Vereador faz denúncia contra colega por falas sobre caçadores na Câmara de Joinville

Willian Tonezi pede investigação e suspensão temporária do mandato de Liliane da Frada

Vereador faz denúncia contra colega por falas sobre caçadores na Câmara de Joinville

Willian Tonezi pede investigação e suspensão temporária do mandato de Liliane da Frada

Bruno da Silva

O vereador Willian Tonezi (PL) protocolou denúncia contra Liliane da Frada (Podemos) por falas na Câmara de Vereadores de Joinville sobre caçadores. Ele solicita que, sob acusação de quebra de decoro parlamentar, aconteça a instauração de processo político-disciplinar no Conselho de Ética e a suspensão temporária do mandato dela.

Essa é apenas uma das denúncias feitas contra a vereadora. Em duas reuniões, a primeira da Comissão de Educação do dia 24, durante a discussão do projeto que cria o Dia do CAC na cidade, e a segunda na sessão ordinária do dia 30, a vereadora chamou caçadores de “bandidos” e “assassinos”. A vereadora ainda disse que caçadores são “uma praga que deveria ser exterminada” e que “deu graças a Deus quando soube de notícias de que caçadores foram mortos”.

Ela também fez uma postagem nas redes sociais fazendo essa comparação que foi apagada posteriormente. Liliane defende-se dizendo que se referia apenas a caçadores ilegais, apesar de não ter deixado isso claro nos momentos de suas falas na Câmara. “A fala foi impensada, num momento de tensão, e não reflete minha trajetória na defesa da vida, de todas as vidas”, disse em entrevista ao jornal O Município Joinville.

A vereadora diz que “embora não seja contra os CACs, é contrária ao “C” de caçador”. “Há mais de 15 anos atuo na defesa da causa animal, e apoiar isso seria incoerente com tudo o que defendo. Na comissão, afirmei que, sob o olhar das vítimas – os animais – vejo o caçador como um bandido. Já na tribuna, ao ser provocada pelo vereador, usei o termo assassinos, novamente me referindo exclusivamente aos caçadores ilegais. Palavra usada por todos os ativistas”, justificou.

Denúncia de Tonezi

A denúncia deve ser lida na sessão ordinária da Câmara de Vereadores desta quarta-feira, 9. O vereador solicita, primeiramente, recebimento e processamento da denúncia com base no Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores de Joinville.

Após a leitura, a submissão ao plenário para deliberação sobre sua aceitação. A partir disso, instauração de um processo político-disciplinar pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para apurar a conduta da vereadora.

Posteriormente, a denúncia de Tonezi pleiteia a aplicação das sanções cabíveis, especialmente a suspensão temporária do mandato, conforme previsto no Código de Ética e Decoro Parlamentar e início da instrução processual, caso o prosseguimento seja aprovado, com designação dos atos, diligências e audiências para oitiva da denunciada e das testemunhas.

“Tais afirmações, de cunho intolerante, extremista e incompatível com o decoro  parlamentar, violam princípios fundamentais que regem a atuação de representantes do Poder Legislativo, como o respeito a dignidade da pessoa humana, a preservação da ordem pública, a promoção da paz social e o respeito aos direitos individuais, inclusive daqueles que exercem atividades legalmente reconhecidas, como é o caso dos caçadores autorizados, que atuam mediante legislação ambiental e controle de fauna. Ao chamar caçadores de “assassinos” e “praga que deveria ser exterminada”, além de celebrar suas mortes e incitar que sejam “caçados”, a vereadora extrapola os limites da liberdade de expressão, adotando discurso de ódio que flerta com a apologia ao crime e à intolerância, o que configura flagrante quebra de decoro parlamentar, conforme preceituado no Regimento Interno dessa Casa e na Constituição Federal”, diz a denúncia de Tonezi.

Caso admitida a denúncia, a comissão, composta por Neto Petters (Novo), Lucas
Souza (Republicanos), Pastor Ascendino Batista (PSD), Mateus Batista (União) e Cleiton Profeta (PL), suplente de Tonezi, encaminhará a denúncia à vereadora, que terá dez dias para apresentar defesa escrita.

As sanções possíveis são advertência, censura ou suspensão de até 90 dias.

Assista às falas da vereadora nas reuniões dos dias 24 e 30

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