Servidores do INSS fazem manifestação em Joinville; confira reivindicações

No município, 29 servidores são favoráveis aos atos e a greve

Servidores do INSS fazem manifestação em Joinville; confira reivindicações

No município, 29 servidores são favoráveis aos atos e a greve

Yasmim Eble

Em greve, os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Saúde Federal e Ministério do Trabalho, realizaram na manhã desta quinta-feira, 7, uma manifestação em Joinville. O ato tem como reivindicações a recomposição salarial, que não ocorre desde 2015. 

Atualmente, 29 servidores de Joinville são favoráveis aos atos e a greve, que começou no dia 23 de março.  Os atos que estão acontecendo no estado são organizados pelo Sindprevs – sindicato dos trabalhadores em saúde e previdência do serviço público federal do estado. 

Sindprevs/Divulgação

Para Alessandra Oville Couto, diretora do departamento de Formação Sindical e Estudos Sócio-Econômicos do Sindprevs, o número, mesmo pequeno, gera um grande impacto nos serviços. “A estrutura do INSS é diferente. Você pode dar entrada com o requerimento, mas ele pode ser analisado por qualquer servidor do país, então é difícil dimensionar o impacto pelo número”, explica. 

Por exemplo, requerimentos podem estar em uma fila de análise em Sergipe, onde a adesão é de 100%, ou em São Paulo, onde a adesão é de 70%. “A demora já é grande, além do necessário e além do que a população tem a paciência de esperar. Precisamos fazer uma denuncia e reivindicar melhores condições”, acrescenta. 

Yasmim Eble/O Município Joinville

O ato tem como objetivo fazer com que o governo de Jair Bolsonaro (PL) faça o reajuste pela primeira vez em seu mandato.

Serviços parados 

Com a adesão dos servidores à greve, três serviços estão funcionando com mudanças. A manutenção, que é um serviço ofertado em Joinville, está 100% parado. Já o serviço social está 50%, com vista de ter uma paralisação total nos próximos dias. 

Outro serviço é a perícia médica, que é ofertada por outra autarquia, no entanto, é prestada dentro de uma agência da previdência social, que também entrou em greve parcial em Joinville. 

Para tentar minimizar os impactos da paralisação, o Ministério do Trabalho e Previdência recomenda que os contribuintes da seguradora pública que deixarem de ser atendidos devido à greve dos servidores usem o aplicativo Meu INSS para remarcar os procedimentos agendados.

Reivindicações

Segundo Alessandra, o conjunto de servidores federais puxa a campanha de reposição salarial há alguns meses. Há pautas federais, como a questão dos reajustes, como também pautas mais específicas relacionadas ao INSS. 

As principais são as melhorias nas condições de trabalho, nos equipamentos de informática, no acesso a internet e nas condições físicas das agências. “As agências são antigas, com má infraestrutura, sem conservação ou manutenção”, conta a diretora. 

Em Joinville, as principais demandas estão na agência localizada no Centro, que fica suscetível à maré e às consequências das cheias. “A gente percebe o mau cheiro, o número de baratas e isso reflete no serviço prestado para a população”, acrescenta. 

Além disso, os sistemas são lentos. Um exemplo é o utilizado para atendimento à população para análise de benefícios que já existe há quase 30 anos. Junto aos assuntos técnicos está a defasagem de mão de obra. 

“É impossível prestar um serviço de qualidade sem condições dignas de trabalho. Precisamos de concurso público, para um trabalho mais capacitado”, desabafa Alessandra. 

Sede do INSS em Joinville. | Crédito: Yasmim Eble/O Município Joinville

Alessandra Oville relata que em Joinville são arranjados militares e aposentados para realizar o atendimento. “Eles prestam um serviço de qualidade, não queremos falar mal do trabalho do colega, no entanto ele não está na análise, não tem o conhecimento técnico para oferecer um serviço que desafogue o sistema”, acrescenta. Atualmente, cerca de 2,8 milhões de requerimentos estão parados por falta de mão de obra. 

Reconhecimento dos serviços

Para o Sindprevs, o impacto da população é um assunto discutido. “Sabemos o impacto da grave, mas ela é temporária e não permanente. Sem os atos iria permanecer o caos que o INSS enfrenta”, relata Alessandra. Para ela, as manifestações são necessárias para que a população entenda o que está acontecendo com o serviço público. 

Maria Goreti dos Santos, diretora do departamento de Comunicação do Sindprevs e servidora da Anvisa, o foco é melhorar as condições de trabalho e também o reconhecimento dos serviços prestados. “A população precisa entender e saber o que é público. O SUS é público. A Anvisa é pública, a vacina é pública. Precisamos de um olhar atento”, conta. 

Para ela, hoje o trabalhador está em um ambiente precário e que não é reconhecido. “Estamos adoecendo, o servidor está adoecido. Precisamos de concurso público e mais ainda de nos renovar”, finaliza.

No último dia 30, conforme divulgado pela Agência Brasil, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou que a reposição da inflação para o funcionalismo público federal será decidida até o fim de junho, quando acaba o prazo estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.


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