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Variante Delta pode acometer pacientes de todas as idades e saturar sistema de saúde, diz nota de alerta

Nota foi emitida pela Superintendência de Vigilância em Saúde de Santa Catarina

A variante Delta pode trazer riscos para pacientes de todas as idades e saturar o sistema de saúde, aponta uma “nota de alerta” divulgada pela Superintendência de Vigilância em Saúde de Santa Catarina. Documento segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um estudo publicado nos Estados Unidos, pelo Centers for Disease Control and Prevention, indicou que as infecções ocasionadas pela Delta são provavelmente mais graves do que as variantes anteriores, e que indivíduos vacinados infectados com esta variante podem ser capazes de transmitir o vírus tão facilmente quanto àqueles que não foram vacinados.

Ainda conforme pesquisadores, a variante é cerca de 97% mais transmissível do que o coronavírus original, identificado pela primeira vez na China, e pode trazer riscos a todas as idades.

“Embora não se tenham evidências de que a variante Delta tenha algum tipo de predileção por faixas etárias específicas, o fato dela ser uma variante altamente transmissível pode gerar um aumento de infecções, acometendo todas as faixas etárias”, diz a nota.

Se comparada a outras variantes, pacientes infectados pela Delta também têm aproximadamente duas vezes mais risco de internação, com risco aumentado com pacientes que apresentem comorbidades.

Casos no estado

Até o dia 10 de agosto deste ano, foram detectados 36 casos da variante Delta em 20 municípios catarinenses.

Desse total, quatro são considerados casos autóctones (de transmissão dentro do estado), sete casos importados (transmissão fora do estado) e 25 estão em investigação sobre o local provável de infecção.

A variante, detectada pela primeira vez em julho de 2020, conforme a nota, tem apresentado um aumento exponencial de sua detecção no mundo, com uma predominância de quase 90% das amostras sequenciadas a partir de julho de 2021 em alguns países.

Medidas a serem adotadas e recomendações

Recomenda-se a coleta de material para realização de RT-qPCR no LACEN, para posterior sequenciamento, para os casos que se enquadrem nas seguintes situações:

● Casos suspeitos de reinfecção;

● Casos graves ou óbitos em pacientes sem comorbidades;

● Óbitos em gestantes;

● Casos suspeitos de falhas vacinais (casos graves e óbitos de indivíduos com o esquema vacinal completo);

● Casos e contatos que viajaram para locais com circulação de nova variante;

● Amostragem de casos relacionados a surtos;

● Reforçar a fiscalização para efetivo cumprimento das normas sanitárias vigentes e evitar possíveis aglomerações;

● Reforçar as medidas de prevenção e de proteção para população em geral, como uso de máscaras, distanciamento físico e uso de soluções antissépticas (água e sabão, álcool gel) para lavagem de mãos;

● Intensificar as medidas de prevenção e de proteção para a comunidade escolar, mantendo o uso de máscaras individuais, distanciamento físico e uso de soluções antissépticas (água e sabão, álcool gel) para lavagem de mãos, bem como buscar o afastamento de qualquer indivíduo sintomático;

● Reforçar as ações de vigilância quanto ao monitoramento e rastreamento dos contatos, a fim de interromper as cadeias de transmissão;

● Intensificar cuidados em populações mais vulneráveis, como as residentes em instituições de longa permanência (ILPI);

● Notificar e investigar oportunamente os casos e surtos de COVID-19, bem como reforçar ações de vigilância quanto ao rastreamento e monitoramento de contatos, bem como isolamento de sintomáticos visando interromper e reduzir a transmissão;

● Realizar comunicação efetiva com a população, garantindo o entendimento do risco e das medidas de prevenção;

● Preparar a rede de assistência para um possível aumento exponencial de casos de COVID-19 com a introdução e dominância da linhagem Delta em território catarinense, com a manutenção de leitos clínicos e de terapia intensiva com suporte;

● Monitorar os estoques de medicamentos e insumos utilizados em unidades de terapia intensiva, além de oxigênio;

● Garantir os processos de manutenção preventiva e corretiva de equipamentos, bem como manter capacidade de gestão de resíduos;

● Garantir a disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual para os profissionais de saúde;

● Reforçar as medidas de controle para surtos de COVID-19 em ambiente hospitalar (importância da vacinação completa dos profissionais);

● Atualizar o plano de contingência para o enfrentamento da pandemia com enfoque às medidas preventivas não farmacológicas, tais como o uso correto de EPIs, higiene de mãos com uso de soluções antissépticas (água e sabão, álcool gel) e o distanciamento físico;

● Garantir que as equipes de saúde estejam capacitadas para o enfrentamento da pandemia, bem como na prevenção e controle de infecções;

● Atualizar os documentos sobre as medidas de precaução e isolamento (de pacientes, de acompanhantes e dos profissionais de saúde) e do Plano de Controle de Infecção (PCI);

● Afastar o profissional de saúde sintomático, no contexto da COVID-19;

● Realizar a testagem para SARS-CoV-2 de profissionais, pacientes e/ou acompanhantes que apresentarem sintomas respiratórios, independente do esquema vacinal;

● Organizar estratégias de vacinação para que, a partir do recebimento das vacinas, a imunização dos grupos ocorra de forma célere;

● Estabelecer estratégias de busca ativa, no caso de cobertura vacinal baixa nos grupos prioritários e na população em geral na faixa etária elencada para o momento de vacinação;

● Priorizar a qualquer momento a vacinação das pessoas pertencentes aos grupos prioritários que, por acaso não tenham recebido a vacina, assim como das faixas etárias abertas anteriormente;

● Reforçar as estratégias e a comunicação de risco para que a população não postergue e nem busque escolher o fabricante da vacina, pois todas as vacinas protegem contra as formas graves da doença e, apenas com o esquema vacinal concluído a imunização tem o seu efeito e as pessoas estarão protegidas;

● Orientar sobre a necessidade do retorno para a administração da segunda dose (D2) no período recomendado pelo fabricante e, se necessário, os municípios devem realizar busca ativa para a conclusão do esquema;

● Alcançar níveis de cobertura vacinal de no mínimo, 75% da população, com o intuito de reduzir as taxas da transmissão da COVID-19 no Estado;

● Registrar as informações sobre a vacinação em até 48h no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (Novo SI-PNI – online), ou um sistema próprio que interopere com ele, por meio da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

● Reforçar a importância de alcançar o esquema completo de vacinação com duas doses realizadas dentro do intervalo correto ou com a dose única assim que a vacina estiver disponível para o grupo etário;

● Reforçar a importância do uso de máscaras, em locais públicos e privados, que devem ser de uso individual, estimulando o uso daquelas de maior qualidade, como as N95, PFF2 ou similares;

● Respeitar o distanciamento físico de, no mínimo, 1,5 m (um metro e meio) entre as pessoas em todos os ambientes de uso coletivo;

● Manter sempre os ambientes bem ventilados, incluindo o transporte público, mantendo as janelas e portas abertas sempre que possível para uma maior circulação de ar;

● Intensificar a higienização de depósitos, banheiros, áreas de circulação, utensílios, superfícies, equipamentos, maçanetas, mesas, corrimãos, interruptores, sanitários, elevadores, vestiários e armários com álcool 70%, preparações antissépticas ou sanitizantes de efeito similar;

● Intensificar ampliar a divulgação e/ou comunicação por meio visual e sonoro nos estabelecimentos comerciais e industriais para o público reforçando a necessidade e a importância de evitar tocar olhos, nariz e boca, além de higienizar sistematicamente as mãos, especialmente nas seguintes situações: ao chegar ao estabelecimento, após tocar em superfícies, após tossir, espirrar e/ou assoar o nariz, antes e após o uso do banheiro, antes e após alimentar-se, bem como manter o distanciamento visando a prevenção da disseminação da variante Delta;

● Evitar viajar e realizar comemorações com a presença de pessoas que não residem em sua casa;

● Não participar ou frequentar locais em que possa haver aglomeração de pessoas.