Vereadora de Joinville é criticada por fala sobre caçadores na Câmara
Parlamentar afirma que críticas foram direcionadas à caça ilegal e não aos CACs, após repercussão de fala na Câmara
Parlamentar afirma que críticas foram direcionadas à caça ilegal e não aos CACs, após repercussão de fala na Câmara
Na última terça-feira, 1, a Federação de Clubes de Tiro e Comércio de Armas de Santa Catarina (Feccasc) e a Associação Caça Brasil manifestaram repúdio às declarações proferidas durante pela vereadora Liliane da Frada (Pode) durante uma sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Joinville. A vereadora afirma que houve um mal-entendido em relação a sua fala na tribuna da Câmara.
“De forma alguma me referi aos colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CAC), que atuam dentro dos parâmetros legais. Minha fala foi direcionada exclusivamente àqueles que praticam a caça ilegal, frequentemente alvos de operações policiais por matar covardemente animais silvestres, sem qualquer critério técnico ou autorização”, declarou em nota nas redes sociais.
Durante o debate sobre a caça ilegal de animais, ela afirma que tratou com firmeza um tema que considera extremamente grave e que ameaça diretamente a biodiversidade brasileira. “Minha crítica foi direcionada, exclusivamente, àqueles que praticam a caça de forma clandestina, infringindo a lei e contribuindo para a extinção de diversas espécies da nossa fauna”, reafirma.
A primeira manifestação dela sobre o assunto foi na reunião da Comissão de Finanças do dia 24. A segunda na sessão ordinária do dia 30.
Segundo ela, o vereador Cleiton Profeta (PL) distorceu as declarações e publicou um vídeo que levou as pessoas a acreditarem que ela teria se referido aos CAC. “Deixo claro que minhas palavras se referiam exclusivamente aos caçadores, e não aos CACs”, assegurou ao jornal O Município Joinville.
“Caçadores não são bandidos, muito menos assassinos. […] Defendo os CACs porque defendo a liberdade, a legítima defesa e o direito do cidadão de bem. Não aceitaremos calados essa tentativa de criminalização ideológica”, diz o vereador Cleiton Profeta em publicação nas redes sociais.
De acordo com a parlamentar, o desentendimento começou mais cedo, durante a Comissão de Educação, quando ela se manifestou contrária ao projeto de lei apresentado pelo vereador Cleiton Profeta para instituir o “Dia do CAC” em Joinville. “Argumentei que, embora não seja contra os CACs, sou contrária ao “C” de caçador, pois há mais de 15 anos atuo na defesa da causa animal, e apoiar isso seria incoerente com tudo o que defendo”, ressalta.
“Na comissão, afirmei que, sob o olhar das vítimas – os animais – vejo o caçador como um bandido. Já na tribuna, ao ser provocada pelo vereador, usei o termo assassinos, novamente me referindo exclusivamente aos caçadores ilegais. Palavra usada por todos os ativistas”, destaca.
Durante a sessão, a vereadora Liliane afirmou que foi provocada pelo vereador Cleiton Profeta, que, segundo ela, gritava fora do microfone enquanto ela falava. “Confesso que não o ouvi claramente. Entendi que ele questionava o que eu achava de caçadores mortos”, declara.
“Sem estar ciente do episódio em Lages e reagindo à provocação, utilizei uma expressão em sentido figurado, que jamais representaria qualquer incentivo à violência. A fala foi impensada, num momento de tensão, e não reflete minha trajetória na defesa da vida, de todas as vidas”, reforça.
Liliane também afirmou que vem sendo alvo frequente de ataques por parte de vereadores do PL desde o início de seu mandato, o que, segundo ela, tem relação com o fato de ser mulher e defensora da causa animal. “Minha consciência está tranquila. Basta ouvir o que eu disse para constatar que não ataquei CACs em nenhum momento”, afirma.
“Seguirei firme na defesa da vida, mesmo diante daqueles que tentam normalizar a morte e o sofrimento”, finaliza a vereadora.
Casarão Neitzel é preservado pela mesma família há mais de 100 anos na Estrada Quiriri, em Joinville: