Não é porque eu quero que não tem transporte, eles não deveriam descontar da gente”, reclama Beatriz.
Para voltar para casa, a servidora depende do filho, que precisa buscá-la todos os dias, o que tem pesado nas contas de casa.
Romário Pereira de Jesus, 43, não depende de transporte público, mas marcou presença na manifestação em apoio a seus colegas. O técnico de enfermagem reconhece a importância dos trabalhadores da saúde neste momento, mas acredita que, desta forma, não conseguirão se manter por muito tempo.
“Não tem como a cidade tocar sem transporte e sem saúde. Nós não podemos ficar em casa e não tem revesamento. O transporte é um direito nosso, está no estatuto”, afirma Romário.
Na semana passada, o Sindicato dos Serviços Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej), entrou com uma ação para que a Prefeitura de Joinville garanta o transporte público aos profissionais de saúde enquanto os ônibus estiverem suspensos.
De acordo com Jane Becker, presidente do Sinsej, antes da ação, várias tentativas de diálogo foram feitas tanto com a direção do hospital como com a Secretaria de Saúde, mas até o momento nada foi concretizado.
“O posicionamento deles é ‘estamos verificando’, mas isso não ajuda os trabalhadores. O juiz deu um prazo de 72 horas para a prefeitura se manifestar sobre a liminar. Esperamos que seja algo favorável”, afirma a presidente.
Jane conta que o intuito da manifestação não foi apenas pedir transporte para o serviço público, mas para todos os trabalhadores que atuam na linha de frente da pandemia. Para ela, tanto os trabalhadores quando a população estão vulneráveis com a situação.
“Esses trabalhadores são herois, se arriscam todos os dias para atender a comunidade. Isso é uma responsabilidade ou irresponsabilidade da gestão municipal”, finaliza.