Suspeito de matar filho e mulher está envolvido em outra morte em Santa Catarina
Kelber teria escondido o corpo de uma mulher em um matagal
Kelber Pereira, suspeito de matar a companheira Jéssica Ballock, de 23 anos, e o filho de três meses, em Blumenau, também é alvo de investigação envolvendo a morte de uma outra mulher. O crime ocorreu em Gaspar. De acordo com a Polícia Civil, Kelber teria ao menos cometido o crime de ocultação de cadáver.
O delegado Bruno Fernando, de Gaspar, é o responsável pelas investigações do caso Carine Silva da Rosa, de 36 anos. Ela foi encontrada morta no dia 23 de abril deste ano, em uma mata na rua Theobaldo Anselmo Sansão, no bairro Poço Grande.
Segundo o delegado, o laudo médico realizado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) não conseguiu identificar sinais de violência e nem revelar a causa da morte de Carine. Ainda não foi concluído o laudo toxicológico para verificar a possibilidade de intoxicação.
Investigação
Um mês após o crime, câmeras de segurança comprovaram que Kelber saiu de um motel com o corpo de Carine no banco do carona. Testemunhas e amigos confirmaram que Carine era garota de programa para auxiliar no custeio das despesas dos seus quatro filhos.
Entretanto, a falta de provas dificulta as investigações para um possível homicídio. Funcionários do motel relatam não ter ouvido qualquer barulho suspeito. Não é descartada a hipótese de morte natural.
Ainda assim, a Polícia Civil pediu a prisão temporária de Kelber para seguir com as investigações. Entretanto, o Poder Judiciário não emitiu o pedido. Buscas e apreensões foram feitas em Blumenau, mas ele não foi localizado.
Após novas buscar, Kelber foi localizado no endereço onde morava com Jéssica e os filhos. Inicialmente ele negou envolvimento, mas após ver as provas assumiu que se relacionava sexualmente com a vítima.
Ele negou ter matado Carine e afirmou que ela passou mal e acabou falecendo dentro do motel. Em desespero, por ter acabado de ter o segundo filho, ele decidiu se desfazer do corpo.
Duplo homicídio em Blumenau
Jéssica Ballock, de 23 anos, e o filho dela, de três meses, foram encontrados mortos no apartamento onde moravam, na rua dos Caçadores, no bairro Velha, em Blumenau. De acordo com o delegado Ronnie Esteves, responsável pelas investigações, a princípio os policiais foram informados sobre a possibilidade de uma pessoa estar morta dentro do imóvel.
Ao entrarem no apartamento confirmaram o óbito da jovem, mas também encontraram a criança, já sem vida, em cima da cama. Ambos foram degolados com golpes de faca.
Após colher informações, a polícia descobriu ainda que um segundo filho de Jéssica estava sumido. Kalleb Pereira, de um ano e 10 meses, havia sido levado pelo pai Kelber Pereira, principal suspeito do crime, que havia fugido do estado.
A prisão
Kelber foi preso na noite desta terça-feira, 26. Segundo o delegado da Polícia Civil Ronnie Esteves, responsável pelo caso, ele foi localizado em Paulínia, cidade no interior de São Paulo. A prisão foi realizada pela Polícia Militar do município.
Apesar da informação divulgada nesta segunda, de que Kélber estaria interessado em se entregar em uma delegacia em Bragança Paulista, o suspeito era considerado foragido, após ter a prisão temporária decretada.
Segundo o delegado, Kelber será encaminhado a Campinas, São Paulo, para participar da audiência de custódia. Após a audiência, ele ficará na cadeia pública anexa à Segunda Delegacia de Polícia de Campinas. Para o preso ser transferido para Blumenau depende do sistema prisional.
“Depende do sistema prisional fazer a transferência do preso. A partir da audiência, iremos tratar a possibilidade de trazê-lo à Blumenau”, explica o delegado.
Família do suspeito se pronuncia
Os pais de Kelber Pereira se pronunciaram nesta quarta-feira, 27. Uma nota oficial assinada pelos escritório de advocacia Gonçalves, que representa a família, apontou detalhes de como Kalleb Pereira – filho de um ano e 10 meses de Jéssica e Kelber – chegou até eles em Munhoz (MG).
Segundo o documento, a família ficou sabendo do crime na segunda-feira, 25, após mensagens enviadas pelos familiares de Jéssica. Nesse momento, a mãe de Kelber tentou contatá-lo por diversas vezes, mas sem sucesso.
“Mais tarde naquele dia, o Sr. Kelber entrou em contato com sua genitora por telefone, momento em que a mesma rapidamente pediu que ele deixasse o filho com os avós maternos, e que se entregasse, vez que acreditava que este se encontrava no Estado de Santa Catarina, onde os pais de Jessica residem”, relatam na nota.
Kelber teria então informado que não estava em Santa Catarina. Mas que iria se entregar depois de deixar o filho mais velho com ela, em Munhoz. Ainda segundo a família, o neto chegou na casa deles de madrugada, juntamente com outros três homens. Nenhum deles era Kelber.
“Por volta das 00:30 do dia 26/07/2022, chegou na casa da genitora de Kelber três homens desconhecidos acompanhando o infante, inclusive um deles se apresentou como advogado do Sr. Kelber. Ressalta-se que a família não tinha conhecimento sobre o paradeiro do Sr. Kelber e que em momento algum este informou à sua família onde estava”.
“Total repúdio”
Os advogados informaram que assim que a criança chegou, os avós paternos tiraram fotos e encaminharam para a família de Jéssica. Além disso, que entraram em contato com o Ministério Público e autoridades para deixar o menino em algum lugar seguro e desconhecido até que Kelber fosse preso.
“Por fim, a família do Sr. Kelber manifesta total repúdio aos crimes praticados pelo mesmo, e desde que descobriu o ocorrido se colocou à disposição dos órgãos competentes para que a justiça fosse feita, pois estimam pela segurança do menor e para que o Sr. Kelber pague pelo que fez!”, destaca trecho da nota.
A nota é finalizada com a família informando que apenas se pronunciou após a prisão de Kelber para evitar atrapalhar as investigações policiais. Destacam ainda que estão em luto profundo porque também perderam dois entes queridos.
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