VÍDEO – Cavalo mais antigo da Polícia Militar em Joinville tem 25 anos; conheça trabalho
Trabalho é realizado há 187 anos na cidade
Trabalho é realizado há 187 anos na cidade
Com 187 anos de história, a cavalaria da Polícia Militar continua sendo uma das principais forças no policiamento de Joinville. Com cerca de 36 cavalos e 46 policiais no quartel, localizado no bairro Petrópolis, os animais e policiais precisam passar por treinamentos rigorosos para uma melhor performance nas ruas.
O capitão André Marques da Rosa, responsável pelo Esquadrão de Polícia Montada, relata que a cavalaria é importante justamente por possibilitar a aplicação da modalidade de policiamento em outras formas. “Hoje atuamos tanto no policiamento preventivo como em ações de caráter repressivo. Normalmente estamos presentes em locais com grande concentração de público”, explica.
O cavalo, ao contrário de uma viatura, consegue acessar locais de mata ou, por exemplo, em ações de ajuda humanitária com terrenos acidentados pelas dificuldades causadas em deslizamentos de terra. “Com os cavalos, a guarnição consegue chegar em locais de difícil acesso para outros tipos de transporte”, acrescenta.
Em Santa Catarina há cinco cavalarias, sendo a de Joinville a segunda maior do estado. O policiamento é feito de forma majoritária nas ruas de Joinville, com algumas ocorrências em outras cidades da região Norte de Santa Catarina.
Atualmente, 32 cavalos, entre machos e fêmeas, estão nas baias do Esquadrão de Polícia Montada, sendo que três deles estão em outro espaço. Os cavalos, antes de começarem os policiamento, passam por um período de preparação chamado doma. Nesse momento, a corporação avalia se eles teriam ou não condições técnicas para atuarem no policiamento montado.
Durante o período de doma, os policiais militares responsáveis pelo setor realizam atividades com o cavalo para que o animal comece a aceitar o contato e o convívio com os policiais. “Tudo é feito com cuidado e respeito mútuo. A doma é racional, sem qualquer tipo de violência, apenas fortalecendo um vínculo de confiança com o cavalo”, relata o capitão Marques.
O contato com o cavalo é realizado de forma gradativa e equilibrada. O espaço também é pensado no bem-estar do animal. As baias são limpas durante todo o dia e os cavalos recebem cerca de cinco refeições, até mesmo pela madrugada. “Aqui é um quartel com vida. Então temos um espaço que é cuidado 24 horas por dia”.
Alguns cavalos da corporação são doados, porém alguns são comprados pela Polícia Militar. Atualmente, há uma coudelaria em São José, um local de reprodução dos cavalos. As espécies variam, no entanto, os cavalos das raças de hipismo com sangue lusitano e quarto de milha são os mais utilizados por serem dóceis e de fácil manejamento.
O cavalo mais velho da corporação está em serviço há 21 anos e se chama Anuques. Ele é um cavalo da raça brasileira de hipismo e tem 25 anos. “Ele é um cavalo muito dócil e que apresenta um comportamento muito adequado para a atividade de policiamento”, conta o capitão.
Anuques também é utilizado para a formação dos policiais militares que são transferidos para o esquadrão e não tem um contato prévio com equinos. “Ele ajuda nesse fortalecimento do vínculo de confiança entre o animal e o policial”, completa. A égua Pérola é a mais nova da corporação, com 4 anos, e ainda está no processo de doma.
Os equinos também são avaliados de forma individual, para analisar suas necessidades e características. Para isso, uma equipe com um veterinário, três estagiários e um ferrador é destinada para a avaliação. Essa avaliação vai desde a ferragem até a alimentação do animal, que é pensada junto a sua espécie e tamanho.
Esse é o exemplo de Pérola, de 4 anos, que está na etapa de doma. Ela sofreu um acidente quando brigou com outro cavalo e se enroscou em uma cerca e cortou sua pata traseira. Com isso, o animal passou a apoiar o peso nas patas dianteiras, criando-se assim uma lesão.
“Ela apresentou o que chamamos de laminite. Pérola está em tratamento há dez meses e melhorou muito no processo, antes ela nem mesmo conseguia levantar”, conta. Com a fisioterapia e o trabalho da corporação, Pérola vem melhorando e voltando às suas atividades aos poucos.
Os equinos, por estarem sempre em movimento, precisam de muitos cuidados no dia a dia. Segundo Marques, a cada 30 dias é realizado o casqueamento dos animais, que é a correção do casco do animal.
Junto a correção do casco, são colocadas novas ferraduras. O ferrador Eder explica que cada cavalo tem o próprio número de ferradura, assim como o ser humano tem o número de calçado. “Eu e o setor da veterinária sempre estamos em contato, pois trabalhamos em conjunto nessas situações”, conta.
A equipe veterinária realiza os serviços de assistência emergencial, assistência terapêutica e o manejo sanitário, com os exames, vacinas e outras questões da saúde do animal.
Na última quarta-feira, 20, o jornal O Município Joinville acompanhou o processo de formação de um policial militar para ingressar na cavalaria. O cabo Tenfen fez o processo de formação durante 90 dias.
Durante a formação, é apresentado ao policial todas as habilidades necessárias para o manuseio do cavalo e um bom convívio com o animal. “Alguns policiais não têm nenhuma familiaridade com o cavalo. Nessa formação é ensinado tudo, desde montar e limpar o cavalo, até como realizar as andaduras”, conta o capitão.
A apresentação do término de estágio de policiamento montado é realizada em três etapas. Em um momento que o policial se mostra apto para iniciar os trabalhos na cavalaria.