Tânia Eberhardt fala sobre retomada do ensino integral, privatização do Cau Hansen e recuperação do Centro Histórico

Décima quinta e última candidata da sabatina com os concorrentes a prefeito foi entrevistada pelo jornal O Município Joinville nesta sexta-feira, 6

Tânia Eberhardt fala sobre retomada do ensino integral, privatização do Cau Hansen e recuperação do Centro Histórico

Décima quinta e última candidata da sabatina com os concorrentes a prefeito foi entrevistada pelo jornal O Município Joinville nesta sexta-feira, 6

Naturalidade: Joinville
Profissão: Servidora pública aposentada
Grau de instrução: Ensino superior completo
Número na urna: 23

Confira o perfil completo de Tânia Eberhardt

Tânia Eberhardt foi o décima quinta e última entrevistada da série de sabatinas ao vivo do jornal O Município Joinville que conversou com todos os 15 candidatos a prefeito da cidade.

Servidora pública aposentada, Tânia também é educadora e já trabalhou no Hospital Municipal São José, Hospital Regional Hans Dieter Schmidt e atuou em diferentes secretarias da Prefeitura de Joinville. Também já foi vereadora por dois mandatos e, em 2013, foi nomeada secretária de Saúde pelo estado de Santa Catarina.

Esta é a primeira vez que concorre ao cargo de prefeita. A candidatura, da coligação com o Solidariedade, conta com o vice Luiz Bittencourte, técnico em eletricidade e telecomunicações.

Durante a transmissão, Tânia falou sobre seus projetos para a Saúde, como a ampliação da internação domiciliar, aumento das equipes psicossociais e integração das unidades de Saúde, a fim de melhorar o serviço para a população.

Também defendeu a retomada do ensino integral em creches para melhorar a vida, principalmente, de mães que trabalham e não têm onde deixar seus filhos. Caso seja necessário, disse que fará convênios com escolas privadas para conseguir espaços para essas crianças.

Além disso, para recuperar os espaços públicos e culturais, propôs a privatização do Centreventos Cau Hansen e da Cidadela Cultural Antarctica.

Com relação aos prédios abandonados da prefeitura, sugeriu reutilizar esses espaços e, um deles em específico, propôs torná-lo prédio da secretaria da Cultura e também a recuperação do Centro Histórico.

Assista a entrevista na íntegra: 

Projetos para a Saúde

Na área da Saúde, Tânia Eberhardt, que já comandou a secretaria estadual da pasta, disse que, apesar de reconhecer os avanços da atual gestão na atenção básica da estratégia Saúde da Família, as melhorias foram tardias e o governo estadual pouco tem ajudado com recursos.

“Por que o governo do Estado tem dificuldade? Porque seu orçamento praticamente serve para administrar seus próprios hospitais. Em Florianópolis há um grande número de unidades, em Joinville o Estado administra três, e quase 90% do orçamento do estado vai para esses hospitais, que são em torno de 14”, disse.

Em seu entendimento, há dois problemas que precisam ser resolvidos de forma urgente pelo próximo prefeito ou prefeita: a realização de exames especializados e cirurgias eletivas.

“Isso se resolve com uma reforma na tabela do Sistema Único de Saúde”, disse, apesar de reconhecer que esta seria uma atribuição do Congresso Nacional.

“Sem isso feito, não tem nada de federalizar hospital, de ir lá exigir que o Estado pague a folha do São José, não é isso que resolve o problema da Saúde”, concluiu.

No entanto, ela afirma que, enquanto não houver a reforma no SUS, o município acaba investindo mais dinheiro na Saúde e deixando outras áreas mais carentes. Tânia promete fazer o que puder “com os recursos já gastos para a Saúde”.

“Queremos ampliar as equipes de internação domiciliar, em pelo menos mais duas. O que significa isso? Significa 60 ou 70 pacientes a menos no pronto socorro do hospital. Ou seja, libera o hospital para atender aos que efetivamente precisam. 82% dos que adentram as unidades não são pacientes de hospitais, são pacientes que deveriam estar sendo atendidos nos postos de saúde ou nos PAs”, defendeu.

Além disso, a candidata propôs também aumentar e melhorar o trabalho e as equipes psicossociais do município e integrar as unidades de saúde básica, a fim de melhorar o atendimento, acabar com as filas e dar mais “qualidade na saúde dos munícipes.”

Retomada ensino integral nas creches

Entre as propostas em seu plano de governo está o projeto de creche em período integral. A candidata afirma que é preciso “ter os pés no chão” e não fazer “promessas impossíveis de serem feitas num primeiro momento”, mas defendeu que a educação é um direito e sua prioridade.

Tânia mencionou que, após uma decisão judicial, que obrigava o município a atender crianças de 3 a 5 anos de idade, a prefeitura, para cumprir a demanda, acabou com o ensino integral para creches. Ela entende que o ato afetou, principalmente, mulheres que têm filhos e precisam trabalhar.

“Muitas delas são as donas do lar, porém encontram esta dificuldade. Eu sou uma pessoa que defende a educação integral. Entendo que todo menino que está dentro da sala de aula é um menino a menos na rua”, enfatizou.

Sua proposta é voltar ao atendimento integral a crianças de 0 a 3 anos, “na medida do possível”, e começar a trabalhar um planejamento para melhorar os espaços físicos das escolas e, caso seja preciso, fará convênios com escolas privadas.

“Nós estamos propondo criar oficinas de contra turno, enquanto não tivermos o período integral, onde, tanto os professores como as assistentes sociais do CRAS possam encaminhar a essas oficinas todas as crianças e adolescentes que estiverem em situação de vulnerabilidade social. Eles precisam estar na escola de período integral”, frisou.

Privatização Cau Hansen

Para recuperar os espaços públicos e culturais da cidade, a proposta de Tânia é a privatização desses locais. Em seu ponto de vista, caso não tivesse sido feita uma concessão privada na Expoville, “o prédio com certeza já teria caído.”

Ela sugere, além da privatização do Centreventos Cau Hansen, também fazer uma concessão privada na Cidadela Cultural Antarctica, para o setor cultural “voltar a brilhar” na cidade.

“Aliás, estamos há oito anos sem assistir mais nada em Joinville, nem no Centro nem nos bairros, a cultura lamentavelmente foi deixada para trás”, criticou.

Ela aponta que, se bem planejada, a cultura pode oferecer oportunidades de emprego às pessoas, e, para ela, há a necessidade de estimular este fator.

“Vamos ter que faz sim algumas parcerias público-privadas. O importante para o cidadão é que a cidade esteja cheia de cultura, na estação da cidadania, em todos os bairros. (Precisa) da descentralização da Casa da Cultura. Nós queremos movimento e muita cultura na nossa cidade”, defendeu.

Recuperação do Centro histórico

Questionada sobre os prédios de posse da prefeitura que encontram-se abandonados atualmente, Tânia afirmou que a gestão atual não conseguiu recuperar todos seus imóveis que estão fechados e sugeriu dar utilidade a esses espaços.

Ela cita que, há pelo menos dez anos existe um prédio ao lado do Museu Nacional de Imigração e Colonização de Joinville que está abandonado e propõe transformá-lo na secretaria da Cultura e recuperar o Centro Histórico, localizado nas ruas do entorno.

“Tenho a proposta de fazer um grande concurso com os arquitetos brasileiros para fazer o chamamento para eles fazerem um projeto de recuperação no nosso Centro Histórico. Nós queremos levar a cultura exatamente para estar dentro do nosso Centro Histórico para poder receber o turista. Que ele possa dentro da fundação cultural olhar obras de arte de artistas locais ou de artistas não locais”, defendeu.

Ela afirmou que, na atualidade, o local está “escuro, fechado e com buracos que passam uma má impressão” e disse ser necessário tornar o espaço “alegre, transparente, com muitos barzinhos e bibliotecas”.

“Estamos propondo, inclusive, a redução do IPTU em 50% para quem investir e fizer seu empreendimento lá no nosso Centro Histórico. Ou seja, na rua do Príncipe, no seu entorno”, prometeu.

Durante a transmissão, Tânia também falou que “talvez haja necessidade” de fazer algumas reformas administrativas dentro da prefeitura, no entanto, não falou em cortar secretarias. Pelo contrário, citou a criação de mais uma pasta.

“Estamos prometendo abrir uma nova secretaria sem absolutamente novos gastos, essa gestão foi a responsável por fechar muitos setores”, disse, citando o Fundamas, Ippuj e Fundação 25 de Julho. “Vamos criar secretaria da Agricultura, Nutricional e de Alimentação para duplicar os 30% de alimentos que os agricultores fornecem às escolas”, concluiu.

Com relação à mobilidade urbana, a candidata disse ser necessário fazer conexões na cidade entre os bairros e abrir novas ruas, a fim de desafogar o trânsito.

Porém, com relação à ponte do Adhemar Garcia, projeto antigo da gestão Udo que não saiu do papel, disse que não era possível prometer a execução desta obra. Sobre o transporte público, garantiu a abertura de uma nova licitação, caso eleita.


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