Varíola dos macacos: confira perfil dos pacientes infectados pela doença em Joinville
Município não possui nenhum caso ativo da doença
Município não possui nenhum caso ativo da doença
Por Thiago Facchini e Yasmim Eble
Desde o início do surto de varíola dos macacos no Brasil, Joinville registrou 28 casos da doença. Conforme dados coletados pela reportagem de O Município Joinville no dia 13 de outubro, nenhuma pessoa já infectada na cidade está com o vírus ativo no corpo. Ninguém morreu em decorrência da varíola dos macacos na cidade.
O perfil dos pacientes possui característica semelhante quando se trata de sexo. O público masculino representa 96,4%, sendo 27 homens infectados e somente uma mulher. O primeiro caso registrado em Joinville foi no dia 23 de julho de 2022.
Segundo o secretário de Saúde de Joinville, Andrei Kolaceke, o perfil dos infectados ainda está sendo estudado, mas que é um padrão que se repete por todo o país. “Acreditamos que seja pela via de transmissão, por conta da questão sexual e o contato íntimo prolongado”, relata.
No entanto, ainda não há uma resposta científica do motivo que leva homens jovens a serem os principais infectados. “O padrão é curioso porque reproduz muito a transmissão e infecção das DST. O público alvo tem esse mesmo perfil”, acrescenta.
Os dados demonstram ainda que nenhum dos infectados de Joinville tem entre zero e 18 anos. Do grupo entre 19 e 25 anos, já foram registrados sete casos. De 26 a 29 anos, oito. O maior número de casos por faixa etária é entre 30 e 39 anos, com 11. Pessoas de 40 a 50 anos representam dois casos. Nenhuma contaminação foi registrada em pessoas a partir de 51 anos.
“Ainda não sabemos o que pode influenciar os idosos serem o público com menor contágio, pode ser a vacina da varíola, mas tudo ainda é incerto. A hipótese mais provável é a relação com o meio de transmissão e o comportamento social das pessoas”, explica Andrei.
A zona Leste de Joinville é a região em que mais foram registrados casos de varíola dos macacos. No entanto, de acordo com a prefeitura, os casos já registrados estão espalhados por toda a cidade. Na segunda quinzena de setembro, a doença passou a ser considerada como transmissão comunitária, conforme informou a prefeitura.
Joinville está em um cenário de desaceleração, porém para o secretário o alerta ainda é máximo. “Nós seguimos com todos os cuidados e monitoramento para manter este bom resultado e evitar um avanço da doença”, conta.
A cidade, conforme explicado pelo secretário, teve uma resposta boa para a doença. “Temos uma equipe que monitora rumores e possíveis doenças que podem chegar até o município. Então, quando o primeiro caso foi registrado no país, já tínhamos o vírus mapeado”, relata Andrei.
A varíola dos macacos foi registrada pela primeira vez em humanos em 1958. Na época, também se observava o acometimento de macacos, que morriam. Vem daí o nome da doença. No entanto, no ciclo de transmissão, eles são vítimas como os humanos. Na natureza, roedores silvestres representam o reservatório animal do vírus.
A infecção surge a partir das feridas, fluidos corporais e gotículas do doente. Isto pode ocorrer mediante contato próximo e prolongado sem proteção respiratória, contato com objetos contaminados ou contato com a pele, inclusive sexual. O tempo de incubação do vírus varia de cinco a 21 dias.
O sintoma mais característico é a formação de lesões na pele, como manchas. Também podem ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza. Quando a doença é detectada no corpo do paciente, o tratamento se baseia em suporte clínico e medicação para alívio da dor e da febre.
Em Joinville, a partir do momento que um profissional de saúde identifica uma suspeita é realizada a coleta para o exame e o caso é notificado. “O paciente é isolado até que não haja mais sintomas. Às vezes o período de isolamento é elevado, mesmo assim é necessário”, explica Andrei. Mesmo que o paciente se sinta melhor, deve se manter em isolamento enquanto ainda tiver lesões na pele.
*Com informações de Agência Brasil
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