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Vereador quer vetar Agenda 2030 da ONU em Joinville; movimento defende projeto

Wilian Tonezi chama agenda de “farsa” e também relaciona tópico da iniciativa ao aborto

O vereador Wilian Tonezi (Patriota) é autor de um projeto de lei que tem objetivo de impedir a divulgação da Agenda 2023 da Organização das Nações Unidas (ONU) em Joinville. O parlamentar quer que sejam vedados os 17 objetivos da ONU que constam na iniciativa.

A iniciativa se trata de um plano de ação adotado pela ONU em 2015. Tratam-se de 17 objetivos de desenvolvimento sustentável a serem alcançados até 2030.

Segundo Tonezi, o município que aderir à Agenda 2030 precisa implementar todos os 17 objetivos propostos pela ONU. Para o parlamentar, alguns deles teriam interesses escusos dentro da iniciativa.

“É como se fosse uma ‘venda casada’. Há questões que as pessoas obviamente são sempre favoráveis, como a sustentabilidade e a erradicação da pobreza. Porém, para levar esse pacote, tem que levar também coisas que dentro da Agenda 2030 estão mascaradas”, acusa.

Ele justifica que quem deve ditar as “agendas” são os representantes eleitos pela população, como vereadores, prefeitos, deputados, presidente e outros. Tonezi também relaciona tópicos da Agenda 2030 ao aborto e à “ideologia de gênero”.

O vereador chama a agenda de “farsa” e pensa que a “defesa da igualdade de gênero” citada no documento seria uma defesa à ideologia de gênero. “Está mascarada dentro das metas que eles colocam”, diz.

O termo ideologia de gênero é muito utilizado recentemente, sobretudo na política, para negar diferenças biológicas ou para se referir a políticas públicas que visam a diversidade de gênero.

“Na questão da mulher, por exemplo, a Agenda 2030 visa promover ‘a saúde sexual reprodutiva da mulher’, e faz referência a tratados feitos na conferência de Pequim. Quando se olha nos meandros disso, na verdade, a Agenda 2030 está defendendo o aborto”, opina o vereador. .

Movimento nega relações

O Movimento Nacional ODS Santa Catarina, no entanto, contrapõe as acusações do vereador. À reportagem de O Município Joinville, o movimento prestou esclarecimentos às relações feitas por Tonezi. “Embora a Agenda 2030 reconheça a importância da igualdade de gênero, ela não promove ou defende uma ideologia de gênero”, diz o movimento.

“Quanto ao aborto, a Agenda não defende explicitamente o direito ao aborto, mas reconhece que a saúde sexual e reprodutiva é fundamental para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável e que as mulheres devem ter acesso a serviços de saúde reprodutiva, incluindo a prevenção e tratamento de complicações decorrentes de abortos inseguros”, complementa a entidade.

O movimento alega ainda que o aborto está em debate em diferentes sociedades e culturas, e que a Agenda 2030 respeita as diferenças nacionais e culturais nessa questão.

“A meta 5.6 é assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão”, alega.

O movimento justifica ainda que os dois documentos citados são enfáticos em afirmar que, em nenhuma hipótese, o aborto deve ser adotado como método contraceptivo.

Agenda nas escolas

Tonezi alega que o município tem competência para evitar a promoção da Agenda 2030 na cidade e alega que o material também é divulgado atualmente nas escolas.

“Tentam incutir desde de cedo que é uma agenda boa e que as crianças devem levar isso para frente”, diz. O vereador pretende ainda realizar uma audiência pública para tratar do assunto, mas ainda não há data.


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