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Saiba quais são os sinais e fases de um relacionamento abusivo

Os relacionamentos abusivos causam danos emocionais e psicológicos que tendem a ser profundos. Existem quatro fases em um relacionamento abusivo e alguns sinais que ajudam a identificá-las.

A vida da vítima acaba ficando limitada, como o contato social, as roupas que usa, as pessoas com quem se relaciona. Há também insegurança e tensão a todo momento. A sensação é de estar sempre pisando em ovos e as decisões acabam sendo sempre voltadas para como o agressor vai reagir, se ele vai gostar ou aprovar.

Também há danos emocionais e psicológicos, que podem aparecer de uma forma sutil ou mais intensa, inclusive com diagnósticos como ansiedade. E, invariavelmente, há um desequilíbrio de poder, a relação tem alguém (agressor) que está sempre sob controle na relação, acaba sendo uma relação de dominador-dominado.

Muitas vezes é difícil para a vítima perceber que está num relacionamento abusivo e isso acontece principalmente pois há um ciclo do relacionamento abusivo em que os envolvidos ficam imersos.

Esse ciclo do relacionamento abusivo pode acontecer em diversos momentos e é importante que a vítima consiga se perceber no ciclo para que possa buscar ajuda.

Geralmente o relacionamento começa normalmente, as duas pessoas se conhecem e começam a viver a relação juntos, se conhecer e firmar um relacionamento entre si. Aos poucos o ciclo da violência começa.

1. Tensão

A primeira fase desse ciclo se chama de tensão. Nesta primeira fase, como o próprio nome já diz, há uma tensão, algo que começa a incomodar. Neste momento começam pequenos desentendimentos, há brigas, xingamentos, cobranças, a autoestima da vítima é colocada para baixo, os ciúmes ficam muito presentes, às vezes em formas de crise de ciúme, podem acontecer ameaças e o controle emocional começa a aparecer.

2. Explosão

No processo de tensão, tudo começa a ficar intensificado até que chegue à fase 2: explosão. Nesta segunda fase, há a violência de fato, que pode acontecer de diversas formas, mas em geral aparece como violência física. A partir do desenrolar, na fase de explosão o descontrole e raiva do agressor ficam mais intensos e assim acontecem as agressões à vítima.

3. Reconciliação

Depois desse momento de agressão, há a reconciliação que é a fase 3. Neste momento o agressor se mostra totalmente arrependido por ter feito a agressão e há toda uma mobilização de pedido de desculpas, se mostra imensamente arrependido e as promessas são muito presentes: “nunca mais vou fazer isso”. A vítima, com dificuldade de lidar com toda essa situação e com todas essas emoções confusas que surgem, pode acabar aceitando essas desculpas.

4. Lua de mel

A partir daí surge a fase 4: lua de mel. Como o nome remete, na fase de lua de mel, tudo são mil maravilhas. O agressor começa a ser mais afetivo, dá presentes, elogia, entrega flores, faz juras de amor. Todo amor e toda paixão do começo de relacionamento voltam, o que gera ainda mais confusão na vítima, que acaba se deixando levar pela esperança de mudança real na relação.

Acontece que, como todo ciclo, em algum momento há um retorno para a primeira fase e um novo momento de tensão surge. Pode ser um ciúme, uma briga, algo que mobilize essa tensão e reinicie o ciclo. As coisas se intensificam e a cada nova entrada no ciclo há mais dificuldade também da vítima em sair. De certa forma, surge uma dependência e esperança de que vai de fato haver uma mudança, pensando que “dessa vez vai ser diferente”.

Dificuldade de sair do relacionamento abusivo

Existe uma complexidade muito grande neste processo e é muito difícil para a vítima perceber isso, mesmo que quem a rodeia diga claramente que essa relação não é saudável. A vítima tende a se agarrar à esperança de que vai ser diferente, ou cada vez mais se sente presa, por ter filhos, por uma dependência financeira ou emocional. Cada vez que se entra no ciclo novamente essas ideias são reforçadas pelo agressor: “Você não consegue sozinha”, “ninguém vai te querer”, “você não consegue se sustentar”, “você não sabe fazer nada”. A autoestima e a capacidade da vítima são colocadas em cheque pelo agressor, o que reforça com que a vítima se sinta impelida a continuar no relacionamento.

É claro que a complexidade e toda intensidade emocional envolvida é muito intensa e pode ser muito limitadora para a vítima. É, de fato, um assunto delicado. Quando perceber que está num relacionamento abusivo, busque ajuda profissional. A terapia individual pode ser muito importante para que se fortaleça para esse momento de término de relacionamento e de reestruturação da vida.

Se puder, faça terapia!