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Sinsej faz manifestação contra transferência de servidores da Saúde em Joinville; entenda

Uma reunião foi realizada com os servidores e o secretário de Saúde

Na manhã desta segunda-feira, 28, o Sinsej – sindicato dos servidores de Joinville realizou junto aos profissionais da saúde um ato contra as transferências de servidores das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Joinville.

A manifestação começou às 8h30 na sede da Amunesc – associação dos municípios do Nordeste do estado, no bairro América. Os servidores são contrários às transferências arbitrárias, à demissão de contratados e à sobrecarga de trabalho. Também pedem por um concurso público.

Sinsej/Divulgação

Um discurso simbólico foi realizada em frente ao local com falas da presidente do Sinsej, Jane Becker. Após o ato, os servidores e autoridades se deslocaram até o auditório da Amunesc para realizar uma reunião com o secretário de Saúde de Joinville, Jean Rodrigues da Silva, e equipe.

Na oportunidade, foram realizadas perguntas ao poder público, que respondeu aos questionamentos dos servidores. As principais queixas incluem a falta de conversa entre a gestão e os profissionais com as transferências. Além da sobrecarga de trabalho dos profissionais das UBSs de Joinville.

Falta de recurso

Servidores relataram na reunião que receberam o pedido de transferência entre a última quinta e sexta-feira, 25 e 26, para realizar a mudança a partir desta segunda-feira, 28. Para os profissionais, não houve diálogo entre o poder público e os servidores.

Ao todo, 15 enfermeiros e 35 técnicos de enfermagem concursados receberam a solicitação. Isso representa cerca de 4% dos profissionais das unidades de saúde de Joinville, segundo Jean Rodrigues. Serão 22 equipes reduzidas.

Yasmim Eble/O Município Joinville

Em Joinville, atualmente, 163 equipes compõem a atenção primária. Cerca de 28 a mais que em 2019, quando existiam 135 equipes. Conforme informado pelo secretário de saúde, o crescimento foi oriundo dos recursos repassados pelo governo do estado devido à pandemia da Covid-19.

“Nós tínhamos um recurso extra para colocar novos técnicos nas unidades por conta da pandemia. Agora não há mais esse recurso, no entanto, estamos dispostos a abrir esse diálogo com os afetados”, relata Jean. Segundo o secretário, a realocação dos profissionais é necessária, pois caso não seja realizada a ação, a consequência será o fechamento de unidades.

“O nosso foco é servir o público e não servir a nós. O interesse primário deve ser servir a comunidade. Com esses contratos encerrados e a saída de funcionários, nossos novo alvo é manter 150 equipes em Joinville”, explica. Jean continua a justificativa reforçando que não há recursos para gerir o sistema por conta dos cortes e que é necessário diálogo para resolver a questão.

Em um momento de tensão, os servidores cobraram uma postura e decisão do secretário. Ele afirmou que visitará as unidades em que há profissionais afetados pela medida. “Mas é necessário entender que os postos que não receberem esses profissionais serão impactados e, possivelmente, fechados”, enfatiza.

“Estamos sobrecarregados”

A reunião iniciou às 9h e terminou por volta das 11h30. Durante os relatos, servidores diretamente afetados com as medidas e os que se solidarizaram com a questão usaram o microfone para explicar as reinvindicações.

Uma das servidoras que será remanejada, e trabalha na UBS Costa e Silva, afirma que não houve diálogo. “Não tivemos opção e nem uma conversa. Estamos desolados com isso porque recebemos a notícia na quinta-feira e na segunda de manhã precisávamos fazer a mudança. Não teve opção ou respeito com a nossa profissão”, diz.

Yasmim Eble/O Município Joinville

Segundo a presidente do Sinsej, a reunião tocava em diversos pontos necessários, com o principal objetivo de resolver a questão da transferência e realocação dos profissionais. “Para a gente priorizar a saúde e o atendimento ao usuário, precisamos de pessoas para atender a população”, reforça.

Para a presidente, não houve um diálogo e sim uma imposição para os servidores, o que ela afirma ser uma falta de democracia. “Pelos relatos podemos ver que as pessoas receberam um documento falando que o servidor não pertence mais àquela unidade. De repente surgiu a ideia e foi colocada em prática”, acusa.

A servidora Ana Paula, que trabalha há 15 anos como técnica de enfermagem desabafou que a transferência não parece uma solução. “Estamos sobrecarregados e adoecidos. São dois anos de trabalho excessivo por conta da pandemia. Isso parece que irá aumentar os problemas”, conta.

Concurso público

Outra demanda apresentada foi a falta de concurso público para suprir as lacunas encontradas nos serviços. Segundo o secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva, não há previsão para a abertura do trâmite.

Em resposta, a presidente do Sinsej pediu para que as transferências arbitrárias não aconteçam e que o processo seja revisto com diálogos e sem ameaças. “Queremos dialogar sobre o processo, sem a ameaça de descontos no salário. E sim, para encontrar uma solução imediata, sem ser a realocação desses profissionais”, finaliza.


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