X
X

Buscar

Saiba como perceber quando o estresse do dia a dia está ficando excessivo

O dia a dia é bastante estressante por natureza. No mundo atual é difícil encontrar pessoas que não se veem em rotinas frenéticas de trabalho e correria. No entanto, todo esse estresse pode não fazer bem para sua saúde.

Estresse é qualquer coisa que acontece e que nos tira da homeostase, ou seja, da tranquilidade. Qualquer coisa que nos tire do padrão pode ser considerado um estresse: um trânsito frenético, uma briga, o despertador tocando, a obra do vizinho, praticamente tudo pode ser um agente estressor.

Quando olhamos para o Código Internacional de Doenças (CID), entendemos que qualquer fonte estressora pode adoecer alguém, desde um casamento abalado, um adoecimento, problemas financeiros, pressão no trabalho, etc.

Se tudo é estresse, é natural que todos nós fiquemos estressados ao longo do dia, mas também vamos diminuindo esse estresse, gastando ele quando fazemos uma atividade prazerosa, quando fazemos um exercício físico e mesmo quando nos permitimos descansar e dormir bem.

No entanto, se não temos esses momentos de pausa, o estresse pode se acumular em uma crescente. Essa evolução do estresse pode ser entendida desde a normalidade, com os agentes estressores do dia a dia, para uma sensação de cansaço. Quando esse cansaço não é respeitado e não dou ouvidos às minhas necessidades, esse estresse pode evoluir para uma fadiga que pode, por fim, ao se tornar consecutiva e persistente, trazer o desencadeamento até mesmo de uma doença mental.

Como perceber que esse estresse do dia a dia está ficando excessivo?

Alguns sintomas bem comuns são o alerta reduzido, a tendência a adormecer, a sensação de exaustão, esgotamento dos recursos físicos ou mentais, eficiência reduzida, alteração do sono, dores inespecíficas, alterações gastrointestinais, ansiedade, irritabilidade, etc.

Mas, é claro, que nem todo estresse leva a doenças, para que se caracterize uma doença mental precisa haver sofrimento e prejuízos intensos e desproporcionais à situação. Uma dessas doenças vinculadas ao estresse é a Síndrome de Burnout.

Burnout tem este nome, que vem do inglês, e que representa algo que deixou de funcionar por esgotamento de energia, o termo “burnout” pode ser traduzido como “esgotamento”, como um queimar (burn) para fora (out). De fato, a síndrome de burnout é caracterizada como uma fadiga excessiva, exclusivamente ligada ao trabalho.

Todo burnout é uma fadiga, mas nem toda fadiga é um burnout. O que isso quer dizer? A fadiga acontece em diversos momentos na vida, inclusive podemos sentir uma fadiga após fazer muita atividade física. Fadiga é um cansaço muito intenso. Quando falamos de burnout, necessariamente estamos falando de uma pessoa que já está fadigada, esgotada e saturada em relação às atividades laborais, ou seja, em relação ao seu trabalho.

Muitas vezes é uma pessoa que leva trabalho para casa, passa muitas horas extras no trabalho e não consegue desligar. O burnout é algo que acontece gradativamente até que de fato se torne uma doença.

São os trabalhos a mais, os projetos extras que acaba desenvolvendo no trabalho, até que a pessoa se vê tão cheia de trabalho que as suas horas não suprem mais o que precisa fazer.

Também pode estar relacionado às exigências do trabalho em si, um chefe muito exigente ou muito crítico pode levar a pessoa a se sentir compelida a fazer e refazer um trabalho até que esteja perfeito e esse movimento exaustivo pode levar ao estresse por alguns dias, logo torna-se um cansaço acumulado, interfere no sono, na alimentação, nas relações e, em pequenos passos evolui para uma fadiga que, ao se tornar persistente e recorrente pode, sim, fazer com que o burnout se desenvolva.

Os principais sintomas do Burnout se relacionam com o esgotamento físico e mental e geralmente vem de uma fadiga profissional.

Alguns sintomas de alerta:

– Cansaço físico e mental;
– Sentir-se incompetente ou incapaz;
– Alterações de humor mais frequentes;
– Fadiga;
– Isolamento e afastamento das pessoas e atividades prazerosas;
– Dificuldades de concentração;
– Dor de cabeça frequente;
– Dores musculares;
– Alterações do apetite;
– Insônia;
– Problemas gastrointestinais.

Mas se tudo é estresse, como podemos não viver estressados? Como sair disso? Um ponto fundamental é priorizar o descanso mental, o sono regular e suficiente, fazer atividades físicas como forma de descarregar a energia acumulada, ter e manter os momentos de lazer, ter momentos de ócio sem culpa, manter vínculos saudáveis e, se puder, fazer terapia.

Psicóloga Ana Carolina Schmidt