Tekoa haguepy ma tetã oin va’eri mbya ovende vy ojeoi rã oma’en vaidju. Foi difícil entender esta frase? Ela está escrita em língua Guarani, falada pelo Povo Indígena que vive na região do Litoral Norte de Santa Catarina e em mais cinco estados brasileiros. A este território tradicional, chamamos Yvyrupa, por onde se estende o caminho ancestral Tapé Aviru, conhecido como Peabiru, que conectou por milênios aldeias desde a Argentina até o Espírito Santo.
Desde o início da chegada dos não-indígenas, em toda parte do Brasil, os Guarani criaram estratégias de resistência e sobrevivência. Mas, desde então, viemos sofrendo com perda de nosso território e preconceito contra nosso modo de vida.
Quando os não-indígenas chegaram no Litoral Norte de Santa Catarina o povo Guarani já vivia aqui. A partir de então, vimos nossas roças diminuírem, nossa erva-mate ser processada em moinhos para ser enviada para fora de nosso território – e nós não recebemos nada em troca. Sobrou para nossa sobrevivência a venda de artesanatos nas cidades, para termos recursos para alimentação. Mas mesmo em nossa casa, somos surpreendidos com o olhar dos não-indígenas que nos acham estranhos. Até hoje nosso povo enfrenta essa situação.
Um preconceito comum é considerar que nós Indígenas deveríamos ser como o estereótipo na imaginação dos não-indígenas: de cabelos lisos, vivendo sem roupa na floresta, caçando e pescando. Queremos sim plantar nossas sementes de milho, feijão, amendoim, ramas de mandioca, ervas medicinais, caçar e pescar. Mas como viver assim se as nossas terras não são respeitadas?
Para saber mais, acesse mbyaarandu.wordpress.com